25 setembro 2006

Artigos clássicos disponíveis na web

em O Estado de S. Paulo
20 setembro 2006

Mais de três séculos de pesquisas científicas estão agora disponíveis gratuitamente na internet. Estudos clássicos, como os feitos por Isaac Newton, que demonstrou a existência da gravidade, ou Alexander Fleming, que descobriu a penicilina, estão disponíveis no site da Sociedade Real Britânica. O material livre para os internautas inclui ainda o arquivo completo da primeira revista científica do mundo, a Philosophical Transactions, e ficará aberto até dezembro.

Intel doará 9 mil micros para o Ministério da Educação

em Estadão.com.br
25 setembro 2006

A Intel doará 9 mil PCs para o Ministério da Educação (MEC) brasileiro. Os PCs, que contam com capacidades para a conexão à internet e conteúdo educativo fornecido pelo MEC, serão usados em escolas públicas de todo o País.

"As doações de PCs complementam a atual colaboração entre a Intel e o MEC, que já treinou 90 mil professores, em todos os 27 estados, na aplicação da tecnologia para melhorar o aprendizado em salas de aulas", disse o chairman da Intel, Craig Barrett.

A Intel também anunciou planos para treinar outros 500 mil professores na integração da tecnologia nos currículos escolares, por meio do Programa Intel Educação para o Futuro, até 2011.

A Intel lançará um website em português no próximo ano, no qual os professores brasileiros poderão fazer o download do material de treinamento do programa de educação da Intel.

Por meio do Programa World Ahead, a Intel pretende ampliar o acesso a PCs, com conexões de alta velocidade à internet, para milhões de cidadãos e treinar mais de um milhão de professores na América Latina, sobre o uso eficiente da tecnologia nas salas de aula. Como resultado, a Intel espera ajudar 100 milhões de estudantes em toda a região até 2011

Biblioteca Mário de Andrade terá verba para acervo

em Boletim Livro e Leitura
25 setembro 2006

A Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, vai receber R$ 400 mil do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para recuperar seu acervo de jornais antigos. A instituição pretende fazer a microfilmagem dos cerca de 10 milhões de exemplares, alguns lançados durante a época da Província de São Paulo. O repasse do BNDES faz parte do programa de Apoio à Preservação de Acervos, que destinará R$ 5,4 milhões para 20 instituições do País.

Biblioteca Nacional mais segura

em Boletim Livro e Leitura
25 setembro 2006

O projeto de segurança da Biblioteca Nacional está em fase final. Cada um dos setores - Obras Raras, Iconografia, Manuscritos, Periódicos e Geral – já conta com equipamentos de segurança. Para controlar a circulação, haverá o registro de todos os visitantes que receberão um crachá com número individual e acesso a determinados locais. Todos os ambientes terão catracas e serão monitorados por câmeras e sensores. Iniciado em março, o projeto conta com o patrocínio da Petrobras e é desenvolvido com o apoio da Sociedade dos Amigos do Museu da República.

Acesso ao livro é prioridade nacional

em Ministério da Cultura
21 setembro 2006

Escritores, livreiros, editores e bibliotecários estiveram nesta quinta-feira, dia 21 de setembro, no Palácio do Planalto, para entregar ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o 'Manifesto do Povo do Livro'. No documento estão reconhecidas as ações do Ministério da Cultura (MinC) e do Ministério da Educação (MEC) de incentivo ao livro e a leitura, em especial a importância do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).

Durante o encontro, o presidente Lula falou da sua satisfação em receber representantes do mundo do livro que, em suas palavras, são "parceiros no esforço de dar ao livro e à cultura a justa participação no processo de emancipação social e humana do país".

O Presidente da República também reafirmou o compromisso do Governo Federal no sentido de priorizar ações e projetos destinados a fomentar o livro, a biblioteca e a leitura no país: "a democratização do acesso ao livro e à leitura requer consistentes programas estatais", disse em seu pronunciamento. Citou, por exemplo, a forte articulação entre o MinC e o MEC que resultou, inclusive, na recente criação da Câmara Interministerial de Educação e Cultura.

Ele destacou, ainda, alguns dos avanços dos últimos quatro anos como a instituição do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e da Câmara Setorial do Livro e Leitura (CSLL), no âmbito do Ministério da Cultura; a desoneração fiscal do livro e a Lei do Livro (Lei nº 10.753/2003), que instituiu a Política Nacional do Livro.

Bibliotecas pelo mundo

Por Jonathan Pereira
25 setembro 2006

Lista com algumas das principais biblitoecas e bibliotecas virtuais mundiais. Para acessá-las, basta clicar sobre o nome de cada uma. Segue a lista:

Alexandria Virtual - acervo variado, de literatura a humor.

Bartleby.com - importantes textos, como os 70 volumes da "Harvard Classics" e a obra completa de Shakespeare.

Biblioteca Apostólica Vaticana - Biblioteca que possui um arquivo secreto.

Biblioteca dei Classici Italiani - literatura italiana, dos "duecento" aos "novecento".

Biblioteca del Congreso - No item "Expo Virtual" mostra alguns tesouros dessa biblioteca argentina.

Biblioteca Digital Andina - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru estão representados.

Biblioteca Digital de Obras Raras - livros completos digitalizados, como um de Lavoisier editado no século 19.

Biblioteca Electrónica Cristiana - teologia e humanidades vistas por religiosos.

Biblioteca do Hospital do Câncer - índice desse acervo especializado em oncologia.

Biblioteca do Senado Federal - sistema de busca nos 150 mil títulos da biblioteca.

Biblioteca Mário de Andrade - acervo, eventos e história da principal biblioteca de São Paulo.

Biblioteca Nacional de Portugal - apresenta páginas especiais com reproduções relacionadas a Eça de Queirós e a Giuseppe Verdi, entre outros.

Biblioteca Nacional de España - entre as exposições virtuais, uma interessante coleção cartográfica do século 16 ao 19.

Biblioteca Nacional de la República Argentina - biblioteca, mapoteca e fototeca.

Biblioteca Nacional de Maestros - biblioteca argentina voltada para a comunidade educativa.

Biblioteca Nacional del Perú - alguns livros eletrônicos, mapas e imagens.

Biblioteca Nazionale Centrale di Roma - expõe detalhes de obras antigas de seu catálogo.

Biblioteca Româneasca - textos em romeno e dados sobre autores do país.

Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - especializada em literatura em língua portuguesa.

Biblioteca Virtual Galega - textos em língua galega, parecida com o português.

Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes - cultura hispano-americana.

Biblioteca Virtual Universal - textos infanto-juvenis, literários e técnicos.

Bibliotheca Alexandrina - conheça a instituição criada à sombra da famosa biblioteca, que sumiu há mais de 1.600 anos.

California Digital Library - imagens e e-livros oferecidos pela Universidade da Califórnia.

Celtic Digital Library - história e literatura celtas.

Círculo Psicanalítico de Minas Gerais - acervo especializado em psicanálise.

Contos Completos de Machado de Assis - mais de 200 contos de Machado de Assis.

Cornell Library Digital Collections - compilações variadas, sobre agricultura e matemática, por exemplo.

Corpus of Electronic Texts - história, literatura e política irlandesas.

Crime Library - histórias reais de criminosos, espiões e terroristas.

Cultvox - serviço que oferece alguns e-livros gratuitamente e vende outros.

eBooksbrasil - livros eletrônicos gratuitos em diversos formatos.

Educ.ar Biblioteca Digital - em espanhol, apresenta livros e revistas de "todas as disciplinas".

Gallica Bibliothèque Numérique - volumes da Biblioteca Nacional da França digitalizados.

Human Rights Library - mais de 14 mil documentos relacionados aos direitos humanos.

IDRC Library - textos e imagens desse centro de estudos do desenvolvimento internacional.

iGLer - acesso rápido a duas centenas de obras literárias em português.

International Children's Digital Library - pretende oferecer e-livros infantis em cem línguas.

Internet Ancient History Sourcebook - página dedicada à difusão de documentos da Antiguidade.

Internet Public Library - indica páginas em que se podem ler documentos sobre áreas específicas do conhecimento.

IntraText - textos completos em diversas línguas, entre elas o latim.

John F. Kennedy Library - sobre o presidente americano John F. Kennedy, morto em 1963.

Jornal da Poesia - importante acervo de poesia em língua portuguesa, com textos de mais de 3.000 autores.

Mosteiro São Geraldo - livros e periódicos sobre história e literatura húngara, filosofia, teologia e religião.

National Library of Australia - divulga periódicos australianos da década de 1840.

Net eBook Library - biblioteca virtual com parte do acervo restrito a assinantes do site.

Nuovo Rinascimento - especializado em documentos do Renascimento italiano.

Online Literature Library - pequena coleção para ler diretamente no navegador.

Oxford Digital Library - centraliza acesso a projetos digitais das bibliotecas da Universidade de Oxford.

Perseus Digital Library - dedicado a estudos sobre os gregos e romanos antigos.

Progetto Manuzio - textos em italiano para download, incluindo óperas.

Project Gutenberg - mantido por voluntários, importante site com obras integrais disponíveis gratuitamente.

Proyecto Biblioteca Digital Argentina - obras consideradas representativas da literatura argentina.

Romanzieri.com - livros eletrônicos em italiano

Servei de Biblioteques - bibliotecas da Universidade Autônoma de Barcelona.

The Aerial Reconnaissance Archives - recém-lançado, site promete divulgar 5 milhões de fotos aéreas da Segunda Guerra Mundial.

The British Library - além de busca no catálogo, tem coleções virtuais separadas por região geográfica.

The Digital Library - diversas coleções temáticas, como a de escritoras negras americanas do século 19.

The Digital South Asia Library - periódicos, fotos e estatísticas que contam a história do Sul da Ásia.

The Huntington - grande quantidade de obras raras em arte e botânica.

The Math Forum - textos que se propõem a auxiliar no ensino da matemática.

The New Zealand Digital Library - destaque para os arquivos sobre questões humanitárias.

Treasures of Keyo University - um dos destaques é a reprodução da Bíblia de Gutenberg.

UT Library Online - possui uma ampla coleção de mapas.

20 setembro 2006

Projeto Ler para Crer beneficia deficientes visuais

em Boletim Livro e Leitura
18 setembro 2006

A Prefeitura da Cidade de São Paulo e o Instituto VIVO apresentaram em 12 de setembro o projeto "Ler pra Crer" que permitirá a acessibilidade para deficientes visuais de boa parte dos livros do acervo das bibliotecas municipais. Na prática, qualquer pessoa poderá solicitar a impressão em Braille ou gravação em áudio-livro de obras do acervo literário municipal. A solicitação pode ser feita nas bibliotecas e CEUs cadastrados. Conheça os locais cadastrados clicando no link.

19 setembro 2006

Petrobrás amplia ação para bibliotecas populares

em Boletim Livro e Leitura
18 setembro 2006

A Petrobrás assinou contrato com a Associação Cultural Basílio da Gama para ampliação do programa de apoio a bibliotecas que é desenvolvido pela instituição e que integra o PNLL. Serão beneficiados os municípios de Suzano, Hortolândia, São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, com a instalação de ramais-quiosques - estruturas semelhantes a bancas de jornais, instalados nas proximidades de bibliotecas públicas. O acervo dos quiosques é definido segundo as características do público e da região atendida a fim de complementar ações de inclusão social das escolas e outros serviços municipais.

Biblioteca Nacional apresenta o projeto de Hemeroteca Brasileira

em Boletim Livro e Leitura
18 setembro 2006

O Centro de Referência e Difusão (CRD) da Biblioteca Nacional pretende apresentar ao governo federal o projeto de implementação da Hemeroteca Brasileira, na zona portuária do Rio de Janeiro. Desta forma, seria reunida a coleção mais completa e antiga do país, com todos os jornais brasileiros de grande circulação, regionais e locais. Desde a criação do depósito legal, em 1907, a Biblioteca Nacional trata da coleta, processamento técnico e armazenamento de todas as publicações seriadas do Brasil – jornais, revistas e anuários - constituindo-se a coleção mais completa e antiga do país com aproximadamente nove milhões de peças. A BN recebe por mês cerca de quatro mil fascículos de periódicos, que ocupam cerca de 17 quilômetros de prateleiras. Trata-se do maior acervo da América Latina e o oitavo do mundo.

Releituras traz texto de autores consagrados em formato digital

em Boletim Livro e Leitura
18 setembro 2006

O projeto Releituras disponibiliza um grande acervo literário virtual com trabalhos de escritores nacionais e estrangeiros. Além disso, há seções que trazem biografias, informações sobre vestibulares, curtas-metragens, textos ilustrados, humor e uma parte reservada aos novos autores.

Ciranda de livros na internet

em Boletim Livro e Leitura
18 setembro 2006

Promover uma ciranda do conhecimento em que o conceito de “ter livros” é substituído pelo de “ler livros”. Esse é o mote do site Circulando o Livro, um sistema de empréstimo de obras a partir de uma base virtual de livros e leitores, na qual se ingressa mediante a doação de, pelo menos, um exemplar, para a constituição do acervo compartilhado. O Circulando o Livro desperta o interesse pelo intercâmbio de livros entre pessoas próximas ou distantes. O principal benefício é o acesso a um acervo que pode atingir proporções gigantescas e ler um livro pode estar ao alcance de um clique.

Mil obras de arte já sumiram em todo o país

Por Folha de S. Paulo
em Jornal da Ciência
13 setembro 2006

Levantamento aponta que ainda faltam ser catalogados 500 mil bens; RJ está no topo do ranking dos Estados que têm bens do patrimônio desaparecidos, com 53% do total de peças extraviadas. Cristina Tardáguila escreve para a “Folha de SP”:

Mil obras de arte de interesse do patrimônio histórico e cultural brasileiro estão desaparecidas, de acordo com contabilização feita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Segundo uma estimativa do instituto apresentada ontem no Seminário do Patrimônio Cultural do Estado do RJ, há, no Brasil, 500 mil bens que precisam ser inventariados para poderem ser protegidos. Um universo "gigantesco", que é impossível de ser controlado apenas por uma instituição, segundo a gerente nacional de bens móveis e integrados do instituto federal, Isabel Serzedelo.

"Não podemos preservar o que não conhecemos e, em 20 anos, só 80 mil peças foram catalogadas em todo o país. Na cidade do Rio, de 2001 para cá, foram 22 mil. Só no mosteiro de São Bento, foram 2.600 obras em um trabalho de seis meses. Definitivamente é preciso haver uma colaboração entre município, Estado e União e uma campanha de luta contra o tráfico. Não pode continuar sendo moda ter um anjo de altar em casa", afirmou Serzedelo.

Para ela, é importante investir no desenvolvimento de dois inventários: o que reúne o total das peças que precisam ser protegidas no país e o que lista todas as obras desaparecidas. No entanto, por falta de verbas, essa catalogação só acontece por meio de patrocínios, motivo pelo qual progride lentamente.

"Até agora, só foram concluídos os inventários da Bahia, de Alagoas e de Sergipe. Maranhão, Minas Gerais, RJ, Pernambuco e Pará já estão trabalhando, mas os outros Estados do país não têm nada."

Levando em consideração os dados parciais, o Rio se destaca por estar no topo do ranking dos Estados com mais furtos e roubos de bens do patrimônio cultural brasileiro, com 53% do total de peças extraviadas.

O furto de peças do patrimônio histórico levará o governo do Rio a tentar acionar a Interpol para combater esse tipo de crime. Entre os dias 19 e 22 deste mês, o Rio sediará a 75ª Assembléia Geral da Interpol. O governo do Rio contatará membros da Interpol para pedir orientação na atuação contra o tráfico internacional de obras de arte.

"Temos mais crimes no Rio simplesmente porque aqui está a memória do Império, da República Velha e da República Nova", explicou o chefe-de-gabinete do governo estadual, Fernando Peregrino.

Para ele, a polícia fluminense está em fase de aparelhamento e está muito à frente dos outros Estados. O secretário levantou a possibilidade de instalar chips em peças que precisam ser protegidas.

A informação sobre essas peças desaparecidas, classificadas como bens móveis ou integrados, pode ser encontrada no site da instituição e também na página da Interpol na Internet. Apesar do mecanismo, o índice de recuperação ainda é classificado como muito baixo.

Bélgica proíbe Google de reproduzir seus jornais

Por Emílio Sant'anna
em O Estado de S. Paulo
19 setembro 2006

A Justiça belga pode impor uma multa diária de 1 milhão ao Google caso o criador do sistema de buscas na internet não pare de divulgar sem consentimento artigos, fotografias e gráficos publicados por vários jornais da Bélgica.

O Tribunal de Primeira Instância de Bruxelas chegou à sentença - a primeira desse tipo - depois de uma denúncia da Copiepresse, que gerencia os direitos de editores belgas de grandes veículos como Le Soir, La Libre Belgique e La Derniere Heure. A entidade acusa o Google de divulgar notícias sem seu consentimento, o que descumpre as leis de direitos do editor, do autor e do uso de dados.

O Google corre o risco de ter de pagar ainda outra multa, de 500 mil, por ter se recusado a publicar a sentença na íntegra. Isso só não ocorreria se ficar comprovado que a empresa tem retirado do ar gradativamente as informações com direitos gerenciados pela entidade. 'Esta manhã (de ontem), comprovei que ainda há conteúdos, mas me disseram que ao meio-dia toda a informação já teria sido retirada do Google News', disse Margaret Boribon, secretária-geral da Copiepresse. Ela acrescentou que a multa faz o 'Google saber que deve se submeter às leis da Europa e não a Europa que deve respeitar as leis da Google'.

No Brasil ainda não existe consenso sobre a questão. Durante o 6º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Brasileira de Jornais (ANJ), em agosto, foi apresentado um parecer jurídico sobre o tema. 'O parecer conclui que existe direito intelectual dos veículos' disse o diretor de Relações Governamentais da entidade, Paulo Tonet Camargo. 'Mas é um tema novo para nós.'

Vaticano abre arquivos secretos de 1922 a 1939

em O Estado de S. Paulo
19 setembro 2006

O Vaticano abriu ontem, pela primeira vez, o acesso a documentos diplomáticos relativos ao papado de Pio XI (1922 a 1939), totalizando 30 mil papéis. A medida permitirá compreender a posição de seu secretário de Estado, o cardeal Eugenio Pacelli - que em 1939 se tornou o papa Pio XII -, acusado de não ter ajudado os judeus durante a ascensão do nazismo.

Biblioteca Mário de Andrade terá verba para acervo

em O Estado de S. Paulo
16 setembro 2006

A Biblioteca Mário de Andrade, de São Paulo, vai receber R$ 400 mil do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para recuperar seu acervo de jornais antigos. A instituição pretende fazer a microfilmagem dos cerca de 10 milhões de exemplares, alguns lançados durante a época da Província de São Paulo.

O repasse do BNDES faz parte do programa de Apoio à Preservação de Acervos, que destinará R$ 5,4 milhões para 20 instituições do País. Outras três instituições paulistas também serão contempladas (Instituto Butantan, Fundação Santos Dumont e Arquivo Histórico Félix Guisard Filho, de Taubaté).

No Rio de Janeiro, a Chácara do Céu e o Museu do Açude utilizarão os repasses do BNDES para instalarem sistemas de segurança de padrão internacional. Na Chácara do Céu foram roubados quatro quadros e um livro raro, em fevereiro. O projeto inclui a instalação de câmeras e alarmes antifurto e contra incêndios.

A direção da biblioteca Mário de Andrade também estuda instalar um sistema de segurança após descobrir o furto, na semana passada, de mais de 100 gravuras do século 19 e um livro raro de 1501. 'Estamos fazendo um estudo para melhoria da segurança, para troca das portas e instalação de câmeras. Seria ótimo poder contar com a ajuda do BNDES, mas as medidas com relação à Mario de Andrade estão sendo tomadas, independentemente desse edital', afirmou o secretário de Cultura da Prefeitura de São Paulo, Carlos Augusto Calil.

A internet já e realidade para 21% dos brasileiros

em O Estado de S. Paulo
16 setembro 2006

Website, home page, e-mail. A internet se populariza aos saltos: 38,7 milhões de brasileiros (21% da população) acessaram a rede mundial de computadores pelo menos uma vez em 2005. A massificação ocorre independente do ainda baixo índice de propriedade de computadores pessoais: apenas 18,6% dos lares, das mais de 53 milhões de residências visitadas pelos pesquisadores, dispunham do equipamento.

Os acessos foram feitos, principalmente, no trabalho, na escola, na casa de amigos ou em 'cybers'. E o grande contingente nacional de internautas é formado por adolescentes e crianças. Na faixa de 10 a 14 anos, 24,4% haviam acessado a rede; porcentual que sobe para 33,9% entre os com idade entre 15 e 17 anos. O pelotão cai com o avanço da idade: apenas 3,3% das pessoas com mais de 60 anos acessam a internet.

Apesar da disseminação, o acesso está concentrado na população com rendimento e nível de instrução mais altos e microcomputador ainda é um aparelho raro na maior parte do País. No Maranhão, só está presente em 4,1% dos domicílios. Em São Paulo, em 28,9%.

O IBGE constatou que a explosão dos celulares já é suficiente para desbancar a telefonia fixa. Em 2005, 12,3 milhões de domicílios contavam apenas com aparelhos de telefonia móvel. É o dobro da quantidade das casas onde existia apenas telefone fixo: 6,5 milhões. O Centro-Oeste tem a maior proporção de domicílios com apenas celular: 32,8%.

Em 2001, 7,8% dos lares contavam só com celular, enquanto uma quantidade 4 vezes maior tinha só telefone fixo. Em 2005, a relação foi invertida.

Investigação sobre museus será criminal

Por Fausto Macedo e Rodrigo Pereira
em O Estado de S. Paulo
13 setembro 2006

O Ministério Público Estadual decidiu abrir inquérito criminal para apurar supostas irregularidades no Museu da Imagem e do Som (MIS) e no Museu da Casa Brasileira (MCB), instituições ligadas à Secretaria de Estado da Cultura. O inquérito será conduzido pelo Gaeco, unidade de elite do MP que abriga promotores experientes no combate ao crime organizado.

A investigação aponta para executivos e ex-dirigentes dos museus que teriam envolvimento em peculato (desvio de dinheiro público), formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e caixa 2. Também estão na mira diretores das associações dos amigos do MIS e do MCB, entidades que mantêm parceria com os dois museus.

A base do inquérito criminal são 5 mil documentos - contratos, livros contábeis, extratos bancários, contas telefônicas, agendas, arquivos e informações armazenadas em computadores - que foram apreendidos na semana passada pela Promotoria. Esse tipo de procedimento tem natureza civil - as sanções estão previstas na Lei da Improbidade e implicam, em caso de condenação, na suspensão dos direitos políticos por até 8 anos, multa e ressarcimento ao erário do prejuízo.

A meta é processar criminalmente os envolvidos, que poderão ficar sujeitos a uma eventual pena de prisão.

O secretário da Cultura, João Batista de Andrade, afirmou ontem, por meio de nota oficial, que 'vê com tranqüilidade as medidas tomadas pelo Ministério Público no sentido de apurar as denúncias feitas'. Segundo ele, 'as apurações preliminares indicam que os casos alegados para a ação já foram submetidos à apuração da própria secretaria e que nenhuma irregularidade foi comprovada'.

MIS do Rio reabre com o melhor da era do rádio

Por Beatriz Coelho Silva
em O Estado de S. Paulo
12 setembro 2006

Que tal ouvir um arranjo de Radamés Gnatalli ou Lyrio Panichali para a Rádio Nacional, tal qual eles escreveram? Ou ouvir depoimentos de Pixinguinha e as gravações caseiras de Jacob do Bandolin? Ou ainda programas radiofônicos antigos, como PRK30, Um Milhão de Melodias ou César de Alencar, ou ler seus roteiros? A partir deste mês, o Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio terá todo esse acervo à disposição do público. A sede da Lapa, um prédio de 1864, onde ficam guardados essa coleção e todo o acervo de som, foi restaurada e, após dois anos, será reaberta na segunda quinzena, para comemorar os 41 anos da instituição.

As obras e o tratamento do acervo custaram R$ 1,8 milhão, pagos pela Petrobrás sem recurso a leis de incentivo à cultura. As 20 mil partituras e os 10 mil discos de acetato herdados da Rádio Nacional foram digitalizados e podem ser consultados por computador. Das partituras, 140 foram editoradas, um processo que permite ouvir o arranjo. "Por enquanto teremos só consulta agendada porque dispomos só de seis computadores para a pesquisa", avisa a diretora do museu, Nilcemar Nogueira, neta do compositor Cartola. Sua vice-diretora é a museóloga Lygia Santos, filha do compositor Donga, que trabalhou na fundação da instituição em 1965 e está de volta desde abril deste ano. "Lutamos para levar a imagem e o som para a rua. O povo tem que consumir o que cultiva", completa Lygia.

O MIS guarda ainda todo o acervo de Almirante, compositor e radialista que atuou dos anos 30 aos 60; da cantora Elizeth Cardoso (inclusive seus vestidos de cena), das irmãs Linda e Dircinha Batista e do crítico de cinema Salvyano Cavalcanti, com livros, revistas, cartazes e catálogos nacionais e estrangeiros. Mas estes ainda requerem tratamento como a coleção da Rádio Nacional. "Já retomamos os depoimentos de artistas como Monarco, Léo Gandelman, Carmem Verônica e Berta Rosanova", diz Nilcemar. O acervo de imagem do museu fica na sede da Praça 15.

Nos planos de recuperação do museu está ainda a campanha Abrace o MIS. "Terá logotipo de Ziraldo, para chamar atenção para o museu", promete a diretora, que vive às voltas com falta de funcionários e de recursos. As comemorações de aniversário serão encerradas em outubro com show de música popular brasileira.

18 setembro 2006

O paraíso existe e fica numa biblioteca

Por Federico Mengozzi
em Valor Online
11 setembro 2006

Quem gosta de livros, e de bibliotecas, vai se regalar com os 15 textos que o autor argentino-canadense ("Dicionário de Lugares Imaginários") reúne num livro que, diz no prefácio, deveria se chamar "Viagem à Roda de meu Quarto". Deveria, pois, explica, "lamentavelmente, há mais de dois séculos o famigerado Xavier de Maistre tomou a dianteira". Manguel, que também convidou à leitura em "Os Livros e os Dias", conta histórias de livros e homens. Ou de homens e livros.

Ele começa por contar a história de sua biblioteca pessoal, construída num antigo celeiro numa propriedade em ruínas no interior da França. Lá, reuniu livros dispersos pelo mundo, ele que morou em vários países, dividindo-se entre o trabalho árduo de ordenar todos aqueles livros com algum método e o prazer ilimitado de encontrar velhos conhecidos. Manguel parece concordar com a imagem famosa do conterrâneo Jorge Luís Borges, para quem o paraíso deveria ser parecido com uma biblioteca. Enquanto fala de seus livros, evoca instituições, como a Biblioteca de Alexandria, e pessoas, como sir Anthony Panizzi, que deu forma à British Library, no Museu Britânico.

Para Manguel, ao mesmo tempo em que uma biblioteca é uma espécie de paraíso real, é também um elogio ao método. Uma biblioteca, escreve, prova "uma fé íntima, consoladora, quiçá redentora, em algum método por trás da loucura".

MANGUEL, Alberto. A Biblioteca à Noite. Companhia das Letras. 304 p.

Biblioteca pessoal de Saramago poderá ser vista na internet

Por Lusa
em Folha Online
14 setembro 2006

A biblioteca particular do escritor português José Saramago, que fica em Lanzarote (Espanha), com mais de 20 mil exemplares, além de manuscritos pessoais, vai poder ser consultada na internet.

A disponibilidade do acervo particular do escritor português foi acordada em um convênio assinado nesta quinta-feira com a Universidade de Granada. Em um primeiro momento, a biblioteca de Saramago estará no site da universidade e, posteriormente, ganhará um endereço próprio na web.

O reitor da Universidade de Granada, David Aguilar, disse em uma coletiva de imprensa que uma equipe de bibliotecários da universidade já trabalha no processo de catalogação e digitalização dos materiais, com a meta de disponibilizar 1.800 exemplares.

Saramago disse sentir "um carinho especial" pela sua coleção, afirmando que ela contém livros que começou a recolher quando tinha 18 anos e "com dinheiro emprestado".

No passado, os primeiros livros ganharam lugar de honra numa estante na casa dos pais do escritor, "onde não havia um único livro", e ocupam agora "lugar privilegiado" na sua biblioteca em Lanzarote, conta o vencedor do Nobel de Literatura de 1998.

O autor de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", "Memorial do Convento" e "Ensaio Sobre a Cegueira", entre outros, diz que "não é uma grande biblioteca". "Não tive o privilégio de herdar, como é o caso de outros escritores. Por isso, estou profundamente agradecido [pelo projeto da universidade]", disse.

Um dos aspectos mais importantes da iniciativa, segundo Saramago, será o fato de servir como vitrine para escritores desconhecidos ou que só puderam ver a sua obra em edições limitadas.

Pilar del Rio, mulher do escritor português, destaca também a raridade do conteúdo do acervo dizendo que, em suas viagens, vários escritores deixaram com o casal exemplares de seus livros, muitos dos quais sem alcance mundial e com impressão restrita.

Mais antiga escrita americana é descoberta

em Agência FAPESP
15 setembro 2006

O objeto em questão é um bloco de 12 quilos, com 36 centímetros de largura e 13 centímetros de espessura, feito do mineral serpentina (silicato de magnésio). Descoberto em Veracruz, no México, ele traz algo absolutamente raro. São 62 sinais pictóricos esculpidos que constituem a mais antiga forma de escrita encontrada até hoje nas Américas.

A descrição do achado está na edição desta sexta-feira (15/9) da revista Science. A pedra foi encontrada em uma área próxima ao local onde esteve a capital da civilização olmeca, a mais antiga do Ocidente (cerca de 1200 a.C. a 400 a.C.).

A descoberta foi feita por um grupo liderado pelos mexicanos Maria del Carmen Rodriguez Martinez, do Instituto Nacional de Antropologia e História, e Ponciano Ortiz Ceballos, da Universidade Veracruzana. Os pesquisadores estimam que os sinais tenham sido gravados em um período entre 1200 a.C. e 900 a.C.

Segundo os autores do estudo, a amostra antecipa a existência de uma forma de escrita nas Américas em pelo menos 400 anos. Os sinais remetem a manifestações artísticas da civilização olmeca, considerada a mãe das civilizações da Mesoamérica, região que inclui parte das Américas do Norte e Central onde viveram antigas civilizações como maias e astecas.

A pedra foi encontrada inicialmente por trabalhadores em uma pedreira que fornecia material para a construção de uma estrada, em 1999, em um local conhecido como Cascajal. Após examinar o objeto, Maria del Carmen e Ceballos reconheceram sua importância e o registraram oficialmente no Instituto Nacional de Antropologia e História. Em conjunto com pesquisadores norte-americanos, foram feitas análises e a datação da amostra.

O bloco, a que os pesquisadores deram o nome de Cascajal, apresenta repetições de sinais, reforçando a tese de que se trata de uma manifestação escrita. Três sinais aparecem quatro vezes, seis três vezes e 12 duas vezes.

“O bloco Cascajal e sua escrita ligam os olmec à alfabetização, documentam um sistema de escrita inesperado e revelam uma nova complexidade dessa civilização, que inclui a possibilidade da existência de ferramentas de informação até então desconhecidas em tal período”, escreveram os autores no artigo.

O artigo Oldest writing in the New World, de Maria del Carmen Rodriguez Martinez e colaboradores pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

11 setembro 2006

Estou morrendo aos poucos

Por Jonathan Pereira
11 setembro 2006

Esse ano de 2006 vai recebe um lugar de destaque na história do Brasil, na história da cultura e do povo brasileiro, na minha história. Queria eu poder comemorar esse momento histórico, porém, o momento é de tristeza, é de profundo vazio que vai se abrindo nas nossas vidas.

Infelizmente, nosso país, além de tantos outros problemas que nos assola, também sofre com a falta de cuidado, carinho, preservação e proteção da nossa cultura, da nossa história. Vemos nosso passado ser dilacerado pouco a pouco, devorado pelo câncer que é o o mercado negro, o crime organizado.

Além de tirarem nossa paz, nossa tranquilida, entes queridos, estão levando também nossas lembranças, nosso passado, nossa história, nossa vida.

Sabemos que no Brasil a cultura vêm sempre na lanterna das prioridades políticas e administrativas, tendo a visão de que cultura, conhecimento, história, educação e algo que não é essencial para a sobreviência humana.

Cultura e história do país não tem peso político e não consegue angariar votos a cada quatro anos, além disso, uma estrutura informacional com bibliotecas, museus, arquivos, centros culturais eficazes, que atendam as necessidades de conhecimento do povo, são iniciativas que são colocadas de lado, engavetadas, escondidas, afinal, um povo consciente de sua história, de seu papel e informado, não é o objetivo da maioria dos partidos e dos políticos do país.

É triste constatarmos que profissionais que têm por vocação e conhecimento a guarda, a preservação, a disponibilização e a restauração da nossa história, não são reconhecidos como tal, muitas vezes trabalhando apenas pelo seu ideal de não deixar que um só cidadão deixe de ter acessoa a informação, aos seus direitos, à cultura, a história, provendo estruturas para a geração do conhecimento e transformação pessoal de cada indivíduo.

Chegamos ao limiar do abandono e da depreciação da cultura e da história do nosso país, se nós da sociedade civil, profissionais da informação, cidadãos comuns não exigirmos dos nossos governantes uma postura de defesa da nossa cultura, dentro em breve, estará anunciada a morte de um povo, de uma nação, de um país!

Projeto dá livros virtuais gratuitos aos mais pobres

Por Magnet
em Terra Tecnologia
6 setembro 2006

Um novo projeto da Universidade de Geórgia, nos Estados Unidos, coordenado por um dos especialistas de desenvolvimento de código aberto, Rick Watson, tem como objetivo levar informação a nações mais pobres através de livros virtuais gratuitos, que poderão ser baixados e impressos para distribuição.

"O modelo padrão de negócio para livros escolares simplesmente não funciona nesses países. Porque não juntar grupos de acadêmicos e seus estudantes para escrevê-los?", declarou o coordenador, que explicou que mesmo com as editoras normalmente cortando os custos de livros pela metade para países em desenvolvimento, em determinados locais um livro pode ter custo equivalente a um quinto do salário anual médio, como é o caso de Uganda.

Hoje o projeto conta com ajuda de cerca de 80 acadêmicos de diversos países, que contribuirão com a produção e tradução dos livros, realizada através de um sistema wiki, de edição aberta, que consagrou a enciclopédia virtual Wikipédia. O site, que a princípio deve ser viabilizado financeiramente através de doações, em algum tempo deve procurar patrocínio corporativo.

A partir de 2007, uma equipe de tradutores começará a passar o conteúdo existente para o espanhol, árabe e chinês, o que ampliará consideravelmente o alcance do projeto.

Por ser livre para colaborações, o projeto pode enfrentar problemas semelhantes aos vistos na Wikipédia, onde o vandalismo ou desconhecimento de textos publicados coloca em xeque a reputação de suas informações. Para este caso, qualquer edição realizada por pessoas que não sejam os acadêmicos registrados, será inserida em cor diferente, que mostrará ao leitor que aquele conteúdo não é tão confiável quanto o resto do texto.

Segundo o site NewScientistTech, além da versão online, que pode ser encontrada através do endereço globaltext.org, uma versão para download também será disponibilizada para os visitantes, que terão direito de imprimi-la para distribuição.

Um livro de XML completo já pode ser encontrado, em inglês, para visualização no endereço. Outros dois projetos estão em andamento, um deles versando sobre de sistemas de informação e o outro sobre fundamentos comerciais.

Uma viagem virtual pela história da independêcia e da monarquia

Por Rodrigo Martins
em O Estado de S. Paulo
11 setembro 2006

Até bem pouco tempo, pesquisar a história do Brasil requeria passar horas e horas na biblioteca à procura de verbetes em enciclopédias empoeiradas e com cheiro de mofo. Mas isso está mudando. Na semana passada, foi lançado um site que pretende contar a história brasileira da Independência e do período monárquico por meio de um de seus principais personagens: José Bonifácio.

Para quem não se lembra das aulas de história, José Bonifácio foi advogado, mineralogista e é considerado o Patriarca da Independência. Foi também o conselheiro do primeiro imperador do País, D. Pedro I, e tutor do segundo, D. Pedro II.

Na home page do projeto, José Bonifácio, é possível conhecer a biografia detalhada de Bonifácio e ter acesso a uma extensa pesquisa de textos, cartas, bilhetes e decretos assinados por ele. Todos os documentos são reproduções de originais da época, que foram escaneados digitalmente e colocados na internet.

Na página, há, por exemplo, o discurso lido por D. Pedro I em 7 de setembro de 1822, dia da Independência do Brasil. O texto foi escrito por Bonifácio. "Inclusive o grito 'Independência ou Morte' também passou pelo crivo dele", explica o sociólogo Jorge Caldeira, organizador do projeto.

Há ainda outros destaques como documentos preparatórios para a Independência, correspondências trocadas com D. Pedro I e II, projetos propostos na primeira Assembléia Constituinte, em 1823, e livros sobre mineralogia.

Para acessar esses documentos, basta fazer uma busca, digitando o assunto desejado. Há ainda textos produzidos pela equipe do site que servem como referência para o entendimento do conteúdo disponível.


COMO TUDO COMEÇOU

O resgate da memória do Patriarca da Independência surgiu na vida de Caldeira há cerca de 3 anos. Sociólogo conhecido - já publicou biografias de personagens históricos como Barão de Mauá -, ele terminava de organizar uma coleção de livros sobre as personalidades que "formaram o Brasil."

Foi então que se deu conta de que a vida de José Bonifácio daria "caldo" para mais do que apenas um livro.

A partir daí, Caldeira idealizou o projeto de disponibilizar na internet a vida de Bonifácio. "É uma documentação útil para pesquisadores, professores e alunos. Todos poderão ter acesso a coisas que, normalmente, ficam trancadas em museus e a que, dificilmente, se tem acesso."

Segundo Caldeira, são mais de 2 mil documentos disponíveis na página. "E não foi fácil reunir tudo isso", diz. "Foram dois anos de pesquisa e uma equipe de 60 pessoas, que se dividiram entre procurar, digitalizar e disponibilizar na internet os documentos."

Somente na procura de documentos, foram necessários 20 historiadores. "A documentação estava espalhada por diversos museus e bibliotecas nacionais e internacionais. Viajamos por todo o País e por países como Portugal, França e Espanha."

Com tanta coisa reunida, a web se confirmou como a alternativa mais viável para disponibilizar os achados. "Se fôssemos publicar em papel, seriam necessários nada menos do que 34 livros com 300 páginas cada um. Não teria como", diagnostica.

Museu em favela carioca terá réplicas do MoMA

Por Roberta Pennafort
em O Estado de S. Paulo
9 setembro 2006

O principal museu de arte moderna do mundo, o MoMA, de Nova York, enviará réplicas de algumas de suas obras mais importantes para exposição no Museu da Maré, o primeiro instalado dentro de uma favela no Brasil. A negociação é feita pelo Ministério da Cultura e ainda não há data definida para o envio.

José do Nascimento Junior, diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, disse que a idéia surgiu de um encontro com a colecionadora Frances Marinho, membro do Conselho do MoMA. "Ela ficou empolgada quando contei sobre o Museu da Maré." O diretor ainda não sabe quais réplicas serão enviadas. Ele Explicou que a exposição faz parte de um projeto do MoMA, do qual o Museu da Maré será o primeiro a participar, para difusão do acervo em nível mundial.

Nascimento acredita que a mostra é uma forma de democratizar a cultura. Afinal, a população das 16 favelas que compõem o complexo da Maré, zona norte do Rio, não teria condições de visitar o MoMA. Aberto em maio, o Museu da Maré expõe fotografias e objetos que contam como surgiram as comunidades do complexo.

Google faz busca de notícias de até 200 anos

Por Alexandre Barbosa
em Estadão.com.br
6 setembro 2006

A gigante de buscas Google estreou nesta quarta o Google News Archive Search, uma derivação do serviço Google News, de busca de notícias, porém dedicado a vascular as seções de arquivos de veículos noticiosos como jornais e revistas.

Segundo a empresa divulgou, a ferramenta dará acesso a material de até 200 anos atrás, podendo exibir, nas buscas, referência a material de consulta gratuita e também para conteúdos pagos.

Uma busca por temas genéricos apresenta uma linha do tempo em que o usuário pode selecionar os arquivos por década ou por ano, conforme a disponibilidade de arquivos. Também é possível segmentar os resultados por editorias. A maior parte do conteúdo indexado está em inglês, embora seja possível encontrar materiais em outros idiomas.

A perspectiva é de que o Google expanda o alcance da ferramenta para outros países e idiomas com o passar do tempo, a exemplo do que já fez com o Google News.

ICANN, que controla a web, terá reunião em São Paulo

Por Jamil Chade
em Estadão.com.br
7 setembro 2006

A organização que controla a internet no mundo, a americana Icann, fará sua última reunião do ano em São Paulo. A entidade tenta mostrar que não é apenas uma organização americana e que está aberta a outros países.

Mas o governo brasileiro promete aproveitar o evento para questionar o monopólio da Icann sobre a rede mundial de computadores.

A entidade é quem fica responsável pelo registro de todos os endereços eletrônicos e garante a conexão entre os vários servidores no mundo. O problema, porém, é que a Icann tem um contrato com o governo americano, o que para muitos indica a interferência de Washington no controle da rede.

O que países como Brasil, Índia e China querem agora é que esse controle seja "democratizado".


MUDANÇA

O Brasil e outros governos conseguiram, em 2005, convencer a ONU a criar um grupo de trabalho para tratar de temas relacionados à Internet. Há duas semanas, porém, a Icann anunciou que estava renovando o acordo com a Casa Branca até 2011, um verdadeiro banho de água fria nas pretensões dos países emergentes em também ter voz e voto nas definições da internet.

Nem mesmo no grupo de trabalho da ONU os países emergentes conseguem fazer com que o tema seja discutido. Nesta semana, em Genebra, o grupo voltou a se reunir.

Mas diante da oposição de certos membros em lidar com o tema do controle da internet, a agenda nem sequer conta com um espaço para esse debate.

Os americanos também não desistem de seu trabalho diplomático e, nos últimos meses, enviaram representante de Washington a Brasília para tentar fazer com que as autoridades nacionais mudem de opinião sobre a internacionalização da gestão da Internet.

Para o encontro em São Paulo da Icann, a entidade espera que o evento seja uma forma de "ampliar a participação internacional no processo de desenvolvimento da governança da Internet".

O que membros do governo brasileiro alegam é que, apesar de ter representantes de vários locais do mundo e de realizar reuniões em vários países, as decisões ainda são tomadas de forma pouco transparente e sem que todos sejam consultados.

O encontro da Icann em São Paulo ocorre na primeira semana de dezembro. Esta será a segunda vez que a entidade vem ao País. A primeira reunião no Brasil ocorreu em 2003, no Rio de Janeiro.

Prefeitura divulga lista de obras furtadas da biblioteca Mário de Andrade

em Folha Online
7 setembro 2006

A Secretaria de Cultura de São Paulo divulgou nesta quinta-feira uma lista parcial com as obras raras furtadas do acervo da biblioteca Mário de Andrade. Foram levadas gravuras do artista francês Jean Baptiste Debret e do alemão Johan Moritz Rugendas, além de um livro de 1501.

O furto foi descoberto na quinta-feira passada, quando o diretor da biblioteca, Luis Francisco Carvalho Filho, pretendia mostrar o acervo à curadora de uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, interessada no empréstimo de algumas obras.

Entre as obras furtadas está o livro "Souvenirs do Rio de Jeneiro", com 12 gravuras do artista Johann Jacob Steinmann, de 1839. O livro contém imagens do bairro de Santa Teresa, da praia Vermelha, Botafogo e Nova Friburgo, entre outras.

Também foi constatado o furto de três gravuras de Karl Hermann Konrad Burmeister, retratando cenas de Minas Gerais. As gravuras foram recortadas com estilete de um volume que contém outras 11 imagens.

Da obra "Voyage pittoresque et historique au Brésil", de Debret, foram retiradas 38 litografias. Do livro "Malerisches Reise in Brasilien", de Rugendas, foram levadas 58 litografias retiradas.

Apenas três pessoas, segundo a biblioteca, têm acesso às chaves da sala onde e os armários onde ficam guardadas as obras raras. Um deles já foi ouvido pela polícia. Os outros devem depor nos próximos dias.


REFORMA

Em novembro será iniciada uma reforma na biblioteca para modernização das instalações. O procedimento já estava previsto antes do furto e prevê a instalação de um sistema de filmagem e controle de entrada e saída de visitantes, o que não existe hoje.


RIO

Em junho, o Arquivo Geral da Cidade, no Rio, também constatou o furto de obras de Debret. Segundo a prefeitura, 87 pranchas de gravuras do artista foram levadas, além de uma coleção de 227 estudos do pintor Lúcio de Albuquerque.

Em fevereiro, quatro homens armados invadiram o museu Chácara do Céu, em Santa Teresa, centro do Rio, e levaram telas de Salvador Dalí, Pablo Picasso, Claude Monet e Henri Matisse.

Interpol vai ajudar a encontrar obras da Mario de Andrade

Por O Globo
em Gazeta do Povo
7 setembro 2006

A Interpol, organização internacional de polícia criminal, vai ajudar nas buscas às obras roubadas da Biblioteca Municipal Mário de Andrade. O crime, descoberto há uma semana, só foi divulgado agora. Nem o diretor da biblioteca sabe dizer quantas peças foram levadas.

O desfalque começou a ser revelado por acaso. O crime foi descoberto após um pedido de empréstimo. Um livro com gravuras do século XVI seria levado para uma exposição no Rio de Janeiro. Ao folhear a obra, o bibliotecário só encontrou oito gravuras. Três haviam desaparecido.

As litografias, como são chamadas, são do artista alemão Burmeister. Também foram levadas 42 gravuras de Debret, 58 de Rugendas, entre outros trabalhos. Pelo menos 100 obras de outros artistas foram roubadas. Estima-se que uma única gravura de Debret, por exemplo, valha R$ 10 mil .

- Só três pessoas tinham acesso às chaves e lá dentro, encontrar as obras também não era fácil. Quem entrou na biblioteca, entrou seguramente com o auxilio de alguém, de dentro da biblioteca - disse Luiz Francisco Filho, diretor da biblioteca.

A rotina na biblioteca municipal mudou. As pesquisas ao setor de obras raras estão suspensas e somente funcionários com a missão de levantar tudo que foi roubado podem entrar.

- Eu encaminhei um disquete com ficha técnica dessas obras e imagens de todas as gravuras desaparecidas para que fosse transmitido pela polícia de São Paulo à Interpol - disse o diretor.

Comprar obras de arte roubadas é crime de receptação. A pena pode chegar a oito anos de cadeia.

Promotoria apreende documentos em museus

em Folha Online
7 setembro 2006

Uma operação do Ministério Público Estadual apreendeu ontem documentos, notas fiscais, contratos, cheques e registros contábeis, entre outros papéis, na sede do MIS (Museu da Imagem e do Som) e do Museu da Casa Brasileira, ambos do governo do Estado.

A Promotoria acusa as duas associações que os administram de desvio de recursos, superfaturamento, obtenção de vantagens indevidas e uso irregular do espaço público.

A operação foi autorizada pela 5ª Vara da Fazenda Pública na noite de anteontem. O Ministério Público havia entrado na Justiça, na segunda-feira, com uma ação cautelar de busca e apreensão. A intenção foi colher provas para subsidiar uma ação cível contra as associações, que ainda não tem data para ser apresentada à Justiça.

A investigação foi baseada em um depoimento de uma monitora do Museu da Casa Brasileira, também ex-funcionária do MIS, dado à Promotoria em maio. Segundo ela, a Associação dos Amigos do Museu da Imagem e do Som e a Associação dos Amigos do Museu da Casa Brasileira alugavam os museus para eventos e não repassavam os recursos obtidos para a Secretaria Estadual da Cultura. Ela disse ter denunciado o caso à pasta em outubro de 2005 e começado a sofrer represálias. A Folha não conseguiu falar com ela ontem.

O dinheiro, ainda conforme o depoimento, ia para as associações. O promotor Silvio Marques estima que deixaram de ser repassados aos cofres públicos cerca de R$ 500 mil por ano, "no mínimo". As entidades são conveniadas desde março de 2006 pelo Estado para gerir os museus, embora os administre desde 1993. Ambas têm sede nos respectivos museus, localizados no Jardim Europa (zona sul).

Para a Promotoria, as provas indicam que "algumas autoridades da Secretaria Estadual da Cultura e administradores do MIS e do MCB praticaram irregularidades administrativas" e podem ser responsabilizados cível ou criminalmente.


OUTRO LADO

Os museus e o Estado negam as irregularidades. Roberto Loeb, da Associação de Amigos do Museu da Casa Brasileira, disse que ainda não está acompanhando o caso. "Mas quanto à locação dos espaços, isso sempre é feito com critérios e com o consentimento do Estado."

O MIS informou que não se pronunciaria enquanto o processo estiver na Justiça.

Em nota, o secretário de Cultura, João Batista de Andrade, disse que "apurações preliminares" não indicam irregularidades, mas que analisará as alegações da Promotoria.

O Conhecimento tácito não existe

Por Aldo de Albuquerque Barreto
5 setembro 2006

O que é conhecimento é uma pergunta sempre difícil de responder, fora dos alfarrábios da filosofia, assim como é difícil responder o que e a verdade ou a natureza humana. Sei, contudo, que difere da crença, que é o empenho em aceitar a verdade de uma noção qualquer, ainda que não verificável. O conhecimento, também não é informação, embora esta possa ter com ele uma relação de mediação.

Usamos a informação, em qualquer de suas estruturas, para referenciar o que é relativamente "cru", disperso e desordenado, mas o conhecimento é o que foi "cozido", apropriado, sistematizado.

A apropriação da informação, seu fim fundamental, revela um processo de interação entre um sujeito e uma determinada estrutura de informação, que gera (no sujeito) uma modificação em suas condições de entendimento e de saber acumulado; a apropriação representa um conjunto de atos voluntários, pelo qual o indivíduo reelabora o seu mundo modificando seu universo de conteúdos. É uma criação em convivência com suas cognições prévias. Um início, de algo que nunca iniciou antes e que resultará sempre em uma modificação como conseqüência do processo de interação, ainda que, possa ocorrer uma volta e permanência ao estado inicial de saber do indivíduo.

Por estrutura de informação entendemos a forma de organização das inscrições de informação; representa qualquer inscrição em uma base que a aceite como tal, um conjunto de elementos que formam um todo ordenado e com princípios lógicos. Uma estrutura de informação possui características de linguagem que a capacitam para uma apropriação por um receptor. Estas estruturas significantes podem ser agregadas em estoques de informação institucionais. Quando distribuídas associam a leitura, o receptor e a interpretação na sua amplitude conceitual.

Se a existência de uma estrutura de informação, seja ela oral, textual, sonora ou imagética ou digital e a sua apropriação precedem o conhecimento subjetivo é uma conclusão lógica que o tal conhecimento dito tácito inexiste fora da crença.

Tal conhecimento é dito existir inato no indivíduo. É algo que prescinde e precede uma estrutura de informação e uma apropriação, pois se acredita congênito e não se exprime explicitamente por palavras nem pode ser evidenciado ou manifestado em um formato.

É algo que de algum modo se deduz pois está no mundo do secreto e das crenças ocultas.

Um conhecimento tácito só pode ser criado se formatado, fora da crença; se o indivíduo que o possui puder inscrevê-lo primeiro como uma estrutura de informação de qualquer tipo, para então, possibilitar sua transferência e apropriação por outros seres humanos.

04 setembro 2006

Leitura de ouvido: Dan Brown e Machado de Assis estão entre os áudio-livros na internet brasileira

Por Jerônimo Teixeira
em Veja online
6 setembro 2006

O leitor brasileiro já pode ouvir algumas de suas obras favoritas, comprando audiolivros pela internet. O thriller O Código Da Vinci, de Dan Brown, e clássicos como O Alienista, de Machado de Assis, estão entre os textos disponíveis. A oferta ainda é limitada – menos de 300 títulos –, enquanto o Audible, o maior site de downloads de audiolivros dos Estados Unidos, conta com mais de 30.000. O público mais óbvio dos audiolivros são os deficientes visuais, mas o produto também oferece uma alternativa para aqueles momentos cotidianos em que é impraticável ler um livro. As horas perdidas no trânsito, por exemplo, podem ser ocupadas ouvindo as conspirações de Dan Brown. O audiolivro, aliás, é mais eficiente para livros com muita trama e pouco estilo, como o Código. É ideal também para a auto-ajuda – a motivação funciona melhor em voz alta. Machado de Assis em audiolivro é uma idéia mais problemática. Compreender um autor dessa estirpe exige o recolhimento que só o livro em papel oferece. Mas isso não é propriamente uma crítica: O Alienista no fone de ouvido sempre será melhor do que funk carioca.

São duas as empresas que estão se arriscando nessa seara ainda inexplorada no Brasil. A Voolume vende obras em geral curtas, como contos de Machado de Assis ou Edgar Allan Poe e obras da coleção Folha Explica. "Os textos breves são um bom meio de formar um público para o nosso produto", diz Maurício Mota, um dos sócios da empresa. A Audiolivro foi direto a best-sellers como O Código Da Vinci e O Doce Veneno do Escorpião, de Bruna Surfistinha. As obras contam com trilha sonora – mas não têm nada de teatro: o texto geralmente é lido por um único locutor. "Nós buscamos vozes marcantes, agradáveis e sem sotaque regional", explica Marcos Giroto, criador da Audiolivro.

A Audio Publishers Association, entidade que congrega as empresas do setor nos Estados Unidos, calcula que os audiolivros representem de 10% a 15% da venda de livros no país, onde já contam com uma tradição que vem pelo menos desde os anos 50. Alguns dos primeiros registros são históricos, pois eram os próprios autores que liam suas obras – o poeta Dylan Thomas, por exemplo, lançou um disco com um conto e alguns poemas em 1952. Hoje, as gravações ficam quase sempre a cargo de locutores ou atores. No Brasil, o negócio ainda é tímido. A Voolume tem registrado uma venda média de 700 livros por mês, e a Audiolivro, de 1.000. A Voolume pretende permanecer somente na internet. A Audiolivro está entrando também nas livrarias, com produtos "físicos". Já produziu CDs com a leitura integral de O Código Da Vinci e de O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien.

Cidade ganha hoje mais um espaço para poesia

em O Estado de S. Paulo
2 setembro 2006

À moda da Casa das Rosas, na Avenida Paulista, a cidade ganha hoje uma biblioteca dedicada à poesia. A Biblioteca Alceu Amoroso Lima é a primeira de sete bibliotecas temáticas que a Secretaria Municipal de Cultura vai espalhar pela cidade até o fim do ano: as de arquitetura e urbanismo; cinema, cultura popular; ambiente; ciências; música; e contos de fadas. A idéia é recuperar prédios que funcionavam, na prática, como depósito de livros, transformando-os em pontos de encontro de pessoas com interesses artísticos comuns.

"Bibliotecas criadas ao longo dos últimos 30 anos em bairros de classe média, como Pinheiros, acabaram perdendo a atratividade", explica o secretário da Cultura, Carlos Augusto Calil. "A constatação é de que esses prédios, em bom estado, caíram em desuso, ao mesmo tempo em que bibliotecas da periferia, que funcionam precariamente, têm cada vez mais demanda."

Por isso, a secretaria trabalha primeiro pela recuperação dos prédios em bairros mais centrais, como o da Alceu Amoroso Lima, ao mesmo tempo que elabora um plano de modernização das bibliotecas nas periferias. Para pôr a de Pinheiros em funcionamento, por exemplo, foram gastos R$ 70 mil. Outros R$ 180 mil serão usados até o fim do ano numa reforma maior, principalmente na parte elétrica.

A curadoria da nova biblioteca é do poeta e professor Frederico Barbosa. Não por acaso, ele é também diretor da Casa das Rosas, que vive cheia de gente interessada em poesia, surpreendendo quem duvidava que os versos merecessem uma morada só deles na cidade. "Lá na Casa das Rosas, talvez por ela abrigar o acervo do (poeta) Haroldo de Campos, me dá a impressão de que ficou um espaço mais relacionado à expressão poética. Na nova biblioteca, queremos a moçada mesmo", diz Calil. Ele se convenceu de que a poesia merecia mais um espaço exclusivo na cidade depois de visitar o sarau da Casa das Rosas durante a Virada Cultural, em maio, que ficou lotado em plena madrugada.

De vagao em vagão, uma viagem pelos livros

Por Patrícia Villalba
em O Estado de S. Paulo
2 setembro 2006

As três horas diárias que o agente de segurança Wellington Ramos da Silva gasta para ir e vir de casa, em Suzano, ao trabalho, na Vila Mariana, são suficientes para que o Dr. Hannibal Lecter mate uma meia dúzia de desavisados em Florença. O cruel personagem de Thomas Harris será sua companhia pelos próximos dez dias, quando ele, se tiver sorte, será transportado para o mundo incrível de Sidney Sheldon, seu autor preferido. Tem sido assim, um livro depois do outro desde que o segurança de 25 anos se tornou sócio da biblioteca Embarque na Leitura, instalada na Estação Paraíso do Metrô.

Wellington diz que - "francamente" - sempre foi um leitor preguiçoso. Mas mudou, depois de namorar uma leitora voraz e catequista, que jogou em suas mãos O Outro Lado da Meia-Noite - ah, Sheldon. "O namoro acabou, mas ficou o hábito e o gosto pelos livros de Sidney Sheldon", atesta. "Pena que sejam tão concorridos."

O serviço é gratuito e o prazo é generoso - dez dias -, mas o usuário só pode levar um exemplar por vez. Para ser sócio, é preciso levar uma foto 3X4, um comprovante de residência, além de cópias e os originais do RG e CPF. A carteirinha fica pronta em cinco dias, e só com ela é possível retirar o livro.

Os livros são dispostos em vitrines, como numa livraria, de maneira bastante atraente. Foi lá que a professora de dança Renata Costa, de 31 anos, viu O Historiador, de Elizabeth Kostova. Levou para casa. "Gosto muito de ler, mas não posso comprar um livro por mês. Antes, eu alugava. Agora, não gasto nada para ler", diz, entusiasmada com o serviço.

Ontem, ainda eram 14 horas, longe do horário de pico, mas os vagões para Itaquera estavam lotados. De pé, mal se equilibrando, a auxiliar Sheila Cristina Marques, de 38 anos, viajava longe, nas imagens de areia branca e mar azul da Costa do Sauípe. Ela vai e vem todos os dias, da estação Arthur Alvim para a Clínicas. Lê sentada, se der, mas já acostumou até a ler em pé. "Peguei agora na biblioteca, para um trabalho de escolha do meu filho", conta.

Outro que lê em pé é o metroviário Davi Roberto Pereira, que já abre o livro antes de entrar no vagão. Vai de Itaquera a Tiradentes, percurso de 40 minutos. "Só leio no metrô mesmo, porque em casa os filhos não deixam", explica.

O projeto Embarque na Leitura é uma boa idéia que faz tremendo sucesso entre os usuários. Implantado com patrocínio da Usiminas e da Eletropaulo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, está em expansão - ontem foi inaugurada uma nova unidade na Estação Luz. Em quase dois anos de funcionamento, as duas já existentes - Tatuapé e Paraíso - contam com 15 mil sócios, que fizeram 72 mil empréstimos, uma média de 133 livros por dia. "Nossa meta sempre foi ter dez unidades, mas agora com essa nova biblioteca na Luz, teremos uma boa distribuição na rede", explica a chefe do Departamento de Marketing do Metrô, Flávia Cutolo. O custo de implantação de uma biblioteca do projeto é de R$ 400 mil.

Site irá disponibilizar coleção completa do "Pasquim"

Por Gabriela Longman
em Folha Online
29 agosto 2006

Enquanto revistas antigas são geralmente malconservadas e pouco lidas nas bibliotecas e acervos, um jornalista/ historiador/webdesigner passa as noites em claro para disponibilizar on-line e gratuitamente edições de "O Cruzeiro", "Careta" e "O Malho" --publicações que marcaram a história da imprensa no século 20.

Criador do site Memória Viva há oito anos, Sandro Fortunato prepara uma nova empreitada: um gigantesco banco de dados digital em que tudo o que já foi escrito, citado e desenhado no "Pasquim" poderá ser localizado por internautas.

Com a autorização de Ziraldo, Ivan Cosenza (filho de Henfil), Luiz Carlos Maciel e outros colaboradores do periódico, aos poucos Fortunato transforma em arquivo digital a coleção completa do "Pasquim", semanário editado entre 1969 e 1991 e famoso pela contestação à ditadura militar.

A coleção foi doada em maio deste ano pelo mineiro Rogério Gomes. Se Sandro mora em Brasília e a coleção estava em Juiz de Fora (MG), não teve problema: pegou um ônibus e em menos de 24 horas trouxe para seu apartamento em Brasília cerca de 300 quilos de jornal --mais de mil exemplares.

"Cheguei à rodoviária com 16 sacos de lixo lotados. O motorista me disse: 'Olha, você precisa transformar isso tudo em quatro volumes. Dois deles você tem direito a levar, o menor eu vou te cobrar, e o quarto eu finjo que não vi'. "Depois da "travessia", a coleção começa a chegar à internet na semana que vem, no dia 4 de setembro, com os 50 primeiros números digitalizados.

Carioca de 34 anos, Fortunato já viveu no Rio, em Natal, em Brasília. Embora dedique a maior parte de seu tempo ao Memória Viva, trabalha num portal particular para tirar seu sustento. "O Memória Viva nunca teve patrocinador, não cobra por acessos", diz o jornalista, cuja coleção tem cerca de 9.000 jornais e revistas. "O site surgiu da constatação de que a web brasileira, assim como o próprio país, não costuma preservar sua memória."

No início, a página reunia biografias de personalidades da história e da cultura do país. O trabalho com a imprensa só começou em 2002. "Quando precisei de fotos de Juscelino Kubitschek, tive a oportunidade de ter em mãos 40 edições da revista "O Cruzeiro". Em pouco tempo estaria no ar um setor voltado exclusivamente para a revista. Em 2005, o site foi vencedor do Prêmio Ibest de Arte e Cultura e hoje recebe cerca de 2.000 visitas diárias.


DIREITOS AUTORAIS

Para disponibilizar "O Pasquim", Fortunato procurou os colaboradores e pediu a liberação do material; mas e quanto à revista "O Cruzeiro"?

"Até hoje existe briga na família do [Assis] Chateaubriand pela fortuna dos "Diários Associados", da qual "O Cruzeiro" fazia parte. Mas a coisa é ainda mais complicada: quando vou publicar uma matéria, o direito é de quem escreveu ou do jornal que publicou? Em relação às fotos, tem o direito do fotógrafo, do veículo e de quem aparece. Ou você faz como eu fiz --vai colocando no ar-- ou então não faz nunca.

"Fortunato argumenta que seu trabalho é de interesse histórico e sem fins lucrativos. "Se alguém se achar ofendido ou pedir para não publicar algo, tiro do ar na hora", diz, fugindo da encrenca judicial --nunca foi processado. "Em geral, acontece o contrário: muitos fotógrafos da época entraram no site e ficaram fascinados: "Puxa, obrigado, alguém prestou atenção e preservou no nosso trabalho".


"BIBLIOTECAS" SIMILARES

Se ainda são muito raras iniciativas como as do Memória Viva, pouco a pouco a internet começa a receber outros sites que ajudam a mapear história do Brasil por meio de sua imprensa e de suas publicações.

Um dos melhores exemplos é o site Rio Através dos Jornais, que percorre eventos da história do Rio de Janeiro, entre 1888 e 1969, contados na íntegra, pela ótica de 62 diferentes jornais da época.

Recentemente o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) colocou na rede a coleção de sua célebre revista "Novos Estudos", publicação que marcou a história intelectual do Brasil a partir de 1981. Assim, no site do centro é possível acessar artigos dos críticos Roberto Schwarz e Antonio Candido, do sociólogo Francisco de Oliveira e dos economistas Celso Furtado e Paul Singer, entre outros. A leitura da íntegra dos textos, porém, só é permitida aos assinantes, ao custo de R$ 45 anuais.

O Banco de Dados da Folha gerencia a página Almanaque, em que é possível acessar textos históricos do jornal e galerias de fotos antigas, ordenadas por assunto.

Criador da Wikipedia diz que não vai se submeter à censura chinesa

Por EFE
em Folha Online
30 agosto 2006

Jimmy Wales, fundador da enciclopédia da internet Wikipedia, bloqueada na China desde outubro, declarou que não se submeterá à censura como fizeram outros portais, informou hoje o jornal "South China Morning Post".

A Wikipedia está vetada aos internautas chineses desde outubro, o que obriga os usuários a consultar "clones" chineses, como a enciclopédia oferecida pelo portal Baidu, que só inclui a versão oficial sobre os assuntos.

Num encontro com usuários da Wikipedia, em Hong Kong --onde o site não é bloqueado-- Wales declarou não estar disposto a sacrificar sua independência nem a impedir que os internautas possam modificar os artigos oferecidos pelo site, característica mais marcante da enciclopédia virtual.

"Para nós não seria admissível aceitar as condições impostas pelo governo chinês que quer autorizar cada edição publicada", afirmou Wales. Depois da original em inglês, a versão em chinês da Wikipedia é uma das maiores do mundo. São mais de 85 mil artigos, 2,7 milhões de páginas e 15 mil imagens.

Apesar do acesso proibido para grande parte da população chinesa, mesmo em outros idiomas, seu conteúdo continua crescendo a uma média mensal de 9%. A previsão é de que chegue aos 100 mil verbetes no fim deste ano e a 250 mil em 2007.

Os números, porém, ainda estão longe do total de artigos na versão em inglês: 1,3 milhão.A maioria dos artigos da versão chinesa aborda temas pouco polêmicos, como a arte, a história e dados técnicos. Wales considerou o bloqueio um "grande erro".

Google disponibiliza livros clássicos para download gratuito

Por Agência Internacionais
em Estadão.com.br
30 agosto 2006

Arquivos poderão ser baixados em formato PDF, além de terem seu conteúdo indexado para facilitar buscas. Como parte de seu projeto de digitalização de livros, o Google passará a oferecer aos usuários a possibilidade de baixar livros clássicos gratuitamente.

Os arquivos, disponíveis no formato PDF, incluem títulos de autores como Dante Alighieri e outros livros que não estão mais sujeitos às leis de direito autoral. A novidade é uma evolução do sistema, já que os arquivos podem ser impressos, copiados e transportados livremente (até então só era possível consultá-los na tela do computador).

Todo o conteúdo dos livros disponíveis para consulta pode ser consultado com a ferramenta de busca do site, que está fechando acordo com editoras de livros e universidades nos EUA e em outros países para a digitalização de acervos, iniciativa que inclui grupos editoriais e bibliotecas brasileiras.

No caso dos livros disponibilizados pelo Google, há uma marca d´água em cada página nos arquivos PDF onde se lê, em inglês, a frase "digitalizado pelo Google."


VERSÃO BRASILEIRA

Na semana passada, a Google anunciou o lançamento da versão em português de sua ferramenta de busca em livros, chamada de Google Pesquisa de Livros, que está em fase de desenvolvimento (beta) e que permite pesquisar textos de livros brasileiros com base em palavras chave.

O download gratuitos de livros que não estão no mercado, no entanto, não é exclusividade do Google. Outros sites que promovem formatos eletrônicos como o brasileiro Ebook Cult trazem arquivos de clássicos para download, além de links para outros sites que promovem livros em formato eletrônico.

União Européia terá biblioteca digital com 6 milhões de obras até 2010

Por BBC Brasil
em Estadão.com.br
30 agosto 2006

A União Européia (UE) começa a dar os primeiros passos para a implementação da Biblioteca Digital Européia, um projeto com o qual pretende disponibilizar pela internet a produção cultural de seus 25 países-membros e deverá reunir até 2010 cerca de seis milhões de manuscritos, livros, filmes, fotografias e outros documentos de importância histórica.

“Nosso objetivo é criar um ponto de acesso multilíngüe para toda a herança cultural européia”, explicou a comissária de Sociedade da Informação e Mídia, Viviane Reding. “A biblioteca permitirá, por exemplo, que finlandeses encontrem e usem livros digitais e imagens de bibliotecas, arquivos e museus da Espanha, ou que um alemão encontre na rede material filmográfico histórico da Hungria.”

Com acesso aberto para todo o mundo, a Biblioteca Digital Européia também permitirá que os brasileiros consultem, sem sair do país, jornais alemães da época da Segunda Guerra Mundial ou manuscritos portugueses sobre o descobrimento do Brasil, por exemplo.


MAIOR ACERVO DIGITAL

Esta semana os países europeus foram convocados a estabelecer centros de digitalização em grande escala e a começar a digitalização das obras de todas as bibliotecas nacionais. Em 2007, o processo deverá ser estendido aos arquivos e museus. A UE espera contar com dois milhões de obras digitalizadas até o início de 2008, quando o acervo inicial estará disponível.

Esse número deve chegar a seis milhões em 2010 e a idéia dos criadores do projeto é que não pare de crescer “já que, então, potencialmente todas as bibliotecas, arquivos e museus da Europa, além de instituições culturais e o setor privado, poderão compartilhar seus acervos online com a Biblioteca Digital Européia”, segundo Reding. A comissária aposta que esse será “o maior acervo de obras digitalizadas do mundo”.


DIREITOS AUTORAIS

O que ainda não está claro é se o acervo da Biblioteca Digital contará com materiais publicados recentemente. “Isso dependerá de acordos que poderão ser estabelecidos com editores e autores. Temos que estudar uma forma de disponibilizar na internet as obras vinculadas a direitos autorais”, afirmou Martin Selmayr, porta-voz da comissária Reding.

Desses possíveis acordos também dependerá a decisão de permitir que a consulta seja gratuita. De acordo com Selmayr, “seguramente não se cobrará pelas consultas a obras de domínio público, ou seja, materiais que já não são cobertos por direitos autorais”.

O projeto custará aos bolsos europeus entre 200 milhões e 250 milhões de euros (entre R$ 556 milhões e R$ 696 milhões) em quatro anos, um custo que será dividido entre os 25 membros da UE. A Comissão Européia contribuirá com 60 milhões de euros.

Para a UE o investimento vale a pena: “Uma vez digitalizada, nossa herança cultural também poderá ser utilizada como base para novos projetos criativos e para uma série de produções e serviços culturais. Poderá, por exemplo, ter um papel importante no futuro crescimento de setores como educação e turismo”, garante Selmayr.

A página da Biblioteca Digital Européia na internet já está pronta, mas atualmente funciona apenas como um portal para os catálogos digitais de algumas bibliotecas do continente.

Portal YouTube já mostrou mais de 9 mil anos em vídeo

Por Alexandre Barbosa
em Estadão.com.br
1° setembro 2006

Nem todo vídeo presente no portal YouTube é engraçado ou interessante, embora os arquivos disponíveis no endereço sejam responsáveis por muitas horas de diversão - e distração - não importando se o internauta acessa os arquivos de seu trabalho ou residência.

Mas quantos vídeos já foram afinal mostrados pelo YouTube? Uma matéria publicada pelo Wall Street Journal dá uma idéia: desde o seu lançamento, o YouTube já exibiu o equivalente a 9305 anos de vídeo.

Já o número de arquivos, ainda segundo o artigo, subiu de 5,1 milhão de vídeos para 6,1 milhões, ocupando, por enquanto, cerca de 45 Terabytes de espaço em servidores. Segundo dados da empresa de pesquisas Hitwise, o YouTube foi o serviço com maior percentual de visitas na categoria vídeo, com 42,94% dos usuários, seguid do MySpace Video, com 24,22% e Yahoo Vídeo Search com 9,58%.

Língua indígena é preservada

em Agência FAPESP
31 agosto 2006

Apenas 23 pessoas. Esse é o número atual de falantes da língua indígena sakurabiat. Para contribuir para a revitalização da língua e tentar evitar o seu desaparecimento, o Petrobras e contou com o apoio do Ministério da Cultura e do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Grupo de 37 escritores de vários países imagina biblioteca ideal

em O Primeiro de Janeiro
3 setembro 2006

Um grupo de 37 escritores de vários países reúne-se entre 26 e 30 de Setembro perto da cidade francesa de Estrasburgo para imaginar "A Biblioteca Ideal". Originários de Espanha, Argentina, Turquia, Irão, Martinica, Tunísia, República do Congo, Togo e França, os escritores debaterão com os seus leitores temas diversos e assistirão à leitura de extractos das respectivas obras, em alguns casos com acompanhamento musical. Falarão, além disso, das leituras favoritas, do livro que levariam para uma ilha deserta, das obras que consideram indispensáveis em qualquer biblioteca, no âmbito de um programa elaborado pelas autoridades de Estrasburgo em colaboração com uma importante livraria local.

O representante espanhol em "A Biblioteca Ideal", o jornalista e escritor granadino José Manuel Fajardo, autor de obras como "Carta do Fim do Mundo", "Terra Prometida" e "Os Demónios à minha Porta" (publicados pelas edições ASA), falará das personagens do seu último romance, ainda não traduzido para português, "A Pedir de Boca".

Por sua vez, o ensaísta e novelista argentino Alberto Manguel, autor de "Uma História da Leitura" (editado em Portugal pela Presença), centrar-se-á na figura de Jorge Luis Borges, que conheceu aos 16 anos.

O director da colecção "L’Infini" (o infinito) da editora Gallimard, Philippe Sollers, particularmente apaixonado pelo mito histórico de Casanova, e a historiadora Evelyne Lever, autora de "Marie-Antoinette, la Dernière Reine", são alguns dos convidados franceses que assistirão aos debates.

Na iniciativa, participarão também os africanos Alain Mabanckou, Scholastique Mukasonga e Boniface Mongo-Mboussa, indicou o presidente da Comunidade Urbana de Estrasburgo, Robert Grossman, declarando-se convencido de que a biblioteca ideal “é um mito que pode ser realidade”, como prova o antecedente da biblioteca de Alexandria.

Os encontros de "A Biblioteca Ideal" estrearão a grande sala de L’Aubette, um edifício de 1928 que acaba de ser reabilitado naquela cidade do nordeste de França, onde têm sede o Conselho da Europa e o Parlamento Europeu.

Tesauro em Ciência da Informação é lançado

Por Manoel Palhares Moreira
em TCI
3 setembro 2006

O TCI foi elaborado como parte do trabalho de doutorado de Manoel Palhares Moreira, sob orientação da Profª. Doutora Maria Aparecida Moura na Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais. O objetivo do trabalho deste doutorando era a criação de um ambiente semiautomatizado para construção de tesauros. Este ambiente prevê a existência de um tesauro já consolidado para comparações relativas ao grau de atualidade e obsolescência dos termos e das facetas onde estes estariam. A área escolhida para os experimentos foi a Ciência da Informação.

Ao se buscar um tesauro em língua portuguesa neste contexto constatou-se uma lacuna em relação à atualidade. No Brasil, o tesauro disponível para esta área é o tesauro do IBICT, datado de 1989 e defasado frente à velocidade de atualização que sofre esta ciência.

A necessidade tornou-se um desafio. Era preciso gerar um tesauro, considerado ideal e capaz de suportar as necessidades de processamento do trabalho de doutorado. Entende-se por tesauro ideal a um tesauro capaz de retratar as diversas áreas de domínios de uma área e construído levando-se em conta as garantias literária, de uso e a estrutural. Neste trabalho, o tesauro construído em ciência da informação foi batizado com a sigla TCI (Tesauro em Ciência da Informação).

Optou-se através da junção e avaliação de tesauros existentes para a área, nesta e em demais línguas. A escolha dos tesauros que iriam servir de base à criação do TCI foi orientada pela legitimidade dos órgãos responsáveis por sua criação, por seu uso consolidado na comunidade usuária e pela disponibilidade de acesso aos mesmos. A metodologia empregada pode ser aplicada na construção de tesauros em outras áreas específicas a partir de tesauros existentes. Neste instante, será de grande valia conhecer o grau de obsolescência em que se encontram os tesauros existentes e os pontos em que isto mais se manifesta.

Foram então eleitos quatro tesauros: o tesauro da ASIS (American Society for Information Science) Thesaurus of Information Science and Librarianship (MILSTEAD, 1998), o tesauro DOCUTES -Tesauro de Ciencias de la Documentación da Universidade de León (DOCUTES, 2005) , o Tesauro en Biblioteconomía y Documentación do CINDOC - Centro de Información y Documentación Científica (CINDOC, 2005) e o Tesauro em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação e Tecnologia (IBICT, 1989).

Este tesauro encontra-se publicado em http://www.inf.pucminas.br/ci/tci e espera-se que a segunda versão tenha participação da comunidade usuária através de contato possibilitado na própria página. Maiores detalhes da construção poderão ser obtidos na própria página ou na Revista DatagramaZero do mês de agosto de 2006.

Unicamp lança biblioteca científica online

em Jornal da Ciência
30 agosto 2006

Conteúdo desenvolvido pelo Laboratório de Tecnologia Educacional do Instituto de Biociências nos últimos dez anos pode ser acessado a partir de agora livremente pela Internet. A comemoração do aniversário de dez anos do primeiro software educacional criado pelo Laboratório de Tecnologia Educacional (LTE) do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não poderia ser mais bem-vinda por parte dos usuários dos produtos feitos pelo grupo de pesquisa. Não apenas o primeiro CD, mas todo o conteúdo gerado desde então no LTE está agora disponível na internet, na Biblioteca Digital de Ciências.

“Além de disponibilizar todo o conteúdo, queremos fazer da biblioteca um ambiente de ensino-aprendizagem, com a implementação das ferramentas de interação”, explica Eduardo Galembeck, professor da Unicamp e idealizador do projeto.“Como subproduto, desenvolvemos ainda um gerenciador de biblioteca digital que pode abrigar outras subáreas e revistas eletrônicas no mesmo banco de dados, usando filtros específicos e tendo corpos editoriais próprios. O gerenciador será disponibilizado aos interessados sobdemanda”, disse.

Além de artigos, imagens, links, apostilas, softwares e teses, o portal também já inaugurou uma das suas subáreas.“Criamos algo específico voltado para a bioquímica, que inclui a Revista Brasileira e Ensino de Bioquímica e Biologia Molecular, publicada pela Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq)”, disse Galembeck. Os usuários da biblioteca de ciências online podem até consultar guia para cursos, como o intitulado Bioquímica na cozinha.

A preocupação com a discussão científica sobre os conteúdos disponibilizados na biblioteca, segundo Galembeck, esteve presente desde a gênese do projeto. “Essa foi uma de nossas motivações também. Era importante ter algum mecanismo de feedback do uso dos materiais e artigos, além de ter canais para que os usuários pudessem entrar em contato com os autores em diversos níveis, dando notas, escrevendo comentários e assim por diante”, disse.

Na biblioteca, para cada material publicado, um fórum de discussão é automaticamente aberto. Atualmente, além do português, material em inglês também pode ser submetido ao novo portal. Todo o conteúdo, antes de ir para o ar, é avaliado por revisores. “Disponibilizamos inclusive os arquivos-fontes de softwares, para que estes possam ser modificados, visando ao ajuste mais adequado às necessidades de cada usuário”, disse Galembeck.