12 julho 2007

Mágica de Potter possui efeito limitado nos hábitos de leitura dos jovens

Por Motoko Rich, do The New York Times
em Último Segundo
11 julho 2007

De todos os poderes mágicos exercidos por Harry Potter, talvez nenhum lançou um feitiço mais forte do que sua suposta habilidade em transformar os hábitos de leitura dos jovens e crianças. No que se tornou quase uma mitologia sobre a popular série escrita por J.K. rowling, muitos pais, professores, bibliotecários e donos de livrarias deram créditos pela inspiração de uma geração de crianças a ler por prazer em um mundo dominado pelas mensagens instantâneas e downloads de músicas.

E foi assim para muitas crianças. Mas ao acompanharem os romances instrinsicamente organizados, a verdade sobre Harry Potter e leitura não é uma história de sucesso tão simples assim. De fato, enquanto a série se aproxima de seu final, estatísticas federais mostram que a porcentagem de jovens que lêem por prazer continua a cair significativamente ao passo que ficam mais velhas, na mesma exata taxa anterior ao lançamento de Harry Potter.

Não há dúvidas de que os livros se tornaram uma sensação editorial. Nos 10 anos desde o primeiro livro, "Harry Potter e a Pedra Filosofal" ser publicado, a série vendeu 325 milhões de cópias pelo mundo, com 121,5 milhões somente nos Estados Unidos. Antes de Harry Potter, era virtualmente impossível encontrar crianças fazendo fila por causa de um livro. Crianças que anteriormente só haviam lido capítulos curtos de livros devoravam mais de 700 páginas em questão de dias. A Scholastic, editora americana do livro, planeja uma impressão recorde de 12 milhões de cópias para "Harry Potter e as Relíquias da Morte", o ansiosamente aguardado sétimo e final capítulo da saga, pronto para sair na meia-noite do dia 21 de julho.

Mas alguns pesquisadores e educadores dizem que a série, no final das contas, não tentou permanentemente as crianças a deixarem de lado seus Game Boys e lerem um livro em seu lugar. Algumas crianças ficaram amedrontadas pelo crescente tamanho dos livros ("A Pedra Filosofal" tinha 309 páginas; "Relíquias da Morte" contará com 784).

Outros dizem que Harry Potter não possui tanta repercussão como títulos que refletem mais realisticamente suas vidas diárias.

"Acho que a mania Harry Potter foi algo bastante positivo para as crianças", disse Dana Gioia, presidente da Fundação Nacional das Artes, que revisou estatísticas de fontes federais e particulares que mostram consistentemente que crianças lêem menos ao passo que envelhecem. "Levou milhões de crianças a ler uma longa e razoavelmente complexa série de livros. O problema é que um livro de Harry Potter ao ano não é suficiente para reverter o declínio na leitura".

MEC investirá R$ 20 milhões em livros para universidades

Por AE
em Abrelivros
28 junho 2007

O Ministério da Educação vai investir R$ 20 milhões em 2006 e 2007, para tentar atualizar as bibliotecas das universidades federais. Nos próximos dias, começa um censo com os professores das instituições para mapear as deficiências das bibliotecas.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, a falta de livros no acervo das instituições é uma das maiores reclamações dos estudantes que fizeram o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o novo Provão. Especialmente daqueles que estão no último ano do curso. No censo, que será feito pela internet, cada professor das federais irá dizer quais livros usa nas suas aulas, quais existem na biblioteca e se o acervo é satisfatório ou não. Serão consultados cerca de 50 mil professores das federais.

A partir da lista dos livros mais usados, o MEC deverá fazer a compra para renovar o acervo. A prioridade será dada para os livros mais citados em cada disciplina. "Temos a percepção de que esses R$ 20 milhões representarão um enorme avanço na modernização das bibliotecas das federais", disse Haddad.

O ministério também decidiu tornar público parte do portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes). O portal é um site em que instituições de ensino superior cadastradas têm acesso a mais de 9 mil periódicos científicos. Hoje, 163 instituições são cadastradas.

"Iniciaremos esse portal livre a que qualquer cidadão terá acesso. Será um acervo importante, tornado disponível através de um acerto entre a Capes e as editoras", disse Haddad.

O ministério também pretende incrementar o portal Domínio Público, em que estão disponíveis livros literários e científicos de graça, para qualquer pessoa que quiser baixá-los da internet. Este ano, o número de livros deve alcançar 10 mil, segundo Haddad.

Dados que trafegam diariamente na internet pesam 0,00567 miligramas

em IDG Now!
4 julho 2007

Se fossem colocados em uma balança, quanto pesariam todos os dados enviados diariamente pela internet? A resposta final, obtida através de cálculos baseados em elétrons e bits, é 0,00567 miligramas, segundo uma reportagem da Discover Magazine de Junho.

Para entender o peso da internet, é preciso compreender o processo essencial que controla toda a informação que passa pela rede.

Para atravessar a web, a informação é dividida em partes que, por sua vez, contém dados - cujo tamanho varia de uma dúzia a milhares de bytes. Assim como a informação em si, estas partes também contém detalhes que são usados para determinar o destino dos dados.

Independente do local onde as informações vão chegar, há um ciclo básico que se repete: a mensagem é armazenada na memória de um computador, analisada para seu destino ser encontrado, decodificada para a transmissão - aí atuam os elétrons. O processo reinicia e se repete quantas vezes forem necessárias.

O importante deste processo, contudo, não são os elétrons, mas sim o padrão dos bits que as informações descrevem. Eles percorrem longas distâncias e são reconstruídos na memória eletrônica de todos os sistemas nas redes por onde trafegam.

A partir daí, o raciocínio é o seguinte: dentro da memória de um computador, há um condensador de bits 1 e 0, que é componente de um chip. Por sua vez, o chip armazena elétrons.

Ao calcular o peso dos bits associados a uma parte da informação na memória de um computador, metade do caminho é percorrido.

Se um e-mail possui aproximadamente 50 kilobytes, ele é composto por 409.600 bits. Para cada e-mail ser armazenado, são necessários 8 bilhões de elétrons. O peso de cada e-mail seria, então, 9 x 10-31 kg. Mas ainda são necessários alguns dados para concluir o cálculo inicial.

O tráfego de e-mails equivale a 9% das atividades que ocorrem na web, segundo o relatório Internet Growth 2006, de Clifford Holliday. Estes dados contabilizariam 40 petabytes, ou 40 x 1015 bytes.

Com estas informações é possível calcular o peso dos dados enviados diariamente através da grande rede mundial, que é de apenas 0,00567 miligramas. O volume inclui todo tipo de informação que as pessoas trocam - de contratos de negócios a cartas de amor, decodificados em números um e zeros.

Juntos, estes bits pesam o equivalente ao menor grão de areia possível - que mede apenas dois milionésimos de polegada.

Tecnologia da Informação e Sociedade: o panorama brasileiro

Por Aldo Barreto

O documento traça um cenário brasileiro do uso da informática e das novas tecnologias de informação. Preparado pelos consultores Legislativos da Área de Comunicação Social, Iinformática , Telecomunicações e Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados o documento em PDF tem 188 páginas e é bastante abrangente no conteúdo indo da sociedade da informação no Brasil até a inclusão social com forte enfoque no governo eletrônico. Seu sumário se estende por 7 páginas.

A publicação apresenta ainda conceitos; pesquisas e métricas internacionais de avaliação de programas; mecanismos de financiamento; o perfil da indústria de TI; o papel do Poder Público; as experiências em governo eletrônico; a atuação do terceiro setor; a legislação atual e os novos marcos regulatórios em discussão nessa área.

A julgar o conteúdo pode tratar-se de uma fonte de consulta e um guia para os especialistas das áreas abrangidas. A versão PDF está disponível para livre download.

Confissões de um observador privilegiado

Por Aldo Barreto

O historiador Eric Hobsbawm analisando o século XX diz que, nos seus últimos cinqüenta anos a humanidade viu inserir no seu convívio mais inovações do que em todo o resto da sua história. Fatos muito importantes aconteceram, particularmente, no período entre 1945 ate 1948 quando uma bolha de inovação inseriu no contexto: a fissão nuclear que produziu a primeira bomba atômica; foi desenvolvido, o Eniac e depois o Univac-1, o primeiro computador de aplicação geral; Alexander Fleming recebeu o prêmio Nobel, pela descoberta da Penicilina; um avião voou mais rápido do que o som; foi inventado o transistor; foi fundada a Unesco; Norbert Wainer publicou Cybernetics onde discursou sobre a teoria matemática da informação e Vannevar Bush publicou "As we may think".

Acabava a guerra e a informação mantida secreta naquele período seria colocada a disposição do mundo. Designado pelo presidente Roosevelt o Dr. Vannevar Bush, entre 1938 a 1942 dirigiu o Comitê Nacional de Pesquisa depois Office for Scientific Reserach and Development; sua missão foi juntar cientistas americanos e europeus para direciona-los ao esforço aliado de guerra. Em 1945, Dr. Bush escreveu "As we may think" sobre o problema da informação em ciência e tecnologia e possíveis entraves que haveria em organizar e repassar a sociedade às informações mantidas secretas durante a guerra.

Os obstáculos seriam estruturais: a formação dos recursos humanos na área de informação estava ultrapassada , também, o seu instrumental de armazenamento e recuperação e a teoria existente, não dava conta, de explicar como organizar e controlar o que seria uma explosão de informação.

O artigo apareceu primeiro em 1939, em uma carta ao editor da Revista Fortune, teve sua histórica versão no periódico Atlantic Monthly e depois a Revista Life fez varias observações e chamadas sobre o trabalho. Era o máximo de exposição na midia considerando o potencial da época.

Vannevar Bush pode ser considerado o precursor da ciência da informação e 1945 sua data fundadora com a publicação do seu artigo que modifica o paradigma do campo da informação em ciência e tecnologia e que envolvia seus profissionais, seus instrumentos e as condições teóricas da representação da informação para processamento e armazenagem.

Bush introduziu a noção de associação de conceitos na organização da informação, pois assim via o padrão com que o cérebro humano funcionava para transformar informação em conhecimento. Indicou que os sistemas de classificação e indexação.existentes eram limitativos e não intuitivos.

As suas idéias, na época, provocaram tamanho frisson que foram parar em Londres. Em 1946, um ano após o término da segunda guerra foi realizada em Londres a “Royal Empire Society Scientific Conference”, que levou à realização em 1948 da Royal Society Scientific Information Conference.

Os cientistas de quase todas as áreas tinham propostas para resolver os problemas da gestão da informação, mas para não de perder o seu status acadêmico ao se juntar a uma nova área, esta foi criada com o nome de ciência da informação. Os resultados da Conferência de Londres , apesar das 723 páginas dos seus Anais, ficaram muito perto dos problemas apontados por Vannevar Bush em seu artigo de 15 páginas.

Assim em 1945, surgia, com o artigo de Bush, depois formalizado na Conferência de 1948, a Ciência da Informação. Um ano após a Conferência da Royal Society de Londres Jason Farradane, J. Bernal , S.C. Bradford, Mortimer Taube, Brian Vickery e outros criaram o Institute for Information Scientists para acolher os novos cientistas e as novas idéias surgidas na área.

Nesta mesma época, em 1952, foi criada por este grupo dos cientistas da informação o Classification Research Group destinado a propor teorias emergentes para armazenar e recuperar a informação; o problema da época era o grande volume de informação e sua gestão. Os profissionais que fundaram o “Institute for Information Scientists” fundaram sob o comando de Jason Farradane o primeiro curso pós-graduação em de ciência da informação na The City University, anteriormente o Northampton College of High Technology, localizado na City de Londres, Inglaterra.

Quanto ao computador a ciência da informação só teve acesso a máquina, perto de trinta e cinco anos depois do artigo de Bush, quando o custo da memória magnética permitiu o processamento de textos.

Michael Lesk em seu artigo famoso "As 7 idades da ciência da informação" indica que no ano 2010 não existiria mais a ciência da informação ou bibliotecas; diz o autor que neste ano, passados 65 anos do paper de Bush, a maior parte da informação relevante existente já estaria em modo digital e acessada em rede com sua própria organização e controle.

Olhando para trás consigo ver parte de minha vida mesclada com a história da ciência da informação. Fui orientado por Jason Farradane, quando estudei na The City University da Inglaterra. Farradane , para melhorar o inglês, me levava as reuniões do Classification Research Group e para corrigir a entonação às coxias da Sinfonica de Londres onde ele tocava trompete por prazer; estive em uma das últimas Reuniões internacionais, em 1975, do Cranfielfd College,com Cyril Cleverdon e outras 400 personalidades internacionais da área discutindo por 10 dias, metalinguagens, recall e precision.

Eu vivi a área da ciência da informação em se fazendo e hoje já meio antigo posso ser considerado fonte de informação primária. Procurei repassar isso aos meus alunos e é no conhecimento e na lembrança deles que vivo com mais intensidade melhor e para mais tempo.

***
* As Sete idades da Informação (em inglês).

Programa Minha Biblioteca distribuirá livros para alunos de São Paulo

em Boletim PNLL
2 julho 2007

Na Semana da Criança, em outubro, alunos do 1º ao 4º ano de escolas públicas da cidade de São Paulo vão receber, cada um, um kit com dois livros de literatura e uma maleta com espaço para mais exemplares para começar a montar sua biblioteca pessoal. A iniciativa, que faz parte do Programa Minha Biblioteca, é da Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Câmara Brasileira do Livro. Lançado no último dia 26, o programa prevê que, ao término do ensino fundamental de oito anos, cada criança tenha em casa a maleta completa com 16 livros. Neste ano serão beneficiados 275 mil alunos do 1º ao 4º ano de 463 escolas municipais, com 560 mil livros distribuídos. Em 2008, o programa contemplará também alunos da 5ª a 8ª série.

Novo estudo de Manuel Castells

Por Murilo Cunha

Os usuários da internet são mais ativos, têm mais amigos, estão mais implicados com a vida política e tem menos depressões, segundo concluiu o informe Proyecto Internet Catalunya (PIC), publicado pela Universidade Aberta da Catalunha. O sociólogo Manuel Castells, vice-diretor do estudo, ressaltou que o projeto "o que já se sabia, que as novas tecnologias aprisionam as pessoas em suas casas, mas que ativam a sociabilidade". Os dados foram coletados por 40 pesquisadores por meio de 15.390 entrevistas presenciais e 40.400 na internet.

Castells afirma que a internet é o "elemento-chave para a autonomia pessoa, política, econômica e profissional". Em sua opinião, "quanto mais autônoma é uma pessoa mais utiliza a internet, o que, por sua vez, reforça sua autonomia". Para o sociólogo esta afirmativa é importante, pois "é a primeira vez que se demonstra estatisticamente".

O PIC é um programa de pesquisa que foi desenvolvido durante sete anos, de setembro de 2001 a junho de 2007, e tem contado com o apoio das autoridades da Catalunha. O objetivo da análise do PIC, composto por sete projetos de pesquisa, tem sido a incidência da internet em todos os aspectos da vida social, empresarial e administrativa catalã. Segundo o sociólogo, a rede "requer um determinado nível educativo porque nos encontramos perante uma sociedade da informação desinformada e isto a internet não resolve". Também afirmou que a internet "aprofunda a brecha mais histórica: a educativa".

Castells apontou que a evasão escolar "que é de 30% e que representa um problema para o futuro, pode ser combatida com as tecnologias e por meio da reciclagem dos professores". O sociólogo reivindicou o uso da internet nos centros educacionais e afirmou que ela é uma ferramenta habitual " dos alunos e professores em casa, porém não é utilizada nas aulas". O estudo mostrou que 83% dos jovens entre 15 a 24 anos são usuários freqüentes das novas tecnologias e que esta faixa etária está diminuindo a diferença do gênero no uso da internet.

O livreiro dos pobres

Por João Prado
em IstoÉ Dinheiro
4 julho 2007

John Wood tinha um dos cargos mais invejados do mundo corporativo. Logo depois de se formar na Escola Financeira de Colorado (EUA), assumiu a direção de marketing da Microsoft, em Sydney (Austrália), e poucos anos depois já era diretor de desenvolvimento da companhia, na China. Wood era o homem de confiança dos líderes da gigante da informática, Bill Gates e Steve Ballmer. Ótimo salário, respeito profissional e um carro conversível na garagem de seu apartamento de 180 metros quadrados, faziam da figura do executivo o perfil a ser seguido por outros empresários da indústria de tecnologia. John Wood era um exemplo. Menos para ele mesmo. Em 1998, estressado pelas horas contínuas de trabalho e pela crescente pressão por resultados fizeram Wood tirar a suas primeiras férias, em nove anos:

"Achava que férias era coisa para empresários fracos", contou. E foi justamente viajando até o Nepal, para praticar trekking (caminhada em trilhas), que Wood descobriu o que realmente queria fazer: ajudar a alfabetizar crianças pobres. Daí surgiu a Room to Read, ONG fundada em 2000, responsável pela implantação de 3,6 mil bibliotecas e 110 oficinas de informática, além da distribuição de 2,8 milhões de livros e 2,3 mil bolsas de estudo para meninas carentes - a parcela mais afetada pela falta de educação. No total, mais de 1,2 milhão de crianças de sete países (Nepal, Vietnã, Camboja, Índia, Sri Lanka, Laos e África do Sul) já foram beneficiadas.

A idéia não poderia surgir em outro lugar. O Nepal, país asiático do Himalaia, possui um índice de 70% de analfabetismo entre sua população. "Poderia ajudar aquelas crianças que sofriam com a pobreza e a falta de educação", diz Wood. Imediatamente, ele passou um e-mail para amigos e conhecidos, pedindo que mandassem livros para a casa de seus pais, nos EUA, ou a quantia de US$ 5 a US$ 100, para ajudar no transporte até as aldeias carentes. Dias depois, ao checar suas mensagens eletrônicas, encontrou uma do pai: "Você precisa dar uma chegada rápida aqui em casa! Acho que temos cerca de 3 mil exemplares aqui, mas perdemos a conta". De volta ao trabalho, Wood não conseguia mais identificar um sentido em toda aquela correria desenfreada: "Tinha uma vida sem nenhum propósito. Não fazia mais sentido trabalhar para deixar pessoas ricas ainda mais ricas", contou Wood à DINHEIRO, durante visita a São Paulo na semana passada.

Quase um ano após prometer para os professores de uma precária escola no Nepal, em Bahudanda, que iria voltar com livros para montar a biblioteca, Wood viajou com seu pai para o país e chegou à aldeia com três burros de carga lotados com cestas de livros: "A imagem das crianças desesperadas para pegar um livro foi a melhor recompensa", diz.

Desde então, a Room to Read arrecadou US$ 25 milhões, em sete anos, de diversas empresas, fruto dos contatos da época da Microsoft. O banco de investimentos Goldman Sachs, por exemplo, doa milhas de passagens aéreas para ajudar no transporte dos livros. Da Microsoft, Wood extraiu também o modelo de gestão. "O foco em resultados me ajudou a criar uma ONG que realmente identificasse os problemas e o que eu precisaria fazer para supri-los", conta. Hoje, a entidade tem grupos espalhados em 25 cidades ao redor do mundo, responsáveis pela montagem de palestras e o recebimento de doações. A experiência de transformação pessoal gerou o livro "Saí da Microsoft para mudar o mundo" (Editora Sextante). Embora seja um relato pessoal, ali também está registrado um pouco da história da empresa criada por Bill Gates. Algumas partes também remetem às impressões de Wood sobre seus chefes. "Após as reuniões com Steve Ballmer, o agressivo, exigente e instável número 2 da Microsoft, é que me convenci de que merecia uma folga", cutuca ele. Com certa ironia, Wood disse que só sente falta de uma coisa de sua vida como executivo: o cartão de crédito, que o deixava "gastar sem ter preocupações". Ao ser questionado se recebe ligações da Microsoft, pedindo para que ele volte ao trabalho na companhia, Wood responde com uma gargalhada: "Não me ligam. Mas se ligarem direi: 'Me dê dinheiro para investir na Room to Read."

Exclusão digital atinge idosos, mesmo com computador dentro de casa

Por Alan Meguerditchian
em Aprendriz
27 junho 2007

45% dos idosos paulistanos têm computador em casa. Entretanto, apenas 19% dizem utilizar o equipamento. Os dados são da pesquisa Idosos e a Internet, do Datafolha, que entrevistou mais de 300 pessoas acima dos 60 anos na cidade de São Paulo, para conhecer hábitos e saber opiniões em relação ao uso de computadores e da Internet.

O estudo também identificou que apenas 12% dos entrevistados realizam atividades educacionais. Se recortada a amostra de idosos que dizem utilizar a Internet, o número dos que fazem algum curso sobe para 22%.

Ainda entre os entrevistados que utilizam o computador, 56% têm vontade de iniciar um novo curso. Esse mesmo desejo cai para 40% entre aqueles que não utilizam a tecnologia. Os cursos desejados mais citados foram: computação, pintura, idiomas e tricô.

Tais dados demonstram que a inclusão digital poderia ser um instrumento para melhorar a qualidade de vida da população brasileira idosa. A pesquisa integra uma experiência desenvolvida há nove anos em que idosos aprendem a navegar na Internet e a utilizar o computador com a ajuda de adolescentes.

A maioria dos entrevistados (85%) acha positivo aprender a usar computador na terceira idade e associa essa opinião, na maior parte das vezes, aos benefícios da Internet. No entanto, não saber usar e não ter acesso a um computador são razões que impedem que os idosos usufruam das possibilidades que o mundo digital proporciona.

Segundo a pesquisa, a Internet é uma ferramenta bem avaliada devido aos benefícios de aprendizado e comunicação. 24% dos idosos mantêm-se informados sobre o que acontece no Brasil e no mundo pela rede. 19% conversam com amigos e familiares, 8% pagam contas e realizam transações bancárias sem sair de casa e 3% estudam. Além de tudo isso, foi colocado por 10% dos entrevistados que a Internet ajuda a exercitar a mente e o raciocínio.

A média de idade na qual os entrevistados começaram a utilizar computador é de aproximadamente 54 anos. Dos que utilizam computador em casa, 24% afirmam que tiveram seu primeiro contato com um computador depois dos 60 anos. Cerca de 36% começaram a usar até os 50 anos e 39% entre 51 e 60.

A pesquisa identificou também que as mulheres são mais ativas do que os homens. 16% fazem algum curso ou participa de alguma atividade. Entre os homens essa taxa é de 5%.

Projeto para criação da Biblioteca Virtual da América Latina

Por Thiago Romero
em Jornal da Ciência
12 junho 2007

A parceria visa a promover a indexação, o armazenamento, a preservação e a disseminação de informações sobre a produção técnica, científica, cultural e artística dos países da região, geradas pelo Memorial da América Latina e por outras instituições do exterior que tenham coleções sobre o continente para fins de pesquisa, ensino e extensão.

A primeira iniciativa do convênio deverá ser o desenvolvimento da plataforma tecnológica necessária para a implementação da BV@L no Memorial, com base em recursos avançados das tecnologias de informação e comunicação.

“O protocolo de intenções nos dá o direito de utilizar toda a experiência técnica acumulada pela Fapesp na formação de sua Biblioteca Virtual. Tão importante quanto essa transferência de conhecimentos será a utilização da biblioteca do Memorial para a integração dos países latino-americanos por meio de atividades de reflexão e de disseminação cultural”, disse Fernando Leça, diretor-presidente da Fundação Memorial da América Latina, à Agência Fapesp.

“Essa é uma missão que o Memorial persegue desde sua fundação, há 18 anos, e que agora está mais próxima, com a possibilidade de usarmos modernas tecnologias a serviço da integração do continente”, destacou Leça.

O conteúdo da BV@L incluirá informações sobre as coleções existentes no acervo bibliográfico da Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, instalada dentro do Memorial e que conta com cerca de 30 mil títulos, em vários campos do conhecimento, incluindo materiais impressos e audiovisuais.

“É importante ressaltar que uma biblioteca virtual não necessariamente deve abrigar, em formato digital, todo o conteúdo de uma biblioteca física”, disse Marcia Rosetto, coordenadora técnica do projeto de implementação da BV@L. “A biblioteca virtual também deverá conter uma área de arquivos digitais, mas isso é um passo que será dado mais adiante.”

Segundo ela, o objetivo da etapa atual do projeto, que se formaliza com a assinatura do convênio com a Fapesp, é a construção de um diretório com dados sobre a América Latina, tendo em vista a criação de uma rede de contatos e o aprimoramento do diálogo com outras instituições importantes do continente.

“Será preciso, em um primeiro momento, identificar onde estão as informações sobre o continente e quem são as instituições que as detêm. Essa é uma iniciativa de médio e longo prazo. Por outro lado, já estamos planejando a digitalização de publicações em que o memorial seja detentor dos direitos autorais, como a revista institucional Nossa América”, explicou.

Segundo Carlos Vogt, presidente da Fapesp, o convênio tem especial relevância para otimizar a divulgação da memória cultural, das atividades científicas e da produção tecnológica na América Latina.

“As possibilidades que nos são dadas pelo mundo virtual, pela informatização e pela socialização do acesso criam espaços virtuais capazes de agregar instituições”, disse. “Esse movimento de consolidação das bibliotecas virtuais, que é o espírito desse convênio, nos permite sonhar com a criação de uma nova biblioteca de Alexandria.”

“Além de ser uma grande honra e satisfação, trabalhar em parceria com o Memorial, uma instituição sui generis na América Latina, nos motiva a encontrar novas fórmulas de ação e preservação da memória dos acervos, de maneira que o resultado seja o maior entrelaçamento das relações entre os países envolvidos com a iniciativa”, destacou Vogt.

Memórias clandestinas

Por Aldo Barreto

A densidade dos ritos de informação corresponde a qualidade do saber acumulado na memória. Representa um conjunto de atos contínuos, que se acrescentam no tempo; obras pelo qual o indivíduo reelabora o seu mundo modificando o seu espaço, uma criação em convivência com o passar do tempo.

A densidade da memória é agregativa e aderente e não se separa do todo de uma qualidade conquistada. Isto é o que faz ser, completamente diferente, o pensar de um homem de cinqüenta anos e de outro de cinco anos.

A interatuação do sujeito, com os seus estoques de memória, potencializa o espectro temporal de seu destino indicando que existem tempos distintos para configurar as moradas da memória e uma esperança de que esta memória depois de formalizada possa transformar as realidades existentes.

Deriva daí a importância das residências da memória.

No tempo do computador pessoal dizemos: vou entrar em um arquivo indicando a idéia de viagem e permanência no local da informação e esta possibilidade de ingresso mostra a circunstância de serena espera da memória para possibilitar uma ação maior.

Entrar em um arquivo é desvendar castelos em labirinto onde o viajante não pode nunca olhar de cima para baixo, como um ser avoante e ver as tramóias e os os caminhos certos para a informação desejada. Há que se percorrer todas as alamedas para conhecer o labirinto da memória.

Estes arquivos potencialmente armazenados em estoques acumulam-se exponencialmente em estruturas que lhe servem de repositório. Mesmo com filtros naturais na entrada para limitar qualitativamente o crescimento do estoque, a coisa toda poderá tombar devido ao seu próprio peso, a menos que se modifiquem, pelo deslembramento, as proporções relativas da estrutura em relação ao seu conteúdo.

O estoque de memória nos traz à imaginação questões da memória e do esquecimento. É necessário domiciliar parte de nossa memória para abrir espaço. Pensamos, então, na condição do não esquecimento das memórias clandestinas, ocultas por razões sociais de certa contemporaneidade e por isso não conseguem um domicílio instituído, o que possibilitaria o esquecimento.

Não podemos treinar a deslembrar como treinamos o aprimorar de nossa memória. Mas o esquecimento é uma qualidade da memória, que a preserva e a mantém saudável. Nossa memória funciona, e só funciona porque nos é dada esta capacidade do esquecimento.

A mente humana, quando em seu sentido de justiça tem a irracionalidade dos fantasmas, que assombram e afastam uma realidade falsamente construída.

As Memórias clandestinas por pressão ou opressãonão podem ser esquecidas e precisam ser recontadas como uma lenda. Como a lenda as lembranças clandestinas tem um percurso de passos delirantes sem destino certo e explicações fáceis: é como um percorrer de labirintos de medusas entrelaçadas.

Lenda porque, nestas memórias emaranhadas, versões se agregam pela narração de diferentes indivíduos seguindo caminhos alternativos e com diferentes intenções. Memórias clandestinas são lendárias, pois, qualquer seja o seu núcleo de intenção, representarão sempre a soma do que delas se diz de acordo com os diferentes enunciados.

MCT assina acordo com instituição das Nações Unidas

em Jornal da Ciência
12 julho 2007

O ministro Sergio Rezende assina, nesta quarta-feira (27), acordo de cooperação científica e tecnológica entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e a Fundação para a Linguagem Universal Digital (UNDL) das Nações Unidas.

A finalidade é indexar no Sistema UNL (Universal Network Language) os conceitos em ciência e tecnologia da língua portuguesa, em códigos digitais, que em seguida poderão ser convertidos automaticamente em múltiplas línguas. O projeto será coordenado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCT).

O sistema UNL foi criado em 1996, no Instituto de Estudos avançados da Universidade das Nações Unidas em Tóquio, Japão, para facilitar a comunicação entre os povos e democratizar o acesso à informação e ao conhecimento por meio das novas tecnologias da informática, reduzindo, assim, a crescente exclusão digital.

O UNL vem sendo desenvolvido por uma rede de pesquisa e desenvolvimento mundial da qual fazem parte mais de 150 cientistas e engenheiros da informática da inteligência artificial e da lingüística.

Em 2005, a ONU confiou a gestão e distribuição desta patente no mercado internacional à Fundação UNDL, com sede em Genebra, Suíça.

Essa fundação coordena um conjunto de centros desenvolvedores em diversos países, entre os quais a Alemanha, Armênia, Brasil, China, Espanha, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão , Egito (Biblioteca de Alexandria), Mongólia, Rússia, Suíça, Tailândia e os Estados Unidos.

Na ocasião, o presidente da fundação, professor Tarcísio Della Senta, proferirá palestra com o tema “O Sistema UNDL: A Revolução na Gestão do Conhecimento”.

10 julho 2007

Manuscritos de Leonardo caem na rede

em G1
27 junho 2007

São os verdadeiros códigos Da Vinci - aliás, códices Da Vinci seria o termo mais correto -, e podem ser desvendados de graça por qualquer pessoa com acesso à internet. A Biblioteca Leonardiana, com sede na pequena cidade da Itália onde o genial Leonardo da Vinci nasceu, colocou de graça na web cerca de 3.000 páginas digitalizadas do pioneiro renascentista. É possível ver seus esboços e, para quem sabe italiano, ler os textos que os acompanhavam.

Para acessar os arquivos, basta se cadastrar no site www.leonardodigitale.com (em italiano). Por enquanto, três cadernos de esboços do mestre estão disponíveis para visualização em alta resolução: os dois Códices Madri e o Códice Atlântico ("códice" é a palavra usada normalmente para designar livros antigos e manuscritos com o mesmo formato dos livros atuais, e não em rolos, como os papiros). São coleções de desenhos científicos e técnicos.

A Biblioteca Leonardiana, que fica em Vinci, na Toscana (centro-norte da Itália), recebeu financiamento da União Européia para o trabalho. O plano é digitalizar outros cadernos do gênio, completando um arquivo público de 12 mil páginas.

Por enquanto, dá para fazer buscas pelo número de páginas e por palavras - em italiano do século 15, bem entendido - dos textos. Os responsáveis pelo projeto esperam colocar no ar buscas em outras línguas em breve. Janelas abertas ao lado das páginas "originais" trazem o texto - o que é uma mão na roda, já que Leonardo costumava escrever ao contrário, com o texto invertido (da direita para a esquerda) com a ajuda de um espelho. (Há quem diga que isso se deva ao caráter paranóico do artista; outros sugerem que o fato de ser canhoto o levou a usar essa técnica.)

Não só de arte e sofisticação vivem os desenhos. Com sua mente frenética, Leonardo costumava usar os códices como verdadeiros cadernos de anotação, marcando até listas de compras nas margens dos desenhos.

Inclusão na sociedade do conhecimento, artigo de Jorge Werthein

Por Estado de S. Paulo
em Jornal da Ciência
26 junho 2007

Jorge Werthein, doutor em Educação pela Universidade Stanford (EUA), é diretor-executivo da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla). Artigo publicado no “Estado de SP”:

Uma visão realista do papel da informação e do conhecimento nos atuais processos produtivos leva a crer que nem uma nem outro conduzem necessariamente à igualdade social.

Isso implica considerar que as novas tecnologias da informação, embora representem avanços em diversas áreas, também conduzem a formas inéditas de exclusão social.

Percebe-se, de um lado, o avanço da tecnologia, o desenvolvimento de recursos cada vez mais sofisticados nos campos da comunicação, da educação, da informação.

De outro, verifica-se mais uma forma de disparidade social: a exclusão da sociedade do conhecimento, caracterizada pela distância entre os que dominam as novas tecnologias e aqueles que mal as compreendem ou até as desconhecem.

Os países também vivem de modo desigual o ingresso na sociedade do conhecimento. O exemplo mais evidente desse fato é o desenvolvimento da internet, que tem conseguido interconectar, em poucos anos, milhões de pessoas nos lugares mais remotos do mundo - em 1995, eram 20 milhões de usuários; em 2000, eles já somavam 400 milhões; e, em 2006, eles já eram quase 1 bilhão.

O acesso à internet, contudo, é desigualmente distribuído: 75% dos usuários vivem nos países industrializados, membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que têm 14% da população mundial.

Enquanto nos Estados Unidos os usuários são 54% da população total, na América Latina e no Caribe eles são apenas 3,2%.

Outra disparidade se pode observar no interior dos próprios países: a maioria dos usuários da rede mundial de computadores vive em zonas urbanas (80% dos usuários na República Dominicana vivem em São Domingos), têm melhor escolaridade e melhor condição socioeconômica (no Chile, 89% têm ensino superior), são jovens (aqueles entre 18 e 24 anos de idade têm cinco vezes maior probabilidade de serem usuários do que os maiores de 55 anos) e, na grande maioria, do sexo masculino (na América Latina, eles são 66%, embora essa disparidade se venha reduzindo).

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há algumas semanas divulgou dados mais recentes. Contou 32,1 milhões de usuários da internet no país.

Como usuários, o instituto compreende a população de 10 anos ou mais de idade que acessou a internet, por meio de microcomputador, pelo menos uma vez, em algum local - residência, trabalho, escola, centro público de acesso pago ou gratuito etc.

A maioria desses usuários é do sexo masculino (16,2 milhões), tem média de idade de 28 anos, 10,7 anos de estudo e rendimento médio mensal familiar per capita de R$ 1 mil.

O perfil de quem não utiliza a rede é claramente distinto e, por isso mesmo, merece atenção: mais de 37 anos de idade, entre cinco e seis anos de tempo de estudo e rendimento médio mensal de R$ 333.

Cabe, portanto, à sociedade e a seus governantes decidir que caminho preferem seguir, se o da inclusão e conseqüente homogeneidade, ou o da exclusão e resultante fragmentação.

Nesse sentido, o domínio do conhecimento científico faz parte do exercício da cidadania em sistemas democráticos. No mundo atual, o capital mais importante de um país é o conhecimento. O conhecimento, contudo, depende da formação de pessoas capazes de produzi-lo e manejá-lo.

Mediante visão de médio e longo prazos, a resposta para modificar o atual quadro de exclusão da sociedade do conhecimento se encontra na educação.

Investir em educação está no ponto de partida para reverter a situação de quase letargia em que a América Latina se encontra, se comparada aos países mais desenvolvidos científica e tecnologicamente.

Mas investir em educação tem vários significados. O principal deles é elevar a qualidade da educação básica. Para isso há estratégias, como aprimorar a formação dos professores, aumentar o tempo de permanência dos alunos na escola, melhorar a infra-estrutura e equipar os estabelecimentos de ensino.

A todas essas se pode acrescentar mais uma: a incorporação do ensino de Ciências ao currículo desde o ensino fundamental, de comprovado impacto em tantos países desenvolvidos e em desenvolvimento, os quais optaram por essa alternativa.

No âmbito da tecnologia, há, em todo o globo, iniciativas voltadas para a redução da crescente lacuna digital: desde o desenvolvimento de software livre até recentes esforços para lançar no mercado computadores de baixo custo, a menos de US$ 100.

No Brasil, o projeto Cidades Digitais, do Ministério das Comunicações, pretende facilitar o acesso à rede e reduzir a exclusão digital em pequenas cidades do interior do país.

A revolução tecnológica, porém, não pode ser reduzida a mera incorporação ou acúmulo de maior número de máquinas e sistemas de informação e comunicação. É mais que isso.

A inovação deve ter caráter social (sustentada com políticas educativas e culturais, de desenvolvimento social, sanitárias, de emprego, etc.) de forte impacto em médio e longo prazos.

Cabe salientar, uma vez mais, que somente a educação poderá garantir que as novas tecnologias da informação e da comunicação cumpram seu papel social, isto é, garantam qualidade de vida ao maior número possível de cidadãos. Estes precisam saber captá-las, manejá-las e explorá-las com eficiência.

Portanto, além do acesso, da conectividade de alta resolução e agilidade, o cidadão necessita saber tirar de tudo isso o melhor proveito e não se perder no emaranhado de informações dispersas no ciberespaço.

Nisto deve consistir a base da sociedade do conhecimento: a possibilidade e a capacidade de adquirir e processar informações e transformá-las em conhecimento útil.

Nova lei transforma pesquisa em bom negócio

em Folha Online
24 junho 2007

A Receita Federal vai dar mais descontos às empresas que investirem em pesquisa. As novas regras que constam na lei 11.487, aprovada pelo presidente no dia 15 deste mês prevêem abatimentos sobre o lucro real das companhias, indicador usado para o cálculo do Imposto de Renda.

Os descontos variam de acordo com os gastos feitos em pesquisa, que poderão sofrer acréscimos de 60% a 250% antes de serem declarados. A artimanha contábil autorizada pelo governo tornará as despesas das empresas maiores, reduzindo seus lucros e o impostos.

Grandes corporações conseguem os benefícios tributários. Nesse time, a Petrobras é campeã. Em 2006, foram cerca de R$ 200 milhões destinados aos principais centros de pesquisas do país. Entre eles estão USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

A HP (Hewlett-Packard) calcula que 40% dos US$ 30 milhões gastos anualmente em pesquisa estejam com laboratórios terceirizados. Para o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, esse valor tende a aumentar porque é mais barato utilizar a estrutura de outras instituições.

Embora o modelo brasileiro de financiamento de pesquisas não seja o ideal, ele está ajudando as universidades, especialmente as públicas, na produção de conhecimento.

O problema é que, muitas vezes, as empresas utilizam a estrutura pública e querem ficar com os direitos autorais das descobertas e invenções.

No Brasil, espera-se que a nova lei consiga elevar a taxa de investimento das empresas em pesquisa para que elas possam competir com os concorrentes estrangeiros. Segundo a Anpei, hoje a maior parte das empresas reserva em média menos de 1% de seu faturamento para inovação tecnológica. Em países desenvolvidos, essa média ultrapassa os 20%.

Serra quer biblioteca aberta nas escolas

Por Maria Rehder
em Jornal da Tarde
22 junho 2007

Foi em uma escola de bairro nobre, a Escola Estadual Ennio Voss, no Brooklin, Zona Sul da Capital - onde a biblioteca funciona e os professores não faltam - que o governador José Serra deu início ontem ao programa carro-chefe de seu governo, o “Professor Auxiliar”, que prevê a atuação de um estudante do curso de pedagogia em parceria com os professores titulares de 1ª série do Ensino Fundamental.

Essa escola atende a cerca de 1,4 mil alunos de 1ª a 8ª série e tem 6 turmas de 1ª série, das quais duas já contam com o professor auxiliar. De acordo com Serra, o programa, em sua fase inicial, será realizado em 613 escolas estaduais da Capital.

Na ocasião, porém, o governador reconheceu a necessidade de dar atenção especial às bibliotecas das escolas estaduais, que atualmente não contam com bibliotecário, mas, sim, com os chamados professores readaptados, aqueles que foram afastados da sala de aula por algum problema de saúde. É este contexto que impede que muitas escolas estaduais tenham suas próprias bibliotecas abertas nos três períodos de aula para que os alunos , principalmente os que estudam no período noturno, tenham acesso aos livros.

“Sou fanático por bibliotecas, os primeiros livros que eu li foram em biblioteca, pois eu não tinha livros em casa. No entanto, faremos um reforço nesta área. Mas, aí há um problema que é de natureza trabalhista, pois muitas vezes você pode ter um bibliotecário na escola com um regime de 8 horas, mas que com horas/atividade, isso e aquilo, acaba ficando na biblioteca apenas 5 horas. Acredito, que uma biblioteca em certas horas do dia pode ficar aberta com alguém tomando conta, sem ser especialista. No colégio onde estudava, o Firmino de Proença, lá na Mooca, às vezes não tinha bibliotecário, mas sempre havia alguém tomando conta para que não houvesse desvio de livro”, disse Serra.

Ele disse que na sua opinião as escolas têm de ter um bibliotecário. “Mas nas horas que não tiver, tem de haver alguém o substituindo. Acredito que até o final do ano conseguiremos um avanço, mas não conseguiremos resolver tudo.”

No início do ano, por meio de uma reportagem publicada na coluna “Pais & Mestres”, do JT, Serra teve conhecimento de um projeto desenvolvido na Escola Estadual Maria Antonieta Martins de Almeida, de Embu das Artes, que para manter a biblioteca aberta nos três períodos, por meio da Associação de Pais e Mestres (APM), conseguiu pelo programa Jovem Cidadão, contratar alunos monitores para atuar na biblioteca escolar no período de contra turno. “Na minha opinião, a proposta de alunos monitores é boa para a rede, mas ainda temos de analisá-la”, disse na ocasião.

Espanha aprova nova Lei do Livro

em Boletim PNLL
18 junho 2007

O Congresso espanhol aprovou na última semana a Ley de la lectura, del libro y de las bibliotecas, que substitui a antiga legislação que regulava o mercado livreiro e remontava a 1975. Segundo o jornal El País, a atualização e adaptação da antiga lei às novas tecnologias estavam entre as demandas mais importantes de editores, livreiros e bibliotecários nos últimos anos. Entre as principais características da nova lei está a flexibilização de preços dos livros didáticos, a criação de um Observatório de leitura, a inclusão do catálogo de empréstimo bibliotecário e o investimento de 431 milhões de euros em oitos anos nas bibliotecas públicas.

Por uma política nacional de acesso livre à informação, artigo de Rodrigo Rollemberg

em Jornal da Ciência
10 julho 2007

Rodrigo Rollemberg é deputado federal (PSB-DF) e foi secretário de C&T para Inclusão Social do MCT. Artigo escrito para o “JC e-mail”:

O conhecimento gerado pela informação científica é instrumento básico e valioso para o desenvolvimento de um país. É o pilar do Estado moderno.

Nessa nova sociedade do saber, onde a internet surge como um veículo poderoso de disseminação do conhecimento, a organização e estruturação da informação científica se faz necessária.

Durante a minha vida pública, sempre defendi o estabelecimento de um marco legal com o propósito de registrar e disseminar a produção técnico-científica brasileira.

Para atender, de certa forma, essa demanda apresentei à Câmara dos Deputados uma proposta (PL 1120/2007) obrigando todas as instituições de ensino superior, de caráter público, assim como as unidades de pesquisa, a construírem repositórios institucionais para depósito do inteiro teor da produção técnico-científica do corpo discente e docente, sendo disseminado pela Internet, de forma livre.

Essa ação constitui um importante canal de comunicação científica da ciência brasileira e garante o direito ao acesso à informação. Uma forma de exercício da cidadania.

Se a proposta for aprovada por nosso parlamento, o Brasil será o primeiro país da América Latina a estabelecer um marco legal com o propósito de registrar e disseminar a produção técnico-científica.

A criação de um repositório de conteúdos digitais e a elaboração de uma política consistente com respeito à divulgação vêm ao encontro da demanda dos docentes de difundir sua produção intelectual e de ter acesso facilitado às pesquisas dos colegas.

O Instituto Brasileiro de Informação em C&T (Ibict), que sempre lutou pelo acesso livre à informação, ficará responsável pela integração, consolidação e disseminação, em seu site na Internet, de todos os repositórios institucionais.

Já o Ministério da C&T deverá constituir um Comitê de Alto Nível, coordenado pelo Ibict, composto pelos principais segmentos da comunidade científica, para discutir e propor uma política nacional de acesso livre à informação.

Posso garantir que a promoção de mecanismos de acesso aberto dará mais visibilidade e transparência ao que é produzido pela universidade.

Tenho certeza que a construção dos repositórios e o arquivamento digital da produção técnico-científica proporcionará maior visibilidade dos investimentos do governo em C&T, além de dar subsídios, ao Estado, para a elaboração da política de fomento de C&T para o Brasil.

É salutar salientar que a ação proposta pelo projeto de lei contribui para reduzir a chamada exclusão cognitiva, uma vez que registra e dissemina a produção científica brasileira de forma livre e integrada.

A melhor forma de lutar contra essa exclusão é o compartilhamento do conhecimento.

A exclusão cognitiva e a concentração do conhecimento são algumas barreiras que precisam ser ultrapassadas e a solução para vencê-las passa pelo investimento na educação, na pesquisa e no desenvolvimento da ciência e tecnologia.

Projeto sobre liberação de direitos autorais provoca debate

Por Geraldo Sobreira
em Senado Federal
12 junho 2006

A votação, na Comissão de Educação (CE), de projeto que altera a Lei do Direito Autoral (Lei 9.610/88) com a finalidade de dispensar autorização prévia do autor para as representações públicas de obras teatrais, musicais e literárias que não visem lucro (PLS 221/04) foi adiada para que o debate sobre a proposta seja ampliado.

Depois de discussão do tema na manhã desta terça-feira (12), o presidente da CE, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), concedeu vista do projeto, que é de autoria do senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), aos senadores Flávio Arns (PT-PR) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Crivella não concorda com o teor do projeto de Zambiasi.

- O autor da obra tem o direito constitucional de receber pela sua obra, é um patrimônio intelectual - disse.

Flávio Arns elogiou a proposta de Sérgio Zambiasi, mas ressaltou a necessidade de um debate mais amplo no Congresso sobre as atividades do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).

Sérgio Zambiasi concordou com o pedido de vista e com a ampliação dos debates sobre a matéria, mas argumentou que a proposta amplia as oportunidades dos artistas para divulgação de suas obras. O relator, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), apresentou parecer favorável à aprovação do projeto.

- Não há sentido em se exigir autorização prévia ou pagamento de direitos autorais quando o evento em que for representada ou executada a obra não tiver, nem sequer indiretamente, a finalidade lucrativa - defendeu o relator

Bibliotecário seleciona a informação para atender ao público

Por Simone Harnik
em G1
12 junho 2007

Há ainda quem associe o bibliotecário àquele profissional da escola que se preocupava com o estado de conservação dos livros e que fazia “psiu”, pedindo silêncio, muitas vezes de maneira rabugenta. Mas, de uns anos pra cá, a profissão mudou muito, principalmente com o desenvolvimento da tecnologia. Os bacharéis em biblioteconomia ocuparam novos postos, além das tradicionais bibliotecas, e dinamizaram o trabalho. Tudo para que a informação chegue a quem procura. Este profissional é o tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (12).“O bibliotecário trabalha em duas pontas: no preparo da informação e nas formas de recuperá-la, para facilitar a localização”, explica Nêmora Arlindo Rodrigues, presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia.

Ouvindo assim, parece simples, mas o bibliotecário aprende durante a graduação diversas técnicas para catalogar e organizar obras e documentos; estuda formas de desenvolver bancos de dados informatizados e aprende a decidir o que é melhor em cada caso. “O profissional trabalha com mediação de informação. Tem de ter jeito para lidar com outras pessoas. Precisa adequar a informação que organizou, buscou, e levar para a outra pessoa”, afirma a coordenadora do curso de biblioteconomia da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Helen de Castro Silva Casarin.

PROFISSIONAIS

No Brasil, existem 37 cursos de biblioteconomia, segundo dados de 2005 do Ministério da Educação (MEC). Também existem cinco cursos de ciência da informação, muito semelhantes aos de biblioteconomia, e nove de arquivologia, que se destinam a formar profissionais para trabalhar em arquivos. As três formações são afins, com algumas diferenças entre si. A principal diferença é que apenas o profissional formado em biblioteconomia pode obter registro no Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB). “A biblioteconomia está passando por um processo de transformação. Algumas escolas mudaram o nome para cientista da informação, acompanhando as novas tecnologias. É necessário trabalhar o mercado para absorver essa mão-de-obra” diz a presidente do Sindicato dos Bibliotecários no Estado de São Paulo, Vera Stefanov.

PERFIL

No curso, além de matérias técnicas sobre catalogação, organização, desenvolvimento de bancos de dados, métodos de pesquisa, os estudantes também têm uma carga de aulas de matérias sobre cultura geral. E para se aproximar da realidade, é necessário realizar estágio. “Costumamos dizer que o aluno que quer fazer biblioteconomia tem de gostar, antes de tudo, da pesquisa. Precisa encontrar uma informação, onde quer que esteja. É necessário uma grande curiosidade”, afirma Tarcisio Zandonade, professor do curso de biblioteconomia da Universidade de Brasília (UnB).

Bibliotecários estão presentes até em escritórios de advocacia

Por Simone Harnik
em G1
12 junho 2007

Quem imagina que o lugar de bibliotecário é na biblioteca, está muito enganado. O profissional ganhou novas áreas para trabalhar. Não raro encontram-se bibliotecários em escritórios de advocacia, empresas de publicidade, sites de informação.

“O mercado se ampliou muito. Uma biblioteca, um centro de informação, podem estar presentes em um escritório de empresa para gerar a inteligência competitiva e até em escolas do meio rural, onde o profissional vai exercer até uma atividade pedagógica”, afirma Nêmora Arlindo Rodrigues, presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB). Para a presidente do Sindicato dos Bibliotecários no Estado de São Paulo (Sinbiesp), Vera Stefanov, a carreira de biblioteconomia, que é muito antiga, trabalha com a informação. “A informação está valorizada. Hoje se reconhece que a recuperação da informação é importante, estratégica”, diz. Até para organizar o universo imenso de dados disponíveis na web, o bibliotecário se destaca.

SALÁRIOS

Não existe piso salarial regulamentado para a profissão no país todo. O Sinbiesp recomenda um mínimo de R$ 1.360, para os profissionais formados. Mas o salário pode ser bem mais alto para quem assume postos de gerência. De acordo com pesquisas do sindicato, bibliotecários em cargo de chefia chegam a receber de R$ 4.200 a R$ 7.300. E, em nível de assistentes, os salários variam de R$ 1.700 a R$ 4.200. O crescimento do número de universidades, que precisam ter bibliotecas, é outro campo que aqueceu o mercado. E quando o profissional já tem experiência de muitos setores pode, inclusive, ter sucesso com um negócio próprio de consultoria.

Biblioteca de escritório usa tecnologia para facilitar trabalho

Por Simone Harnik
em G1
12 junho 2007

Em um dos principais escritórios de advocacia do país, Cristina Macedo, 45 anos, conseguiu seu primeiro emprego com 15 anos. Era auxiliar na biblioteca. Trinta anos se passaram e a auxiliar virou gerente do acervo de 52 mil volumes e incontável conhecimento digitalizado no Pinheiro Neto Advogados.

Com mais seis pessoas na equipe, a biblioteca particular atualiza diariamente um banco de dados digitalizado sobre legislação, que serve de base para advogados e clientes. Além disso, faz clipping de reportagens sobre cada área do direito. Saiba um pouco do trabalho da bibliotecária, que ela conta em entrevista ao G1.


Como a senhora escolheu a carreira? Onde estudou?
Escolhi porque já trabalhava no escritório, foi meu primeiro emprego. Comecei a trabalhar na biblioteca com 15 anos como auxiliar. Quando foi a época de prestar vestibular, prestei para bibioteconomia e fui fazer o curso. Estudei na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

O que se faz na biblioteca de um escritório de advocacia?
O escritório sempre investiu muito na biblioteca. Aqui é onde se reúne todo o conhecimento do escritório. Não cuidamos só das coisas que estão impressas. Cuidamos também do material que é produzido pelos advogados. E a informática veio para ajudar. Um diferencial da biblioteca é que tem banco de dados de acompanhamento de legislação desde 1964. Hoje, há um banco de dados enorme e os advogados têm acesso a 90% da legislação digitalizada.

Como os advogados usam essa legislação?
Eles têm acesso via internet nos escritórios. Mas também vêm muito à biblioteca, porque é um lugar prazeroso, muito agradável. Isso digitalizado facilita, porque o advogado trabalha em cima de leis editadas. Todos os dias fazemos acompanhamento no Diário Oficial, para o banco de dados estar sempre atualizado.

Qual é a principal característica do seu trabalho?
O grande diferencial é conseguir atender e ajudar a pessoa. Saber direcionar a pesquisa. Lidar com livro, não tem muito a ver com a atividade do bibliotecário. A atividade principal na biblioteca é saber como mostrar ajudar quem procurou, para a pessoa sair satisfeita, com a resposta na mão. Não adianta ter trilhões de livros, se não sabe onde está a informação.

Qual é o desafio na profissão?
São algumas pesquisas que são cabeludas. Teve uma vez que um advogado viu em algum texto que na Corte dos EUA, o julgamento era feito de uma maneira diferenciada. Começou-se a ir atrás, busca aquilo, aquilo outro, juntando palavrinhas. De uma hora para outra, vimos no "New York Times". Aí, você se sente superbem, porque achou o que a pessoa queria.

É importante o bibliotecário se especializar?
O bibliotecário não precisa fazer direito para trabalhar numa biblioteca de direito. Eu, por exemplo, não vou sentar para petição, não vou a um julgamento. Mas como tenho de lidar com as coisas da área, acabo conhecendo. Quem vai cuidar de biblioteca de engenharia, não precisa fazer engenharia. O profissional tem as ferramentas, sabe como trabalhar com área. O que é importante é se interessar por outros cursos voltados, por exemplo, para gerenciamento eletrônico de documentos, tecnologia para bibliotecas, administração.

Qual foi sua principal realização?
Fiquei muito feliz por ter feito a mudança da biblioteca de um prédio da região central de São Paulo para o novo prédio, na Zona Oeste. No Centro, a biblioteca tinha várias salas, era difícil e complicada. Resolvemos mudar totalmente a estrutura da biblioteca, compramos equipamentos antifurto. Magnetizamos 52 mil volumes. Isso foi um grande desafio. Era o que faltava para fechar toda a parte de informatização.

Intel doa processadores para inclusão digital

em Info CORPORATE
12 junho 2007

O Ministério do Planejamento vai receber amanhã, dia 13 de junho, a doação de 5 000 processadores Pentium 4 de 2.6 GHz, da Intel, para iniciativas de inclusão digital do governo federal.

O contrato de doação será assinado pelo secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, e o presidente da Intel Américas, Greg Pearson.

O Ministério do Planejamento vai encaminhar 4 000 processadores aos três Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) que integram o projeto Computadores para Inclusão e os outros 1 000 serão repassados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A iniciativa pretende recuperar computadores descartados pelos órgãos governamentais e destiná-los a iniciativas de inclusão digital, como telecentros, escolas e bibliotecas. Atualmente estão em funcionamento centros de recondicionamento nas cidades de Porto Alegre, Guarulhos (SP) e Gama (DF). Até abril deste ano, 683 computadores foram recuperados pelos três centros e, desse número, 283 haviam sido doados a 25 escolas, bibliotecas e telecentros. Até o final deste ano, outras duas unidades devem ser implantadas no país e a meta é uma produção mensal de 50 a 100 computadores recondicionados por CRC.

Meu sonho é que usuário ache tudo o que precisa’, diz bibliotecário

Por Simone Harnik
em G1
12 junho 2007

Jovem profissional da biblioteconomia, William Okubo, 32 anos, atua no setor de gerenciamento e apoio da principal biblioteca de São Paulo: a Mário de Andrade. Com apenas nove anos de formado, já dirigiu a Biblioteca Monteiro Lobato, que tem um acervo infanto-juvenil.

Agora o desafio do bibliotecário que sonha com uma biblioteca que tenha acesso a todo o tipo de informação útil para os leitores é preservar as obras que fazem parte da memória de São Paulo. Leia a entrevista abaixo.


Por que escolheu biblioteconomia? E onde estudou?
Percebi que gostava de passar informações para as pessoas. Quando alguém ficava perdido, por exemplo, gostava de indicar. Era uma questão até pessoal. Gosto de informar. E, no curso, fui começando a desenvolver gosto pela leitura. A informação e a leitura foi o que mais me chamou atenção. Fiz na USP [Universidade de São Paulo] e me formei em 1998.

Quais foram os seus primeiros trabalhos?
Durante o curso, me interessei muito por área cultural e por trabalho em biblioteca pública ou área escolar. Em 1999, abriu concurso e consegui trabalhar no ônibus biblioteca e na Biblioteca Monteiro Lobato, com livros infantis. Cheguei a diretor na Monteiro Lobato e depois apareceu a oportunidade de trabalhar na Mário de Andrade.

Qual é o seu trabalho na Mário de Andrade?
Trabalho na área de apoio e desenvolvo projetos para a biblioteca. Por exemplo: o acervo de jornais e revistas tem problema de preservação. Fica num local sem ar condicionado, com excesso de luz. Então, estamos fazendo um projeto para a conservação desse material. Também fazemos projeto sobre o atendimento. Trabalho com todo o controle para a biblioteca atender bem.

Qual é o seu maior desafio?
Tem um projeto que está pensando a reestruturação toda da biblioteca. Com dinheiro do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] vamos mudar a forma de armazenar o acervo. Vamos colocar o material em caixas e revisteiros, com resina plástica, para proteger de intempéries e insetos. Estamos só aguardando a liberação dos recursos.

Na sua opinião, o que é importante em uma biblioteca?
Mesmo que não tenha todo o conhecimento armazenado, a biblioteca tem de ter o contato e conseguir localizar informação em outros lugares. É o que falta na maioria das bibliotecas públicas e nas bibliotecas universitárias. Quando conseguir fazer isso, vai ser biblioteca de Babel. Via tecnologia estamos nos aproximando disso. Esse é o meu sonho: uma biblioteca em que o usuário encontre o que precisa, mesmo não tendo localmente a informação.

Qual o perfil necessário para alguém que queira fazer o curso?
O perfil básico é uma pessoa que tenha o interesse em comunicar informações diretas e tenha certo dinamismo para se comunicar. Dentro do curso a pessoa pode se dirigir para várias áreas: pode estar interessada em trabalhar em biblioteca coorporativa, pode trabalhar em biblioteca pública. Pode ter interesse em educação e trabalhar em biblioteca escolar ou universitária. O essencial é estar preocupado em disponibilizar e criar conhecimento.

Carta de Brasília em defesa da biblitoeca escolar

Segundo a UNESCO, a biblioteca escolar é o espaço que "[...] promove serviços de apoio à aprendizagem e livros aos membros da comunidade escolar, oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem pensadores críticos e efetivos usuários da informação, em todos os formatos e meios".

Acompanhamos com preocupação o momento por que passa a educação no Brasil, com baixos índices de aprendizagem dos alunos, demonstrando que eles não possuem competência em leitura e escrita. Diante desse fato, acreditamos que se as instituições de ensino investirem na criação de espaços de bibliotecas bem equipadas, com acervos que atendam o projeto político pedagógico das escolas e administradas por profissionais Bibliotecários, está triste realidade poderá sofrer significativa transformação.

Alguns documentos elaborados pelo Ministério da Educação apontam para a importância da biblioteca na prática da leitura e escrita, um dos maiores problemas de nossa educação atualmente. Podemos citar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's), que, no módulo de Língua Portuguesa, cita a biblioteca como um espaço apto a influenciar e incentivar a prática da leitura e escrita. Recomenda, ainda, que seja um local de fácil acesso aos livros e materiais disponíveis e que a escola estimule a freqüência ao espaço, contribuindo assim para tal a prática.

Nos debates do programa Salto para o Futuro, os especialistas que participam das discussões sobre alfabetização e letramento, apontam a biblioteca escolar como espaço de excelência na aquisição de leitura e escrita.

O Plano Nacional de Biblioteca Escolares (PNBE) do MEC, distribui acervos para bibliotecas escolares. Se as escolas não possuem bibliotecas e muito menos bibliotecários, como está sendo dinamizado este acervo?

A Lei 10.172 de 2001, que aprova o Plano Nacional de Educação, determina que as escolas de ensino fundamental e médio, para o seu funcionamento, deverão ter um padrão mínimo nacional de infra-estrutura, compatível com o tamanho dos estabelecimentos e com a realidade regional.

Deverão ter espaço para biblioteca e atualização e ampliação do acervo das existentes. Determina ainda, que a partir do segundo ano da vigência deste plano, o MEC só deverá autorizar a construção e funcionamento de escolas que atendam aos requisitos e infra-estrutura, entre estes, a construção de uma biblioteca. É de responsabilidade do MEC a fiscalização e cumprimento da Lei, assim como não permitir que novas escolas sejam abertas sem que possuam uma biblioteca.

A qualidade da educação acha-se intimamente ligada à oferta, pela escola, de meios, instrumentos, equipamentos e suporte para que o educando integre-se à cultura, assimile, processe e produza enquanto sujeito do processo civilizatório, sujeito da construção da cidadania.

Este o sentido das disposições do art. 205 da carta magna, garantidores da universalização da educação, como um direito de todos e dever do Estado, visando seu preparo como pessoa, para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Também, a principiologia que sedimenta a ministração do ensino no pais, consoante explicitação do art. 206 do texto constitucional, identifica bases na igualdade de condições de acessibilidade a escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. Em todos os pontos do capítulos do capítulo lll, Seção l "da Educação", explicita-se o compromisso do estado com a qualidade da educação.

A Lei no 4.084, de 30 de junho de 1962, dispõe sobre a profissão de Bibliotecário e regula seu exercício. Em seu Art. 6 o determina "[...] que, entre as atribuições dos Bacharéis em Biblioteconomia, estão a organização, direção e execução dos serviços técnicos de repartições públicas federais, estaduais, municipais e autárquicas e empresas particulares".

O exercício dessas funções por leigo constitui uma infração a legislação vigente e, principalmente, fere o direito constitucional do cidadão em receber a prestação de serviços por profissional especializado e habilitado, consoante disposição do inciso XIII do artigo 5º. da Constituição Federal, que dispõe sobre a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Ressalte-se que biblioteca escolar, enquanto ente representativo de um espaço de aquisição e disseminação de cultura e informação, apresenta-se carente de um serviço cidadão, no sentido de que não se pode viabilizar um processo de democratização da informação sem amplo acesso aos meios de cultura.

Entendemos que a informação contida em uma biblioteca, uma vez processada por um profissional bibliotecário, é a que mais diretamente atingirá o destinatário da mesma: o usuário com quem interage, o que traz a ele suas demandas.

É exatamente no espaço da biblioteca escolar que a informação é processada com vistas à disseminação imediata ao usuário discente – e ao docente também; ao acesso adequado. É neste espaço que a informação concretiza seu papel social, democratizante, vez que não se pode pretender que o acervo não processado de forma técnica, cientifica, atenda a essa função que, por ser social é garantia da construção da cidadania. É exatamente, repita-se, a informação que se organiza, processa e se dissemina após receber o tratamento adequado, que poderá atender ao cidadão em amplo raio de demandas e níveis de compreensão.

Este, portanto, o real papel do Bibliotecário na construção da educação cidadã.


Brasília, 23 de março de 2007.

Assinado pelo: Conselho Federal de Biblioteconomia e os quatorze Conselhos Regionais de Biblioteconomia.

União poderá criar programa Biblioteca do Professor

Por Valéria Castanho
em Agênca Senado
8 junho 2007

A União poderá criar o programa Biblioteca do Professor com o objetivo de reforçar os projetos voltados para formação e aperfeiçoamento dos professores da rede pública do ensino pré-escolar, fundamental e médio. A autorização para a criação do programa está na pauta da Comissão de Educação (CE) de terça-feira (12), por meio de projeto de lei (PLS 186/07), de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que tramita em decisão terminativa. A reunião está marcada para as 11h.

Pela proposta, que tem parecer favorável da relatora, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), constarão do acervo da biblioteca obras científicas, técnicas, didáticas e literárias fornecidas pelo Poder Público federal. Os livros serão sugeridos pelos próprios mestres, com base nos princípios do Programa Nacional do Livro Didático, e ficarão sob a guarda e propriedade deles.

Em sua justificação, Cristovam afirma que a adequada valorização dos professores somente será alcançada com piso salarial condigno da função. "Mas é também necessário um permanente processo de formação, que permita ao professor leigo alcançar a licenciatura, que leve o licenciado a se especializar e que leve o militante de muitos anos a se aperfeiçoar no dia-a-dia", afirmou o parlamentar, que já foi ministro da Educação.

Também consta da pauta da CE desta terça-feira projeto de lei do ex-senador Francisco Pereira que obriga todas as bibliotecas públicas brasileiras a disporem da versão completa da Bíblia em braile (PLS 131/05). Para viabilizar a proposta, acrescenta-se dispositivo à lei 10.098/00, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

O projeto, que também tramita em decisão terminativa, recebeu parecer favorável da relatora, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO).

Preparativos para a unificação ortográfica

em Boletim PNLL
11 junho 2007

O Ministério da Educação aguarda a definição da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre a vigência do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa para iniciar a modificação dos livros didáticos distribuídos nas redes públicas de educação básica. O objetivo do acordo é unificar a ortografia da língua portuguesa que, atualmente, é o único idioma do Ocidente que tem duas grafias oficiais: a do Brasil e a de Portugal.

Biblioteca virtual paulista

em Boletim PNLL
11 junho 2007

Acesso a dados sobre educação, saúde, emprego e tópicos sobre os direitos das crianças, dos portadores de necessidades especiais e da terceira idade. Este é apenas um dos aspectos da Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo. O site do projeto também permite acesso às bases de legislação estadual, federal e de municípios paulistas; resoluções de Secretarias e órgãos públicos estaduais; informações sobre o sistema de compras e outros serviços públicos; textos sobre os aspectos históricos, geográficos e turísticos de São Paulo; e orientação de pesquisa escolar.

Google tem apoio de peso para livros digitais

Por AP
em Maracaju News
7 julho 2007

Nos Estados Unidos, 12 grandes universidades irão digitalizar coleções seletas de suas bibliotecas, aproximadamente 10 milhões de volumes, como parte de um projeto do Google para disponibilização de livros na web. O objetivo é criar um depósito digital que as universidades, alunos e o público possam acessar.

A parceria encolve o Comitê de Cooperação Internacional, que inclui a Universidade de Chicago e mais 11 universidades: Illinois, Indiana, Iowa, Michigan, Michigan State, Minnesota, Northwestern, Ohio State, Penn State, Purdue e Wisconsin.

“Temos uma ambição coletiva de dividir recursos e trabalhar juntos para preservar os tesouros impressos do mundo”, disse o reitor da Northwestern, Lawrence Dumas.

O comitê disse que o Google irá scanear e preparar o material, de uma maneira consistente com as leis de direitos autorais. O gigante das buscas geralmente torna disponíveis textos inteiros de livros em domínio público e porções limitadas de obras protegidas.

Diversas outras universidades, incluindo Harvard e a Universidade da Califórnia, já assinaram autorização para o Google scanear suas bibliotecas. Mas a empresa ainda enfrenta ações da Associação dos Editores Americanos e da Corporação dos Autores, sobre seu plano de incorporar partes de livros com direitos autorais.

Democratizar o acesso ao livro

Por Patrícia Villalba, da AE
em Diário de Cuiába
10 junho 2007

Há muita urgência quando se fala em disseminar o hábito da leitura - é preciso baratear o livro, criar mais bibliotecas, reequipar as que já existem. Para os escritores, o mais urgente é acrescentar o termo "literatura" ao nome do plano de metas que os Ministérios da Educação e Cultura fundamentam para democratizar o acesso aos livros.

Mais do que uma simples questão semântica, o Movimento Literatura Urgente chama atenção para a idéia de que a criação literária merece destaque nas discussões em torno do tema "leitura para todos". Na última quinta-feira, o grupo informal que tenta alguma organização da classe em busca de melhores condições de trabalho se reuniu com o secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura, José Castilho Marques Neto, no Itaú Cultural.

Levaram uma série de propostas, abaixo-assinadas por nomes como Milton Hatoum, Moacyr Scliar, Glauco Matoso e José Silvério Trevisan, entre elas a de criação do Fundo Nacional da Literatura, do Livro, Leitura e Bibliotecas e a destinação de 30% dele para ações de fomento à criação.

Ouviram de Castilho que um fundo desse tipo está nos planos do MinC desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Lei de Desoneração do Livro, em dezembro de 2004, que isentou os editores do pagamento de PIS/Cofins. Na ocasião, os editores se comprometeram a destinar 1% de seu faturamento para um fundo que financie ações de incentivo à leitura. "Não basta apenas a vontade do Ministério da Cultura, é algo que tem de passar por várias instâncias do governo, um processo lento", disse Castilho, também diretor-presidente da Fundação Editora da Unesp.

A estimativa é de que o fundo chegue ao montante de R$ 45 milhões por ano. Para os 30% que reivindicam, os escritores propõem caravanas que levariam autores a universidades e escolas além de bolsas, incentivo à publicação do primeiro livro, apoio a jornadas literárias e ainda um programa de compra direta de livros.

O documento recebido por Castilho em nome do ministro Gilberto Gil prevê, ainda, a realização de um senso literário no País, para mapear a produção e a formação de um acervo livre de direitos autorais, para democratizar o acesso ao conhecimento. "Agora, que se discute o Plano Nacional, é o momento de sabermos como o governo federal vai apoiar a criação. O primeiro ponto que propomos - bolsas, caravanas - dá para fazer já", cobrou o escritor Marcelino Freire.

Obrigatoriedade de repositórios institucionais em instituições de ensino superior

Está em andamento no congresso o projeto de lei nº 1120/07 que dispõe sobre o processo de disseminação da produção técnico-científica pelas instituições de ensino superior no Brasil. Consiste na obrigatoriedade da implantação de Repositórios Institucionais em instituições públicas de ensino superior. Na página do IBICT, há maiores informações, além de uma petição de apoio ao projeto

Distribuindo conhecimentos

em Boletim PNLL
9 julho 2007

Para ampliar e manter atualizado o acervo de seis bibliotecas públicas da cidade de Viçosa (MG) e região, a Editora UFV (Universidade Federal de Viçosa) prevê a distribuição gratuita até 2008 de obras técnico-científicas, literárias e infantis publicadas pela mesma. A ação faz parte do projeto Distribuindo conhecimentos. No ano passado, foram distribuídas 223 obras. Até 2008, a editora pretende aumentar tanto o número de doações como o de bibliotecas contempladas.

Unesco designa Beirute "capital mundial do livro para 2009"

em AngolaPress
19 junho 2007

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Koichiro Matsuura, anunciou sexta-feira a designação de Beirute como "capital mundial do livro para 2009".

A Unesco reconheceu "o compromisso em favor do diálogo" da capital libanesa precisando que foi eleita "por sua participação em matéria de diversidade cultural, diálogo e tolerância, assim como pela variedade e o carácter dinâmico de seu programa".

Matsuura demonstrou alegria ao "ver a cidade de Beirute, confrontada a enormes desafios em matéria de paz e de coexistência pacífica, ser reconhecida por seu compromisso em favor de um diálogo mais necessário do que nunca na região" e pela possibilidade de que o "livro possa contribuir activamente" para melhorar essa situação.

A escolha de Beirute, numa reunião efectuada no dia três de Julho na sede da Unesco, em Paris, contou com a participação das três principais associações profissionais do livro: a União Internacional de Editores (UIE), a Federação Internacional de Livrarias (IBF) e a Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA). Bogotá é a capital mundial do livro em 2007, enquanto Amsterdão foi designada para 2008.

Editora árabe coloca catálogo na internet para driblar "censura"

Por ANSA
em Folha Online
27 junho 2007

"Kotobarabia" é a primeira editora do Oriente Médio a distribuir os livros de seu catálogo, todo em árabe, apenas por seu site. Uma das intenções da editora ao utilizar a internet é driblar a "censura" específica de cada país.

A loja virtual oferece 4.000 títulos de mais de mil autores e recebe em média 10 mil visitas ao dia. O visitante escolhe o texto, compra com cartão de crédito e pode fazer o download para seu computador.

"Queremos oferecer aos árabes que vivem longe do Oriente Médio a possibilidade de ler os livros em sua língua materna e, ao mesmo tempo, encontrar um caminho para agir contra a censura", disse Rami Habeeb, diretor e co-fundador da Kotobarabia.

"Vendendo livros por meio da internet, estamos sujeitos à legislação da rede. De outro modo, a censura difere de país para país: ela é muito forte na Arábia Saudita, por exemplo, e menos em outros. Nós, que nos dirigimos ao público árabe em geral, podemos ser transversais", afirmou Habeeb.

No último mês, a Kotobarabia registrou 153 mil visitantes. "Num bom dia, tivemos cerca de 12 mil visitas; quando vai mal, são cerca de 7.000 contatos", explicou o diretor. O maior número de visitas é da Arábia Saudita, seguida de Egito, Marrocos e Palestina.

"Kotobaria não se dirige a novos leitores tanto quanto aos que já amam a leitura. Temos clientes regulares, que compram em média um livro a cada duas semanas", afirmou Habeeb.

Censura afeta natureza da Web, diz Anistia Internacional

em Estadão.com.br
6 junho 2007

A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional alertou que a censura contra a internet em países como Mianmar e China está tão intensa que pode tornar a Web "irreconhecível" nesses lugares.

A Anistia também acusa empresas como Google, Microsoft e Yahoo de serem complacentes com regimes autoritários e que reprimem a liberdade do usuário na internet.

Entre os países criticados pela entidade, além de Burma e China, estão outras 24 nações incluindo Azerbaijão, Bahrein, Etiópia, Índia, Irã, Marrocos e Arábia Saudita.

Internet vai superar TV como fonte de informação

Por Alexandre Barbosa
em Estadão.com.br
12 junho 2007

Não é de hoje que a TV perde espaço para a internet como um veículo de informação. Mas mesmo perdendo uma fatia de tempo da atenção do consumidor de conteúdos e notícias, a telinha ainda se sustenta como um importante veículo de informações.

Só que um estudo conduzido pela consultoria Harris Interactive e pelo Innovation International Media Consulting Group indica que isso pode mudar nos próximos cinco anos.

É que um levantamento realizado em sete países - EUA, Inglaterra, França, Itália, Espanha, Alemanha e Austrália - indica que a internet pode roubar a primeira posição da TV e se tornar a principal fonte de informação para os usuários.

A pesquisa também indica que os meios impressos sofrerão do mesmo mal, em especial o meio jornal, que perde importância por conta da correria: segundo as 8749 pessoas entrevistadas, mais da metade afirmou que não lê jornais por falta de tempo, enquanto dois em cada cinco entrevistados admitiram ser mais fácil e rápido ler notícias na internet.

Site tem serviço de empréstimo de livros sobre finanças

em Estadão.com.br
13 junho 2007

Entrou em operação, em fevereiro deste ano, o site Biblioteca Financeira, que tem como finalidade sociabilizar recursos para o aprendizado financeiro.

Para o criador e responsável pelo sistema, Carlos Augusto Lippel "as pessoas têm interesse no assunto, mas esbarram nos custos das publicações impressas". Desta constatação surgiu a idéia de criar um serviço de empréstimo de livros focados na educação financeira.

O site já conta com um acervo de mais de 160 exemplares distribuídos em mais de 80 títulos. Nos primeiros 20 dias de operação, antes mesmo de começar a ser divulgado, já contava com 100 usuários cadastrados.

Todos os empréstimos podem ser acompanhados através de uma área específica que, além de exibir histórico de empréstimos e de movimentações financeiras, permite que o cliente verifique em tempo real o status de seus empréstimos.

"Isso permite um excelente nível de transparência em nossos procedimentos, transmitindo confiança aos usuários", afirma Lippel. Após o envio do exemplar, o usuário conta com um período para a conclusão da leitura e devolução.

Os interessados devem se cadastrar através do próprio site e pagar uma taxa de cadastro, que dá direito a um empréstimo. O pagamento é por meio de boleto bancário.

A responsabilidade pelo desenvolvimento do sistema é da empresa Garagem Studio, que também auxiliou na concepção do projeto. Segundo o diretor do Garagem Studio, Rafael Ritter "as pessoas muitas vezes possuem excelentes idéias e não as levam adiante por pensarem que o custo de desenvolvimento seria proibitivo, e assim grandes negócios simplesmente não nascem".

"O Lippel foi contra esta maré e descobriu que é possível concretizar boas idéias com algum esforço e muita determinação", exemplifica Ritter. "O Garagem Studio nos forneceu todo o suporte e ferramentas necessárias para a conclusão deste projeto, além de importantes sugestões para o refinamento do sistema", conclui o criador do serviço.

Programas do Roda Viva, da Cultura, estarão na internet

Por Agência FAPESP
em Estadão.com.br
15 junho 2007

A FAPESP e a TV Cultura anunciaram nesta quinta-feira, dia 14, um acordo de cooperação que colocará no ar o Portal Roda Viva-FAPESP. Com o novo site, o público terá acesso gratuito às transcrições integrais das mais de mil entrevistas realizadas pelo programa Roda Viva nos últimos 21 anos.

O anúncio foi feito durante a posse de Paulo Markun no cargo de presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da Rádio e TV Cultura. Markun, que terá um mandato de três anos, era diretor e apresentador do programa Roda Viva.

“O portal é um projeto apresentado ao Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP) da FAPESP, que o financiou inteiramente. É uma iniciativa muito importante, porque, além de dar acesso universal ao conteúdo integral de todas as entrevistas realizadas no Roda Viva, funcionará como uma espécie de enciclopédia das temáticas tratadas no programa”, disse Markun à Agência FAPESP.

Com um mecanismo de buscas que identifica palavras-chave, o público poderá pesquisar temas que foram abordados ou citados durante os programas e ter acesso a informações complementares. De acordo com Markun, o site está em fase de desenvolvimento e deverá ser inaugurado dentro de 30 a 60 dias.

“Já temos uma versão piloto no ar, com as primeiras páginas de 16 entrevistas. Dentro de um ano todas as entrevistas já deverão estar transcritas e disponíveis na íntegra”, disse o novo presidente da Fundação Padre Anchieta.

Markun afirma que cada entrevista será acompanhada de um trailer de dois minutos, mas o mais importante é o conteúdo em formato de texto. “Quem procura o Roda Viva está interessado no conteúdo discutido com os entrevistados. Concluímos que a melhor maneira de se apropriar desse conteúdo é o formato de texto, que permite copiar livremente e utilizar o material de muitas formas”, disse o jornalista.

De acordo informações da FAPESP, o investimento no projeto foi de cerca de R$ 280 mil. Os recursos foram destinados ao trabalho de transcrição das fitas, edição, inserção no ar e desenvolvimento do portal.

YouTube fecha parceria para exibir vídeos da TV Globo

Por Maurício Savarese, da Reuters
em Estadão.com.br
19 junho 2007

O YouTube fechou uma parceria com a TV Globo para exibir vídeos da maior emissora do País, anunciou nesta terça-feira o principal executivo do Google no Brasil, Alexandre Hohagen.

Os primeiros vídeos da Globo que serão disponibilizados no YouTube serão o da novela Malhação. O site também disponibilizará canais nos portais Terra e iG, o que não significa exclusividade para os três parceiros iniciais.

"Não serão os únicos, mas nos dedicamos para que pudessem, especialmente a Globo, estar presentes no lançamento", disse o presidente da Google no Brasil, Alexandre Hohagen, que se recusou a dar números do acordo e não revelou nem a quantidade de usuários do YouTube no País nem a posição dos brasileiros entre os visitantes do canal de vídeos.

Segundo Hohagen, a expansão do conteúdo da Globo no YouTube Brasil depende unicamente da emissora. Ele afirmou ainda que os usuários terão listas dos vídeos mais acessados cujo upload é feito dentro do País. O YouTube já tem acordos com emissoras internacionais como a britânica BBC, a portuguesa RTP e a francesa France 24.

Luva traduzirá em tempo real linguagem de sinais

Por AE
em Estadão.com.br
22 junho 2007

Em até um ano estará pronta para produção no Brasil uma luva que traduz em tempo real os gestos da linguagem brasileira de sinais em voz eletrônica. O software do sistema já foi patenteado. Já o hardware da luva está em fase final de criação por uma equipe de engenheiros eletrônicos da Fundação Paulo Feitoza, em Manaus.

A fundação já conseguiu comercializar, pela CCE, um mouse ocular, que chegará ao mercado em agosto. Desenvolvido por seus cientistas, o produto permite que tetraplégicos ou portadores de outras deficiências musculares escrevam textos e naveguem na internet usando o movimento dos olhos.

“A idéia da luva é não só permitir a comunicação do dia-a-dia entre pessoas mudas com quem não entende libras, mas também em situações de emergência, onde um hospital público poderia ter a luva para entender melhor a demanda dessas pessoas”, destaca a superintendente da fundação, Rosanila Feitoza Pantoja.

Para uruguaios, internet não fará jornais desaparecerem

Por EFE
em Estadão.com.br
6 julho 2007

Quase metade dos leitores de jornais digitais no Uruguai não está disposta a renunciar à compra da versão impressa para se informar somente pelas versões online dos mesmo periódicos, segundo informa uma pesquisa publicada nesta sexta-feira, 6, no jornal El País de Montevidéu.

Em um país onde a quantidade de leitores de imprensa em geral alcança 47,2% das pessoas acima de 11 anos, apenas 10,1% de todo o público leitor consultam as publicações pela internet. Isso significa um acesso de aproximadamente 110 mil pessoas semanalmente aos sites dos principais periódicos.

A pesquisa, conduzida pelo Observatório de Mídia e Audiência do Centro Latino-Americano de Economia Humana (Claeh), mostra que, entre os leitores que acessam as versões digitais dos jornais, apenas 5,3% o fazem de forma exclusiva, ou seja, sem adquirir nenhum jornal impresso.

Os 4,8% restantes destes leitores, o que corresponde a cerca de 58 mil indivíduos, são pessoas que usam Internet, mas também compram e lêem publicações em papel.

Segundo a avaliação, as pessoas que têm acesso tanto á versão online quanto à versão impressa dos jornais são as que mostraram menos disposição para abandonar o hábito tradicional. O relatório do estudo afirma que todos se sentem "ávidos para repetir a experiência de leitura de seus pais".

A pesquisa revelou ainda que o mercado consumidor de jornais está composto, em sua maioria, por pessoas com menos de 30 anos. Entre a faixa socioeconômica média-baixa, os leitores se conectam na internet em cafés, enquanto os de nível alto usam em casa.