04 abril 2006

Google quer digitalizar arquivo da Biblioteca Nacional

Por Guilherme Felitti
em IDG Now!
04 abril 2006

O Google fez proposta, considerada informal, para digitalizar o acervo da Fundação da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, para ser usada no serviço Google Book Search. A Fundação Biblioteca Nacional é a maior do América Latina e a sétima do mundo. Ela conta com alguns tesouros, entre eles a Bíblia de Mogúncia, uma das obras impressas mais antiga do mundo.

O presidente da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, em entrevista por e-mail ao IDG Now!, revelou que a instituição não havia recebido proposta formal do Google para a digitalização dos seus 1,7 milhão de livros.

Em uma reunião com representantes estrangeiros do serviço dois meses antes, porém, o Google sugeriu realizar a digitalização de 2 milhões de livros gratuitamente para a Biblioteca - o que economizaria um gasto de 10 milhões de dólares para o órgão. A Biblioteca Nacional, porém, não recebeu uma proposta formal para a realização da digitalização. Já o Google afirma que tem interesse "em colaborar com bibliotecas" pelo programa, mas não cita nomes de instituições ou a forma de colaboração.

Aos poucos, editoras vão revelando as ações do buscador no mercado editorial do Brasil. Além das editoras Contexto, Callis e Senac, que já assumiram a parceria com o serviço, fontes de mercado afirmam que outras empresas, como a carioca Record, também estão em negociação com o Google.


POLÊMICA

A discussão sobre a legalidade da digitalização de livros para consulta online será o foco do colóquio Bibliotecas Digitais, que começa nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro. O evento, organizado pela Embaixada da França e pelo Instituto Goethe, com participação da Biblioteca Nacional e do Conselho Regional de Biblioteconomia, não deverá se focar, teoricamente, no principal motivo de discussão no setor: o Google Book Search, polêmico serviço de digitalização de obras oferecido pelo buscador.Um fator, porém, contribui para que o Book Search esteja no olho do furacão, durante os debates gratuitos no Teatro da Maison de France, no Rio de Janeiro. Enquanto autoridades francesas, alemãs e brasileiras debatem questões técnicas da digitalização e citam bibliotecas européias com a tecnologia, o Google se esforça para fechar contrato com editoras nacionais para oferecer seus acervos no serviço.