31 maio 2006

Está difícil encontrar o que procura na web? Siga as tags de seus amigos

Por Diego Assis
em O Estado de S. Paulo
29 maio 2006

Blogs, fotologs, comunidades virtuais, podcasts... Depois de inundar a web com conteúdos pessoais, os próprios usuários estão começando a botar ordem na casa. E, graças a um sistema ultrapersonalizado de classificação desses arquivos, a rede está ficando cada vez mais com a cara do dono - sua majestade, o internauta.

Sites como o Flickr, um dos principais repositórios de fotos públicas na web, o YouTube, mania entre os aficionados por vídeos online, ou o Last.fm, comunidade virtual com foco na música, vêm convocando os usuários a escolherem palavras-chave para descrever seus conteúdos - seja um vídeo, uma foto, uma canção, um site, etc.

Também conhecidas como tags, essas etiquetas eletrônicas são então compartilhadas entre os membros dessas comunidades e acabam funcionando como links temáticos para a navegação. No lugar de recorrer a buscadores automáticos impessoais, você descobre, ao clicar nas tags, coisas novas a partir de indicações de quem confia.

O Google não está ajudando a encontrar aquele disco de bossa nova de que você nem sequer se lembra o nome? Pergunte aos seus "vizinhos musicais" que manjam tudo do assunto. Ou mais especificamente: consulte as tags deles.

"Quando lançamos o Last.fm, nosso foco era tornar o não-descoberto acessível. Se você procura algo que é parecido com outra coisa que já conhece, então tags é o que precisa", defende Martin Stiksel, um dos fundadores do serviço, que aderiu às tags em agosto de 2005.

Inicialmente adotado apenas por geeks e internautas mais antenados, o sistema de "tagging" já começou a se misturar ao mainstream da internet. Desenvolvidos por empresinhas independentes, o site Flickr e a ferramenta Delicious - que permite guardar e consultar suas páginas favoritas online usando tags - foram adquiridos, no ano passado, pelo gigante Yahoo! .

"Estamos vivendo uma 'flickerização' do Yahoo!", reconhece René de Paula Jr., diretor de produtos da empresa no Brasil, citando como o exemplo dessa "contaminação positiva" das tags o MyWeb 2.0, serviço semelhante ao Delicious.

"As tags estão resgatando o lado humano da web. Quando vou procurar um link dentro do MyWeb, posso procurar nas tags públicas ou somente naquelas da minha comunidade. Com isso, tenho muito mais garantias de que a informação que vou encontrar esteja dentro do meu universo de interesses", avaliza De Paula.