10 abril 2006

Elevado nível de leitura entre brasileiros é "um longo caminho", afirma o coordenador do PNLL

Por Alana Gandra
em Agência Brasil
9 abril 2006

O coordenador do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), Galeno Amorim, comentou, em entrevista à Agência Brasil, que há "um longo caminho a ser percorrido no país para se aproximar dos índices de leitura registrados nos Estados Unidos e Inglaterra, de cinco livros por habitante/ano cada, ou da França, de sete livros por habitante/ano".

O plano, lançado pelos ministérios da Cultura e da Educação mês passado, tem como meta elevar em 50%, nos próximos três anos, o índice brasileiro de leitura. Hoje esse índice é de 1,8 livro por habitante/ano, considerado muito baixo inclusive em relação aos países latino-americanos. Na Colômbia, por exemplo, o índice de leitura é de 2,4 livros por habitante/ano.

Neste ano, segundo informa Amorim, serão feitas pesquisas em alguns países visando começar a padronizar esse índice para, inclusive, estabelecer comparações.

A base do plano foi o extinto programa Fome de Livro, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O PNLL é formado por projetos e programas de iniciativa do Estado, setor privado e terceiro setor na área do livro, incentivando a leitura de qualquer cidadão sem restrições de idade.

Entre as ações que integram o PNLL, há a implantação de bibliotecas públicas, a distribuição de livros, os financiamentos para a cadeia produtiva do livro, o projeto de formação de mediadores de leitura e a criação de outros espaços de leitura.

O Brasil tem de 10 a 12 mil bibliotecas em funcionamento, segundo Amorim. Ele destacou, contudo, que não basta democratizar o acesso à leitura para a população. Daí a importância de ações concretas que levem a esse resultado e que compõem o programa do PNLL. Segundo ele, caiu pela metade o número de brasileiros sem acesso à leitura, que era de 14 milhões de pessoas em 2004.

Até 2008, as metas do PNLL incluem aumentar o número de pontos de venda e de livros em poder das pessoas e zerar o número de cidades sem bibliotecas no país que, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2004, era de 1,3 mil municípios – quase um quarto do total de municípios brasileiros.