30 março 2006

Site escolhe melhores serviços da web 2.0

de MAGNET
30 março 2006

O site Seomoz realizou a primeira premiação de soluções virtuais para quase quarenta categorias distintas. O pré-requisito para cada um dos 300 indicados é se encaixar no conceito "Web 2.0", que classifica projetos que utilizem a Web como plataforma, através de recursos inovadores e completamente online que permitem alto nível de configuração e interação com o usuário.

Cada um dos sites recebeu notas em categorias Como "Usabilidade", "Utilidade", "Aspectos Sociais", "Interface e Design" e "Qualidade de Conteúdo". Os três melhores de cada categoria possuem a avaliação estampada na lista dos premiados, enquanto os concorrentes que ficaram de fora, possuem apenas links para seus respectivos sites em forma de "menção honrosa".

Diversas categorias, no entanto, não obtiveram projetos suficientes para terem um vencedor, o que inviabilizou a seleção dos premiados. Mas mesmo assim os projetos ainda aparecem sob título de menção honrosa. O site ainda entrevistou autores de projetos vencedores como Dave Sifry, do site Technorati, que cataloga conteúdo de mais de 29 milhões de blogs; Craig Newmark, do Craigslist, que permite que usuários vendam itens em 50 estados e 35 países; Seth Sternberg, do Meebo, que integra conexão a diversos programas de troca de mensagem em uma só janela web; entre outros.

29 março 2006

Site traz lista de livros mais retirados das bibliotecas

Por Júlio Preuss
da WNews
28 março 2006

Todos sabem que a Bíblia é o livro mais vendido do mundo, mas alguém já se perguntou quais seriam os mais retirados em bibliotecas? O site da Online Computer Library Center, organização fundada em 1967 para promover o intercâmbio entre bibliotecas do mundo todo, tem uma lista dos "TOP 1000" de suas afiliadas.

O número um do ranking confirma a popularidade dos escritos sagrados. O segundo colocado, a edição de 2000 do censo dos Estados Unidos, denuncia um certo americanismo na lista. O terceiro, é o mais divertido: o infantil Mamãe Ganso. Daí pra frente, a lista é cheia de clássicos: Divina Comédia, Odisséia, Ilíada, alguns Shakeaspeares e Twains... e uma coletânea de quadrinhos do Garfield, em 15º.

Universidade de Brasília lança museu virtual

da WNews
28 março 2006

A UnB (Universidade de Brasília) lançou o seu Museu Virtual. A iniciativa visa ser um canal de divulgação científica e tecnológica para o público em geral e para alunos e professores de todos os níveis de ensino do País. O museu deve divulgar exposições científicas virtuais, como a mostra sobre o cerrado brasileiro, que tem como curadora a bióloga e especialista brasileira em conservação da natureza, Shirley Hauff.

Além de desenvolver publicações periódicas especialmente para consulta Web, o Museu oferecerá atividades lúdicas e educativas de apoio a professores e alunos da rede pública voltadas para a popularização do conhecimento científico e tecnológico. O projeto conta com o apoio da Secis (Secretaria de C&T para Inclusão Social) do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia).

Portal de saúde conta com mais 1900 periódicos de acesso livre

Por Thiago Romero
da Agência FAPESP
27 março 2006

Com o crescimento da produção científica no Brasil e no mundo, os serviços de referência na internet tornam-se cada vez mais importantes. Mas localizar publicações em determinada área em ferramentas de busca, como o Google ou o Yahoo, é um processo demorado e que pode não trazer os resultados esperados.

Por conta disso, o Departamento de Informática em Saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mantém no portal da instituição um valioso serviço com referências de quase 2 mil revistas científicas internacionais na área de saúde.

Os títulos, na seção Bibliotecas, estão dividosos em especialidades e assuntos como anatomia, bioética, cancerologia, farmacologia, história da medicina, microbiologia, psiquiatria e veterinária. Ao clicar em cada um, o visitante tem listas com links para as publicações, a maioria de acesso livre.

O usuário pode também procurar por nome, palavra-chave ou ordem alfabética. A maioria dos títulos está em inglês, mas a página dos títulos em português traz links para publicações como Arquivos brasileiros de cardiologia, Revista brasileira de biologia, Acta medica portuguesa, Pesquisa odontológica brasileira , Revista brasileira de psiquiatria e mais de cem outras.

Outro destaque é a relação com 682 livros médicos, brasileiros e estrangeiros, que trazem o conteúdo disponível na íntegra e gratuitamente para qualquer interessado."A idéia é participar da tendência mundial de tornar gratuita, por meio da internet, a maior parte da literatura científica disponível", disse Daniel Sigulem, chefe do Departamento de Informática em Saúde da Unifesp, à Agência FAPESP.

"Hoje em dia, os profissionais de saúde não precisam mais gastar dinheiro com assinaturas para ter acesso a várias das principais publicações do mundo". Sigulem explica que, ao terem artigos publicados, os pesquisadores passam os direitos autorais às revistas. "Com os direitos de publicação perdidos, autores em todo o mundo estão exigindo pelo menos o livre acesso a seus trabalhos", disse.

A seção de livros e revistas científicas no portal da Unifesp é visitada por mais de 17 mil pessoas por mês. "São principalmente alunos de medicina e profissionais em busca de informações técnicas para a realização da prática médica", conta Sigulem.

28 março 2006

EUA pedem ajuda à blogueiros para traduzir documentos iraquianos

de AP
28 março 2006

O governo federal norte-americano está tornando público na Internet um grande número de documentos encontrados no Iraque. O objetivo é pedir ajuda aos internautas para traduzir e identificar dados importantes, por causa do enorme volume de dados.

Os documentos são memorandos iraquianos, guias de troca, relatórios, transcrições de conversas, fitas de áudio e vídeo em árabe encontrados no Iraque. São quase 55 mil caixas com possivelmente milhões de páginas. Os documentos estão sendo publicados aos poucos no site do Pentágono em árabe com um índice em inglês.
Em uma tradução de um blogueiro iraquiano no site pajamasmedia.com, um documento de 15 de setembro de 2001 dizia que Osama bin Laden e membro do Talibã haviam visitado o Iraque de acordo com uma fonte afegã.

Powerline.com, um site que hospeda blogs, fez uma seção específica para os achados dos documentos. "Estes documentos vão mostrar muito sobre o regime que tinha muito sucesso em se manter secreto", disse John Hinderaker, um dos donos do site.

Líderes no congresso apoiaram a liberação, que foi requisitada por bloggers conservadores que têm esperança de encontrar dados sobre as supostas armas nucleares, químicas e biológicas do Iraque ou de possíveis informações sobre grupos terroristas. Internautas já começaram a publicar traduções e comentários sobre os documentos. A idéia do governo de abrir ao público um banco de dados massivos para voluntários é revolucionária.

"Vamos usar a força da Internet nestes documentos", disse o presidente da divisão de inteligência do país Peter Hoekstra. "Eu não sei se existe algo nos documentos, mas isto nos dará uma melhor idéia do que estava acontecendo no Iraque antes da guerra."

Hoekstra disse que levou meses de discussão com oficiais da inteligência até que ele e John Negroponte, o novo Diretor Nacional de Inteligência, concordaram em tornar os documentos públicos.

O valor dos documentos é incerto - oficiais de inteligência dizem que estão revisando cada um rapidamente para retirar algo sensível. Céticos da guerra, que suspeitam da administração de Bush, acreditam que a publicação dos documentos é inútil ou selecionados para juntar argumentos a favor da guerra.

27 março 2006

Mecanismo online para referência: MORE 1.0

Por Maria Bernadete Martins Alves
de UFSC
27 março 2006

Em setembro de 2005 disponibilizamos o MORE (Mecanismo online para referências) em uma versão Beta, agora, março de 2006, a versão 1.0 está sendo disponibilizada, com duas grandes inovações: a criação de um banco de dados pessoal e um banco de dados público que armazena e organiza todo o material bibliográfico formatado pelo sistema possibilitando a função Pesquisa que é utilizada para recuperar tanto uma referência em um banco de dados pessoal, desde que o usuário tenha feito o login com sua senha, quanto do banco de dados público. O sistema avisa quando o usuário está anônimo, é uma maneira delembrá-lo de fazer o login.

Além de automatizar algumas procedimentos tais como: a inversão dos nomes dos autores (sobrenome, pré-nomes), uso de maiúsculas e minúsculas, grifo no título, pontuação, etc, a versão 1.0 após formatar a referência, gera a citação no texto e, armazena as referências em uma conta pessoal para posterior ação, salvar em formato txt.

A pesquisa é outra inovação da versão 1.0, com ela é possível recuperar referências formatadas e armazenadas pelos demais usuários do sistema. A preocupação com a acessibilidade permitiu corrigir as falhas apresentadas na versão beta, e ganhar o selo da W3C, para a versão 1.0.

Blog iraquino sobre pós-guerra concorre a prêmio da BBC

de IDG Now!
27 março 2006

Um blog anônimo de uma jovem iraquiana sobre a realidade do pós-guerra em seu país é um dos indicados para o prêmio de não-ficção Samuel Johnson Prize, organizado pela rede de comunicação britânica BBC. A versão impressa do diário virtual da autora, que assina seus posts como Riverbend, é um dos 19 títulos indicados. O livro foi lançado em meados de 2005, mas o blog Baghdad Burning continua ativo até os dias de hoje.

Os textos em primeira pessoa, típicos de blogs, retratam o dia-a-dia das pessoas com episódios de ferimentos, explosões, atentados, seqüestros e as invasões das tropas norte-americanas durante a noite. Riverbend é formada pela universidade de Baghdad e trabalhava em uma grande empresa de computação até a invasão norte-americana. Seu diário ficou conhecido no mundo inteiro como uma fonte de informação extra que oferecia um olhar diferenciado e diferente da cobertura dos grandes veículos sobre o conflito.

Entre os outros indicados está a biografia de uma escritora e cozinheira do século XIX, "The Short Life and Long Times of Mrs Beeton", e um estudo das relações entre Estados Unidos e União Soviética no pós-guerra, "The Cold War". O vencedor, que será anunciado no dia 14 de junho, ganhará a soma de 30 mil libras (aproximadamente 115 mil reais).

Britannica entra em choque com Nature por comparação com Wikipedia

de IDG Now!
27 março 2006

A enciclopédia Britannica contestou a revista Nature e pediu que a publicação se retratasse a respeito da pesquisa conduzida em dezembro de 2005 que afirmava que os livros da tradicional editora inglesa continham quase o mesmo número de imprecisões que a Wikipedia, popular enciclopédia online construída pela contribuição dos usuários.

Em anúncio, a Britannica afirma que o estudo da Nature é "tão equivocado que perde completamente seu mérito". A equipe destacada pela enciclopédia inglesa para confirmar a denúncia da Nature afirma que "quase tudo na investigação da publicação estava confuso e errado" e acusou a revista e reeditar os artigos da Britannica antes de enviá-los para a correção de pesquisadores e técnicos.

A Britannica afirma que as "dezenas de erros alegados pela Nature" não existiam, já que a revista teria usado textos que não pertencem à enciclopédia impressa. O editor-chefe da Britannica, Dale Hoiberg, afirmou no comunicado que o estudo, citado em todo o mundo, é inválido. "Nunca dissemos que a Britannica não tem erros, mas a Nature atribui várias imprecisões que não pertenciam ao nosso material", afirmou Hoiberg. "Por suas falsas acusações e análises cheias de falhas, a Nature nos fez um desfavor".

Em respostas às acusações, a Nature rejeitou o documento da Britannica e afirma que não pretende se retratar pela pesquisa, já que está confiante de que as comparações feitas no estudo são justas. "A Britannica reclama que pegamos textos do Livro do Ano e da Enciclopédia para Estudante (publicações independentes da editora). Como dissemos, a pesquisa comparou conteúdo de ambos os sites", afirma o anúncio. A Nature também afirma que, em certos casos, mandou para a revisão técnica apenas trechos de textos, tanto da Britannica como da Wikipedia, além de dizer que checou os documentos revisados e tem "bastante certeza" a acusação não procede.

A publicação, porém, assume que os textos revisados não foram checados pela redação e que a opinião de alguns dos técnicos poderia ser fruto de debates. "Já que os revisores não sabiam a fonte do material que estava lendo, e os conteúdos de ambas as enciclopédias foram tratados da mesma maneira, não há razão para pensar que que quaisquer erros foram sistematicamente alterados para influenciar o resultado", alega o documento.

Consulta pública sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL)

Por Galeno Amorin e José Castilho Marques Neto
do PNLL
27 março 2006

O Ministério da Cultura, por meio da Fundação Biblioteca Nacional, e o Ministério da Educação estão realizando uma Consulta Pública para conhecer sua opinião sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) 2006/2008, apresentadono dia 13/03, durante o Fórum PNLL Vivaleitura, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O Plano – o primeiro na história do Brasil – é constituído por projetos, programas e outras ações de fomento ao livro, à leitura, à literatura e às bibliotecas que sejam de iniciativa do Estado (governos federal, estaduais e municipais), setor privado, instituições não-governamentais e pessoas físicas.

Instituído com o objetivo de tornar o tema livro e leitura uma Política de Estado, com base nas diretrizes estabelecidas pela Política Nacional do Livro (Lei n. 10.753/2003), o PNLL foi elaborado a partir de um amplo e democrático processo de construção, que teve a participação de centenas de instituições e cerca de 50.000 lideranças que atuam na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas em todo o País. Foram diversos encontros presenciais, oficinas, seminários e videoconferências e, ainda, a partir de ações cadastradas no calendário do Ano Ibero-americano da Leitura, o Vivaleitura, comemorado em 2005 no Brasil e em outros 20 países da Europa e das Américas.

Você pode cadastrar seu projeto, programa ou evento em uma das 20 Linhas de Ação que constituem os quatro Eixos Estratégicos para que ele também faça parte do PNLL. Participe da Consulta Pública. Dê sua opinião e faça seus comentários, críticas e sugestões. O PNLL é uma conquista da sociedade brasileira e precisa, assim, ser permanentemente aprimorado com sua participação.

24 março 2006

E-mail responde por 50% da comunicação britânica

da BBC Brasil
24 março 2006

Metade da comunicação escrita na Grã-Bretanha é feita atualmente por email, indica um estudo encomendado por grupos de mídia britânicos e divulgado nesta sexta-feira. Segundo o levantamento, além do email, outro meio eletrônico em alta é a mensagem por celular, representando 29% da comunicação escrita. Apenas 13% dessa comunicação é feita por meio de caneta e papel.

A situação é ainda mais extrema quando se observa apenas os jovens com idades entre 15 e 24 anos. Nesse caso, apenas 5% da comunicação é feita por meio da escrita. Entre os mais velhos, com mais de 60 anos, o papel e a caneta permanecem populares, sendo usados em 39% de suas comunicações por escrito.

Mas apesar do crescente uso da internet e de outras novas mídias, a pesquisa indicou que a maioria dos britânicos ainda passa mais tempo assistindo à televisão ou escutando o rádio.

50 milhões de usários nos EUA lêem notícias online

de IDG Now!
24 março 2006

A internet serviu como meio de notícias para cerca de 50 milhões de internautas adultos nos Estados Unidos durante 2005, de acordo com a pesquisa "Online News", do instituto Pew Internet & American Life Project. A cifra representa um aumento de 25% no consumo de notícias online comparado com 2002, de acordo com o PEW. O relatório entrevistou 3.011 adultos norte-americanos e traça uma relação entre a lenta transição dos jornais e TVs para a Internet com o aumento da penetração da web por banda larga doméstica no país.

De acordo com o relatório, o número de usuários norte-americanos de banda larga pulou de 20 milhões para cerca de 74 milhões nos últimos quatro anos - o equivalente a 52% da população norte-americana com acesso à internet. A consulta de noticiário online por usuários de banda larga, citado por 43% deles, já passou os jornais locais e nacionais entre os principais veículos de consulta, contra apenas 38% e 17%, respectivamente. Entre usuários de banda larga, dial-up e não usuários, a web fica apenas na quinta posição, atrás de TVs locais, TVs nacionais, rádios e jornais locais.

Por outro lado, já há um grupo de usuários com conexão banda larga, classificado pelo PEW como de "alto poder", que consideram a internet fonte primária de notícias. De acordo com o estudo, 71% deles admitiram acessar noticiário online três vezes ao dia, enquanto "apenas" 59% e 53%, na ordem, buscam notícias em canais de TV locais e estações de rádio. Ainda que ilustre uma mudança vigente nas mídias de notícias, a pesquisa também aponta que os principais canais onde usuários vão buscar informações online continuam nos sites de grandes redes de TV.

Cerca de 46% dos usuários que acessam notícias online declaram visitar com freqüência sites da CNN ou da MSNBC. No Brasil, o Ibope NetRating afirmou que existem 13,2 milhões de usuários domésticos de internet. Mesmo com um número não tão grande, o país é o líder no tempo de navegação, com média de 17 horas e 33 minutos por mês, seguido por França e Japão.

23 março 2006

Livro capta R$ 1,1 milhões, recebe doações e é vendido por R$ 280

Por Fabio Cypriano
da Folha de S. Paulo
23 março 2006

Como fazer de um livro de arte um negócio da China? Inscreva o projeto na Lei de Incentivo à Cultura para arrecadar R$ 1,3 milhão. Depois, convide bons artistas plásticos para participarem do livro, sem mencionar o valor que está sendo captado. Para maximizar recursos, peça aos artistas a doação de uma obra "para ajudar nos custos" --além de fotos e textos sobre o próprio autor, pagos também por eles. O que seria uma das partes mais caras da publicação já saiu de graça. Depois, com o dinheiro arrecadado de fato, no caso R$ 1,1 milhão, lance o livro e o coloque no mercado a R$ 280.

Bem, isso é um caso real, e os valores da publicação estão no site do Ministério da Cultura. Trata-se de "Brazilian Art Book VI" (imagens do livro), publicação da editora Jardim Contemporâneo, que é lançada hoje. "Sinto-me lesado. A Nair Barbosa Lima [diretora curadora do livro] falou que ela não tinha verba. Os artistas pagaram tudo, das imagens ao texto que as acompanha", diz Gustavo Rezende, um dos 43 artistas no livro."Não foi bem essa a conversa. O que a gente sempre pede é uma obra do artista para apresentarmos nas mostras de lançamento. Como essas obras viajam, a doação é para evitar preocupação do seguro. Mas quem não está de acordo não participa", diz Lima.

A diretora confirma que fica com as obras. "Estamos montando um instituto para facilitar isso.""Estou muito surpresa por saber que o projeto captou todo esse montante, pretende vender os livros a um preço lucrativo e ainda conduziu a relação com o artista na base da permuta. Para nós, fica a palavra de que a permuta seria para ajudar nos custos. Fico constrangida de ter feito isso", diz a artista Ana Maria Tavares."Isso é valor de cinema", disse à Folha um editor que pediu para não ser identificado.

Por solicitação da reportagem, uma gráfica elaborou o orçamento de uma publicação com as mesmas especificações de "Brazilian Art Book VI". Resultado: R$ 720 mil. "Nós pagamos cerca de R$ 900 mil para a gráfica, mas há outros custos altos envolvidos", diz Álvaro César Ferrari, diretor executivo da Jardim Contemporâneo.

Tunga, Waltércio Caldas e Dora Longo Bahia estavam na lista apresentada aos artistas como convidados. Nenhum está no livro. "Eu não aceitei. Há muitos anos, alguém teve uma idéia parecida e fui com o Leonilson conhecer o projeto. Ele saiu 'p' de lá, disse que aquilo era absurdo, que mais uma vez o artista não ganhava nada. Fiquei pensando: é igual", conta Dora. Não foram só artistas que se recusaram a tomar parte do livro.

O curador Cauê Alves, do MAM de SP, foi convidado a escrever a introdução do livro e organizar a mostra. Não aceitou. "Ofereceram R$ 10 mil, mas não concordei com o modelo de financiamento do livro; o correto seria comprarem os trabalhos dos artistas, afinal o livro está sendo realizado com verba pública", disse Alves."Esse é mais um vício do circuito da arte e a gente nem tem tempo de checar essas distorções. Eles deveriam abrir as contas", afirma Tavares.

No site do Ministério da Cultura, já consta o orçamento para a próxima edição do "Brazilian Art Book", cerca de R$ 1,2 milhão, com R$ 731 mil já captados. O lançamento do livro acontece, hoje, às 19h, no andar térreo do Pavilhão da Bienal (parque Ibirapuera), na mostra "As Muitas Geografias do Olhar", com curadoria de Angélica de Moraes, que também escreve o texto introdutório da publicação. A mostra fica em cartaz até domingo, com entrada franca.


OUTRO LADO

"O livro, a exposição no Brasil e as exposições no exterior formam um todo, nós não diferenciamos uma parte da outra", afirma Álvaro César Ferrari, diretor executivo do projeto, que se integrou à equipe recentemente, embora cada uma dessas partes esteja inscrita em projetos distintos, no Ministério da Cultura."Nosso objetivo é divulgar a arte brasileira aqui e por todo o mundo. Nós pedimos que artistas doem obras para expor em outros países e, agora, pela primeira vez, expor aqui também", afirma Ferrari.

Nas edições anteriores, a mostra passou por espaços como a Britto Central, do brasileiro Romero Britto, em Miami, em 2000. Entretanto, com a sexta edição do livro e a nova exposição, Ferrari afirma que o projeto entra em um novo patamar: "Este é um momento que representa um 'turning-point' (momento de mudança); é a primeira vez que se faz um recorte mais específico na publicação; nas outras edições havia muita diversidade".

A curadora Angélica de Moraes diz que não considera adequado doar ou trocar obras, "mas esse projeto tem um potencial de se inscrever no calendário de artes da cidade. Temos a obrigação de mudar as coisas, mas elas não podem ocorrer todas ao mesmo tempo".

Argentina abre arquivos da ditadura militar

da BBC Brasil
23 março 2006

Na véspera do 30º aniversário do golpe militar de 1976 na Argentina, o governo do país anunciou que tornará públicos os arquivos secretos da ditadura (1976-1983). Ao fazer o anúncio, a ministra da Defesa, Nilda Gerré, garantiu que o governo não colocará restrições à divulgação de documentos mantidos pelas Forças Armadas. Depois de serem tornados públicos, os documentos deverão ser encaminhados ao Arquivo Nacional da Memória.

A abertura dos arquivos militares deverá ajudar a acelerar investigações de violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar no país. Organizações de direitos humanos estimam que cerca de 30 mil pessoas desapareceram entre 1976 e 1983, quando a ditadura argentina acabou. Os documentos desclassificados a partir desta quarta-feira podem fornecer provas para processos reabertos em 2003, quando as leis de anistia aos militares foram anuladas.

O decreto do Ministério da Defesa estipula que "se garanta o acesso irrestrito à informação sobre os fatos gravíssimos ocorridos em nosso país durante a última ditadura militar". O aniversário de 30 anos do golpe militar, no dia 24 de março, será antecedido por uma cerimônia nesta quinta-feira, na qual o presidente Néstor Kirchner vai prestar uma homenagem a militares desaparecidos e restituir o cargo a um militar envolvido com a defesa de direitos humanos. Na sexta-feira uma manifestação na Praça de Mayo com o tema "Nunca Mais" vai marcar os 30 anos do golpe.

Megabiblioteca mexicana

Por Sandra Licona
De El Universal
23 março 2006

Cuatro meses y no dos sería el tiempo razonable para concluir, en las mejores condiciones, el proyecto arquitectónico de la Megabiblioteca y Jardín Botánico "José Vasconcelos"; sin embargo, la obra está sujeta hoya las presiones que significa la decisión gubernamental de inaugurarla antes de las próximas elecciones presidenciales. Por los tiempos que marca el Instituto Federal Electoral (IFE), eltiempo límite para la apertura sería el 22 de mayo, confirmó Sari Bermúdez, presidenta del Consejo Nacional para la Cultura y las Artes.

De ser así, el arquitecto Alberto Kalach y su socio Juan Palomar, autores del proyecto arquitectónico, sólo tendrían dos meses paraconcluir la obra que tiene 95% de avance. "Sabemos que hay urgencia por terminar y nos han pedido que entreguemos en mayo", declaró el propio Palomar, vía telefónica desde Guadalajara. Ni él ni Kalach asistieron ayer al recorrido que realizó el presidenteVicente Fox por las instalaciones de la obra más importante del gobierno foxista, acompañado por el secretario de Educación Pública, Reyes Tamez, ny la presidenta del Consejo Nacional para la Cultura y las Artes, Sari Bermúdez.

Quien sí se encontraba ahí era Adriana León, arquitecta y esposa de Kalach, quien declaró que en efecto, al arquitecto "le hubiera gustadotener un par de meses más para que la obra quedara a su gusto, pero sele ha pedido que entregue en mayo". Más tarde, Juan Palomar reconoció que son "presiones que siempre se dan cuando hay tiempos que se quieren cumplir, lo que hemos intentado eshacerlo de la mejor manera posible. Queríamos tiempos razonables paradejar el edificio en las mejores condiciones. "Faltan una serie de detalles. Queríamos estar seguros de que todo estuviera bien revisado.

Hay limpiezas pendientes, la jardinería, sinembargo, nada que ponga en riesgo o impida el funcionamiento del edificio. "Durante el recorrido se le informó al presidente Fox que en la obra se ha trabajado con 28 empresas contratistas, que en los momentos de mayorcarga han participado hasta mil 500 empleados en la construcción del edificio, y que el proyecto arquitectónico fue seleccionado entre 596 propuestas provenientes de varias partes del mundo.

Sari Bermúdez detalló que los libreros son totalmente innovadores, yaque se trata de estructuras metálicas, con pisos de fibra de cristal, suspendidos hacia el centro del edificio, los cuales se irán armando según vaya creciendo el acervo. Precisó que el inmueble tiene capacidad para 2 millones de libros, pero que arrancarán con 500 mil y que en 10 años completarán el acervo, como lo dicta la UNESCO, organismo que por cierto también solicita que los títulos abarquen por lo menos 10 áreas temáticas, por ejemplo, filosofía, literatura y ciencia.

La presidenta de Conaculta destacó que las salas de lectura tienen vistahacia los jardines, "para fomentar el contacto de los usuarios con la naturaleza". Dijo que el acceso a la biblioteca será gratuito, que se abrirá todos los días "a excepción de Navidad y Año Nuevo", de ocho dela mañana a nueve de la noche, "aunque en época de exámenes semestrales permanecerá abierta las 24 horas del día para que los estudiantes no tengan pretextos para no estudiar". Bermúdez informó que será en los próximos días cuando el Presidente dé aconocer la fecha de inauguración y el nombre de quien dirija esta biblioteca, que es "la obra más importante del gobierno foxista" yadmitió que de abrir en mayo "posiblemente" el inmueble no trabajaría al100%.

22 março 2006

Flora Brasiliensis: o clássico da botânica online

Por Jonathan Pereira
22 março 2006

Já está online uma referência na área botânica brasileira, o Flora Brasiliensis. Este é um projeto multinacional, que envolve o Jardim Botânico de Missouri (EUA) e o Departamento de Botânica do Instituto de Biologia da Unicamp, sendo que o primeiro instituto é responsável pela digitalização em alta definição das imagens, e o segundo pela atualização da nomenclatura.

São trabalhos como esse que devem estar em pauta no Brasil. Uma obra de um século atrás, onde até hoje é referência na área de sua criação, tornando-se acessível à milhares de pessoas no mundo todo, com um trabalho cooperativo entre dois países de línguas e botânicas diferentes, porém, com algo em comum, disseminar informação. Fantástico!!!

A Internet por todos e todos pela Internet

Por Guilherme Felitti
De IDG Now!
16 março 2006

Desde os tempos em que o homem abandonou o estilo de vida nômade e descobriu formas de cultivar alimentos, a humanidade trabalha em grupo. Homens de negócios do século 21 gastam horas lendo livros de auto-ajuda, com objetivo é motivar suas equipes ao trabalho colaborativo. Portanto, podemos concluir que trabalhar de forma colaborativa não é nenhuma novidade, certo? Errado. Com a Internet, essa prática atingiu escala global, graças à facilidade de se transmitir e de se publicar informação.

Veja os exemplos da Wikipedia, do movimento de software livre e dos blogs. O primeiro é uma enciclopédia online, com a colaboração de milhares de pessoas, que já conta com mais de 3,5 milhões de artigos publicados em 123 línguas. O movimento de software livre está mudando a forma como se desenvolvem programas e ameaçando o poder da maior empresa de software do mundo, a Microsoft, que em alguns países, entre eles o Brasil, já pensa em novos modelos de licenciamento. E, por fim, os blogs. Ainda pouco difundidos no Brasil como uma opção à mídia tradicional, eles permitiram, com uma ferramenta fácil para publicar conteúdo na Internet, que qualquer pessoa pudesse ser “um jornalista”. “O que a Internet permitiu foi amplificar enormemente a capacidade de pessoas cooperarem à distância, em um grau que tecnologias anteriores não haviam ainda permitido”, afirma Tadao Takahashi, ex-presidente do Programa Sociedade da Informação do Brasil e um dos principais especialistas em Internet no Brasil.

A amplificação, sem dúvida, foi maior ainda para os entusiastas do software livre. “Nós transmitíamos os códigos uns para os outros em ligações telefônicas entre PCs ou mesmo por fitas magnéticas. Era mais devagar, mas funcionava”, lembra Richard Stallman, guru do software livre e fundador da Free Software Foundation, em entrevista exclusiva para o IDG Now!. Por mais que já fosse praticada, a introdução da tecnologia – e suas promessas de facilidades – criou um fluxo de colaboração que permite que as obras coletivas sejam visualizadas, consultadas e atualizadas, no ritmo da Internet.

Takahashi remete à montagem da primeira Enciclopédia Britânica, no século 19, quando milhares de pessoas redigiram, distribuíram e editaram milhões de verbetes de língua inglesa. O produto de tal esforço, porém, não acompanhava o que acontecia após sua publicação. “Em todos os outros meios, você poderia fazer textos ou produções coletivas, mas ela nunca foi mutante. A obra era um retrato congelado de quando um grupo entrou em acordo”, pondera Beth Saad, professora da Escola de Comunicações e Artes da USP, que estuda comunicação digital.

Ao contrário do que se possa pensar, essa construção coletiva conta com um fator muito mais determinante do que a crescente facilidade do acesso a máquinas e a banda larga: a mudança no perfil do usuário que navega. Os jovens envolvidos em projetos como a Wikipedia apresentam um interesse muito maior em dividir seus conhecimentos com outros.

A necessidade de dividir conhecimentos não explica, por si só, o fenômeno de construção conjunta, experimentada atualmente pelos usuários online. Stallman estabelece que entusiastas envolvidos na modificação e distribuição de softwares livres trabalham por motivos que vão da moral frente ao grupo à diversão. “Há uma maneira superficial de olhar para essa questão, que é contribuir por ódio à Microsoft”, afirma. “Muitos outros desenvolvedores de softwares proprietários estão fazendo coisas ‘ruins’ (sic) também”.

Longe do argumento apaixonado, Takahashi afirma que a predisposição à colaboração não envolve reputação ou idealismo: é genética. “Um colaborador pode racionalizar, mas essa propensão à sociabilidade e à cooperação “gratuitas”, desinteressadas, é o que nos distingue como espécie”.


CREDIBILIDADE

Qual a credibilidade dessas fontes novas de informações? Será que podemos confiar em enciclopédias online, com a Wikipedia, ou em blogs, com seus jornalistas cívicos?

Um dos primeiros críticos do novo status quo da Internet foi Nicholas Carr, autor do artigo "The amorality of Web 2.0", no qual critica o "culto ao amadorismo" da nova geração de Internet. Carr é o polêmico jornalista que escreveu o artigo "IT doesn´t matter", na Havard Business Review, defendendo a tese de que os investimentos em tecnologia não traziam nenhuma vantagem competitiva às empresas. Agora, Carr volta seu discurso afiado contra a Web 2.0, atacando diretamente um dos ícones da nova era: a Wikipedia, enciclopédia online construída livremente pelos internautas. "Os promotores da Web 2.0 veneram o amadorismo e não confiam no profissional", escreveu o jornalista.

A Wikipedia, criada pelo inglês Jimmy Walles, é de fato a principal personagem deste fenômeno de construção de conhecimento coletivo na Internet, mas não é imune a falhas. Em novembro do ano passado, a credibilidade da enciclopédia digital foi abalada, quando foram descobertos artigos específicos editados para que ficassem favoráveis a determinadas pessoas.

Um dos exemplos foi o do ex-VJ Adam Curry, apontado como um dos criadores dos podcasts. Curry retirou da própria biografia referências sobre iniciativas anteriores de podcast, fazendo com que sua participação parecesse mais importante do que realmente foi. Mesmo com o pedido de desculpas, dias após a ação, Curry já havia deflagrado dúvidas sobre a credibilidade de um serviço feito por inúmeros colaboradores. “Do jeito que a Wikipedia é feita, existe uma dose de confiabilidade”, afirma Beth Saad. “Uso a Wikipedia, não como única fonte de informações, mas uso”.

A própria página de informações gerais sobre a enciclopédia avisa que a Wikipedia não garante a validade dos seus próprios dados. Pesquisa conduzida pela revista Nature duas semanas após o escândalo envolvendo Curry concluiu que a enciclopédia online continha quase o mesmo número de erros que a tradicionalíssima Enciclopédia Britannica. Entre 42 verbetes, foram encontradas três imprecisões na versão online e quatro na impressa.

Outro dado da pesquisa ilustra a mudança no perfil de quem contribui: apenas 10% entre mais de mil doutores ou pesquisadores ligados à Nature já escreveram algo para a Wikipedia. A grande maioria dos verbetes foi escrita por usuários comuns, o que reflete o papel dos anônimos na construção da obra, mas também pode levantar suspeitas sobre as informações.


BLOGS E JORNALISMO "OPEN SOURCE"

Mais do que a Wikipedia pontualmente, o caso suscitou dúvidas sobre a confiabilidade do chamado “jornalismo open-source”: corrente de jornalismo online feita por colaboradores voluntários e com edição livre do material.

“[O jornalismo open-source] é um exemplo bastante importante de construção de conteúdo. Tem a ver com fatos” pondera Saad. A pesquisadora, no entanto, vê na falta de um fio condutor a principal falha da iniciativa.“Você corre o risco de não ter credibilidade nas informações. Os defensores dizem que continuam fazendo jornalismo, com valores como objetividade e clareza, mas os mesmos grupos não deixam claro o que é o grupo. Dizem que fazem um texto coletivo, que conta a verdade, mas que verdade?”, indaga a professora universitária.

O fluxo de material produzido pela mudança na mentalidade do usuário, “mais preocupado em compartilhar”, de acordo com Saad, pede uma nova maneira de se lidar com a distribuição gratuita e massiva de documentos na web. É necessário estipular novas regras para o uso, repasse ou transformação de textos e fotos.

Atualmente, o “selo” que regula o compartilhamento legal de conteúdo online atende pelo nome de Creative Commons. “Você tem modelos de licenciamento mais flexíveis, o que dá opções para essas ferramentas colaborativas”, explica Ronaldo Lemos, advogado mineiro responsável pelo protocolo no Brasil.“Quem contribui e usa o Creative Commons estipula o que o usuário que acessa pode fazer com o material – como ler, copiar e distribuir”, explica.


SOFTWARE LIVRE

O que a criação e a popularização do Creative Commons confirmam é a visão que comunidades entusiastas do software livre já apoiavam e divulgavam desde a década de 80: a noção de que o material que circula online, como textos, fotografias e desenhos, não tem impedimentos de uso e distribuição.

No caso do software livre, o conjunto de regras que regula a distribuição é o General Public License (GPL), criado em 1989 por Stallman e que deve ter sua terceira visão completamente revisada até janeiro de 2007. No sentido contrário, dá para imaginar que o fenômeno poderá ser levado ao mundo real para ser explorado comercialmente no futuro. Para que haja justiça na hora da repartição de um suposto lucro, porém, seria necessário que se formulasse um novo modelo comercial.

“Tirando os santos e os financiados por terceiros, como universidades, ONGs e governos, qualquer pessoa envolvida nesses “mutirões cívicos virtuais” terá de pensar em algum retorno material, se a atividade começar a demandar tanto tempo que comece a sobrar demasiado mês no final do salário” argumenta Takahashi.

Lemos explica que já existem exemplos de serviços comerciais que usam a licença Creative Commons e que arrecadam dinheiro com a distribuição, por exemplo, de música. “A gravadora virtual Jamendo já mostrou bons resultados financeiros da exploração de cantores e bandas que licenciam seu conteúdo por CC. Toda receita é baseada em doações repassadas para os artistas”, conta Ronaldo Lemos. O advogado não explica, no entanto, se tal modelo comercial é estável o suficiente para manter uma empresa de médio porte.

O modelo comercial pode estar longe de ser definido, mas já existem exemplos da contribuição online no mundo real. Em setembro, a revista Esquire, voltada ao estilo de vida masculino, permitiu que usuários da Wikipedia mexessem no editorial que seria publicado na revista de papel. O editor da revista, A. J. Jacobs, disse na ocasião que gostou bastante do resultado. “Foi absolutamente fascinante”, revelou em anúncio na própria Wikipédia. Como ferramenta de contribuição, a Internet ainda vai precisar de muitas mãos.

21 março 2006

Brasil é "nação de não-leitores"

De UOL Educação
18 março 2006

O Brasil é chamado de "nação de não-leitores" em reportagem publicada nesta semana na conceituada revista britânica "The Economist". O texto justifica o rótulo com base em um levantamento recente que põe o país na 27ª posição (em 30) em assiduidade de leitura. O estudo - cuja autoria não é explicitada - mostra que o brasileiro dedica, em média, 5,2 horas semanais aos livros.

A reportagem diz que os altos preços cobrados pelos volumes contribuem para o desapego à leitura. Segundo a "The Economist", a negligência governamental com a educação, que está na raiz do que descreve como "indiferença aos livros", vem desde os tempos da escravidão. O problema foi agravado, de acordo com a publicação, pela universalização tardia (nos anos 90) do primário.
A publicação cita iniciativas que visam remediar o déficit, como o Plano Nacional do Livro e Leitura, mas pondera que é tarefa árdua internalizar o hábito da leitura. Um indício disso é que a venda de livros no Brasil foi menor em 2004 do que em 1991. Motivação para o pedido de demissão do presidente da Biblioteca Nacional, Pedro Corrêa do Lago, em 2005, a deterioração do acervo por traças é tratada pela revista como motivo para "vergonha nacional".

Bienal registra recorde graças aos jovens

Por Ubiratan Brasil
De O Estado de S. Paulo
21 março 2006

A Bienal Internacional do Livro fechou suas portas no domingo à noite com números favoráveis. Segundo a organização, cerca de 811mil pessoas visitaram a feira, ultrapassando ligeiramente as expectativas (800 mil eram esperadas). Também algumas editoras anunciaram aumento nas vendas, tanto em relação à bienal do Rio do ano passado como a paulistana de 2004. Uma das explicações para o bom rendimento foi a presença maciça do público infanto-juvenil.

Apesar de normalmente mais seduzidos pela tecnologia, que lhes oferece ferramentas como blogs, os jovens aparentemente redescobriram o livro. "Elas não largam da internet, é claro, mas gostam de poder carregar o livro debaixo do braço", observou a escritora Thalita Rebouças, que autografou, durante os 11 dias da bienal, seus livros Fala Sério, Mãe! e o mais recente Fala Sério, Professor!, que vendeu 4 mil exemplares em quatro dias.

Também na Record, os mais vendidos exibiam conteúdo infanto-juvenil, como a série de Meg Cabot e suas aventuras envolvendo princesas. A editora, aliás, foi uma das que registraram aumento em seu fluxo de caixa, especialmente no fim de semana - se até o sábado vendia uma média de 17 mil exemplares por dia, naquele dia, o estande ultrapassou a marca de 40 mil. Já a editora Senac, apesar do objetivo de participar institucionalmente, apresentou um crescimento nas vendas de 42,5% em relação ao ano de passado, na Bienal do Rio, e de 37,3% em relação à última edição em São Paulo.

A ausência de vedetes internacionais foi perfeitamente compensada por escritores brasileiros. No sábado, o Salão de Idéias reuniu de improviso as grandes damas da literatura, Nélida Piñon e Lygia Fagundes Telles, que se reencontraram na noite de domingo. "O importante é não ter medo de inovar", disse Nélida a uma platéia deleitada. A preparação agora é para a feira carioca que, segundo comentários, também deverá ser em outra data, provavelmente em setembro de 2007.

20 março 2006

Google Books dá a partida no Brasil

Por Filipe Serrano
De O Estado S. Paulo
20 março 2006

Apesar do receio das editoras de livros, o Google conseguiu pelo menos duas parcerias no Brasil: com a Senac e com a Callis. O objetivo é lançar a versão brasileira do Google Books Search, uma ferramenta de busca de livros. O Google ainda tenta fechar acordos com dez editoras do País, mas não revelou quais.

O contrato mais recente foi fechado pela empresa com a editora do Senac, no final de janeiro deste ano. Segundo Marcos Vinícius Barili, gerente-editor, a editora mandou os seus 660 livros para a digitalização. "Isso pode ajudar o leitor a localizar conteúdos e a saber como pode comprá-los. A Senac se interessa pela ampla divulgação", disse Marcos Barili. Ele acredita que não há problemas de direitos autorais.

A primeira a fechar com o Google foi a editora de livros infantis Callis, no ano passado. Segundo Miriam Gabbai, editora da Callis, 90 dos 350 títulos foram enviados para o Google.
"Não me preocupei porque livros infantis têm um custo alto para imprimir, mas entendo o receio das outras editoras", disse. Ela acredita que o Google não conseguiu explicar corretamente o que é o serviço.

Eduardo Blucher, coordenador do Grupo de Estudos e Tecnologias da Câmara Brasileira de Livros (CBL), disse que há preocupação em relação aos livros técnicos e universitários. "Cada capítulo do livro é importante e, mesmo se a pessoa acessar cinco páginas por dia, já é uma perda", disse Blucher.

O Google Book Search permite que se busque livros por título, autor, editora, data de publicação e ISBN (padrão internacional de numeração de livros).
É possível também procurar por trechos nos livros. Cinco páginas podem ser lidas e variam a cada dia. O serviço indica os sites para a compra. "Estamos comprometidos em investir amplamente na indústria editorial brasileira", afirmou Marco Marinucci, gerente de Desenvolvimento do Google Book Search.


E-BOOKS

Enquanto a novela do Google Books não aponta para um final feliz no Brasil, os leitores tecnológicos têm boas novidades no mundo dos livros eletrônicos.

É cada vez maior o número de obras clássicas disponíveis para download gratuito em sites como E-BookCult, Domínio Público, Biblioteca do Estudante da Língua Portuguesa, Virtual Books e IG Educação. Obras da literatura mundial estão ao alcance no site do Projeto Gutenberg, que desde 1971 digitaliza livros. São 17 mil títulos e podem ser baixados para o PC, para computadores de mão e leitores de e-livros.

Um dos aparelhos leitores foi exposto no estande da E-BookCult na Bienal do Livro de São Paulo, que terminou ontem. Ele vai estar à venda no Brasil ainda este ano pelo precinho de U$S 600. A biblioteca digital portátil armazena até 40 livros na memória.

Museu na Luz será aberto hoje

Por Fabiano Rampazzo
De O Estado de S. Paulo
20 março 2006

"O museu está completamente pronto." Jarbas Mantovanini, gerente do projeto do Museu da Língua Portuguesa, garantiu ontem na Estação da Luz, que não falta nada, após um trabalho de três anos. "Esperamos que a população abrace essa instituição com carinho, pois a língua portuguesa é o elemento essencial da nossa cultura." O museu, que será inaugurado hoje às 11 horas com a presença do governador Geraldo Alckmin, abre as portas ao público amanhã, às 10 horas.

O museu, que teve um investimento de R$ 37 milhões, tem três andares e traz, dentre as muitas atrações e atividades, um mantra de expressões entoado por Arnaldo Antunes e uma emocionante exposição sobre o romance Grande Sertão, Veredas, de Guimarães Rosa.
"A exposição é interativa. Mas a importância só o tempo vai dizer", afirmou Bia Lessa, curadora da exposição sobre o romance que faz 50 anos.

Um auditório onde se assiste a um filme sobre a importância da língua e um centro de estudos são outros exemplos. "O centro de pesquisa é a área educativa. Mas é importante lembrar que isso tudo faz parte do projeto de revitalização da Luz - duas bilheterias da CPTM ficam praticamente dentro do museu", disse Mantovanini. O museu funcionará das 10 às 17 horas, de terça a domingo, e a entrada sai por R$ 4,00. Estudantes pagam meia e menores de 10 anos, assim como professores da rede pública, não pagam.

15 março 2006

O raro guia de livros raros

Por Ubiratan Brasil
15 março 2006

São mais de 31 mil títulos que, em alguns casos, se multiplicam cada um em vários volumes, o que dificulta totalizar o número de livros - no mínimo, deve chegar a 80 mil. Cultivada há quase oito décadas, a biblioteca particular do casal de bibliófilos Guita e José Mindlin tornou-se uma das mais importantes do Brasil, além de referência internacional na área. Seu acervo de manuscritos, primeiras edições, publicações ilustradas e outras raridades representa um verdadeiro tesouro que muito poucos conhecem.

Pensando nisso, Mindlin e a mulher elaboraram, com as fiéis secretárias que trabalham na biblioteca, os dois volumes que compõem a coleção Destaques da Biblioteca InDisciplinada de Guita e José Mindlin (544 págs., R$ 260), que será lançada hoje à noite, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

Mais que um guia para os caçadores de arcas perdidas, trata-se do levantamento de uma importante parcela da produção editorial de séculos atrás, com a apresentação de verdadeiras jóias. Algo tão diversificado que o trabalho de seleção tomou quase dois anos. "A escolha não foi uma tarefa fácil, pois a biblioteca adquiriu, ao longo dos anos e por força da diversidade de meus interesses, uma dimensão que se poderia qualificar de exagerada", comenta Mindlin, que começou a colecionar livros em 1927, quando não passava de um garoto de calças curtas. "Para mim, os livros têm vida própria, apesar de sua aparente imobilidade, e, desde que comecei a selecionar os escolhidos, praticamente todos se consideravam com o direito de ser escolhidos."

Assim, para a seleção, Mindlin e suas colaboradoras admitiram centenas de itens, o que explica em parte o termo "biblioteca indisciplinada". "A indisciplina justifica quando sou tentado a comprar obras que não se enquadram nas vertentes", explica o bibliófilo. "Mas acabo encontrando regras." Foi o interesse por assuntos brasileiros - principalmente história e literatura - que levou Mindlin, empresário e advogado descendente de judeus-russos, a formar uma biblioteca.

A leitura da História do Brasil de frei Vicente de Salvador (um cronista do século 17), presente de uma tia, incentivou-o a colecionar raridades. "Em 1927, entrei num sebo de São Paulo e comprei uma obra que me fascinou, o Discurso sobre a História Universal de Bossuet, uma edição portuguesa de 1740", lembra. "Foi uma leitura importante, pois deu origem ao meu interesse por obras, especialmente nacionais."

Aos 91 anos, Mindlin, que teve uma breve (mas marcante) passagem como jornalista do Estado durante a década de 1930, exibe uma verdadeira paixão pelos livros. Ter o privilégio de passear pelas fileiras de estantes que se estendem por sua ampla casa no bairro do Brooklin ("Vivemos aqui desde os anos 1940") não apenas permite descobrir os tesouros cuidadosamente guardados como verificar seu cuidado com cada volume - aparentemente, Mindlin sabe exatamente onde está cada volume. Se a conversa trata de Machado de Assis, ele puxa o volume do local certo. O mesmo acontece sobre Rabelais ou da primeira edição de Os Lusíadas, de 1572.

Além de encantador, Mindlin é um homem desprovido de interesses pessoais, a ponto de ter acertado com os filhos a doação de 15 mil títulos para a USP. "Sempre gostei de inocular o vírus da leitura nas pessoas."

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SERVIÇO

Destaques da Biblioteca Indisciplinada, 2v. José Mindlin. 544 págs. R$ 260. Livraria Cultura/Conjunto Nacional.

Site da Bienal traz chat com autores

Por IDG Now!
14 março 2006

O site da 19ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre 10 e 19 de março, na capital paulista, oferece ao internauta a chance de conversar com autores que estão expondo suas obras na feira.

A sala de chat tem vários bate-papos agendados ao longo de todos os dias do evento. Para acessar, basta fazer um registro e entrar na sala no horário marcado. As sessões de bate-papo acontecem de uma em uma hora, entre 10h e 21h.

Estão previstos chats sobre temas diversos que vão desde assuntos ligados ao mundo literário – como ficção infantil, loucura e fantasia na literatura e a invasão da língua inglesa nos países latinos – até dicas de alimentação, estratégias para resolver conflitos do dia a dia e trilhas sonoras de novelas.

A programação completa pode ser conferida no site da feira, na seção chat, que o usuário acessa clicando em um banner no topo da página inicial.

Apócrifos na Internet: parece mas não é!

Por Bruno Porto
14 março 2006

A internet acrescentou vários hábitos à vida do homem. Um deles é encaminhar às pessoas próximas ou nem tanto textos de medalhões das letras. A intenção de quem faz isso é quase sempre boa, mas muitas vezes o remetente presta, sem querer, um desserviço ao(s) destinatário(s). É que uma boa parte desses textos não foi escrita por quem os assina. Recém-lançado pela Editora Agir e organizado pela jornalista Cora Rónai, colunista do GLOBO e editora do caderno "InformáticaEtc", o livro "Caiu na rede" reúne alguns desses textos. A maioria dos textos circula há anos pela rede e, por isso, é reconhecida de imediato pelos internautas mais experientes.

— Isso (a proliferação de textos falsificados) também acontece lá fora, mas não em proporçõesendêmicas, como no Brasil — diz Cora. Com a ajuda do pesquisador Fred Leal, ela foi atrás dos verdadeiros autores dos textos. Em alguns casos, os dois tiveram sucesso. Em outros, não. Entre os autores que mais vêem seus nomes assinando textos de outras pessoas está Arnaldo Jabor. Ele conta que quase brigou com um jornalista há alguns anos por causa deum texto.

— Fiquei sabendo que tinha um texto com o meu nome circulando na internet. Critiquei publicamente o conteúdo dele e pouco depois descobri que o autor eraum jornalista. O sujeito ficou uma fera — lembra Jabor, que diz que os textos que circulam pela internet fazem sucesso porque "as pessoas gostam de m...". Jabor, que é colunista do GLOBO, diz que já cansou de ser parado na rua em função de textos de outros autores.

— Elas acabam ficando duplamente irritadas comigo. Primeiro, porque eu digo que o tal texto não é meu. Segundo, porque geralmente os textos são ruins e eu digo isso para as pessoas — explica.

Disparado o escritor que mais "assina" textos que nãosão seus, Luis Fernando Verissimo já escreveu sobre o assunto. Numa crônica publicado pelo GLOBO no ano passado, Veríssimo contou que estava sendo muito elogiado por um texto chamado "Quase", que ele não escrevera. No final da crônica, ele diz que foi incluído numa coletânea francesa dedicada a escritores brasileiros. "Eu estava entre Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e outros escolhidos, adivinha com que texto? Em francês ficou'Presque'". No ano passado, Verissimo descobriu que o autor de"Quase" é a universitária catarinense Sarah Westphal Batista da Silva, de 22 anos. Sarah escreveu o textod epois de levar um fora de um menino.

A escritora gaúcha Martha Medeiros também teve problemas com a internet. Ela descobriu que vários textos seus estavam circulando pela internet assinados por outras pessoas. Martha arrisca uma explicação para a propagação dos textos falsificados. Ela diz que aspessoas sempre gostaram de compartilhar quando lêem algo que amam e ressalta que antes da internet isso era mais difícil.

— Você podia no máximo indicar o livro em que havia lido o texto ou então copiar frase por frase e remeter pelo correio. Com a internet você dá duas tecladas e passa adiante com facilidade. E a rapidez é tanta que as pessoas nem param para pensar se aquele texto é mesmo do autor indicado — diz. Deve ser assim quecomeçam as adulterações: alguns por distração, outros por preguiça de checar, e uns poucos por maldade.

Na introdução de "Caiu na rede", Cora Rónai chama a atenção para os "falsários anônimos". São pessoas que escrevem textos e os assinam com o nome de um autor famoso. Professora de informática da PUC, Carla Leitão diz que o que move os falsários anônimos é o desejo de ver seu texto difundido.

— A possibilidade de o texto de um anônimo circular é pequena. Se ele usar o nome do Veríssimo, isso pode mudar. Ele acha que é visto mesmo sem ser visto — diz Carla, que é doutora em psicologia. Martha acha que muita gente assina com outro nome para se proteger.

— Escrever é uma brutal exposição e muitos não têm coragem de tornar públicas suas idéias, suas frustrações etc. De repente, eles fazem sua catarse na hora de escrever mas, na hora de botá-lo no mundo, preferem se proteger — diz Martha, que é colunista doGLOBO.

Segundo Carla, analisar a autenticidade desses textos pode ser um bom exercício para os vestibulandos.— É um bom exercício de leitura — diz. Mesmo que não o façam com más intenções, as pessoas que assinam textos próprios ou de terceiros com o nome de autores famosos podem ser punidas judicialmente. É o que diz Marisa Gandelman, professora de direitoautoral da PUC.

— O autor pode pedir uma quantia por danos morais ou exigir que o texto saia de circulação. Ele ainda pode exigir uma retratação — explica Marisa. Existe um terceiro tipo de texto falsificado circulando pela internet: os que trazem a assinatura correta mas tiveram trechos seus alterados.

— Já recebi um texto meu, corretamente assinado por mim, inteiramente modificado — conta Cora, que dá um conselho para os falsários anônimos.

— Parem de ser covardes e criem seus blogs. O que é bom é bom. E o que é ruim vai continuar sendo, por mais Veríssimo que se tasque na assinatura.


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PARA SABER MAIS:
- Quem é o autor?
- Para separar o joio do trigo
- Como reconhecer um apócrifo
- Os sites