16 junho 2006

Museu na Água Branca tem fósseis de 2 bilhões de anos

Por Juliana Machado
em O Estado de S. Paulo
15 junho 2006

O flúor das pastas de dente vem da fluorita. Do cinábrio se obtém o mercúrio, presente nos termômetros. Mostrar a seus visitantes que quase tudo ao nosso redor é composto por minerais é um dos objetivos do Museu Geológico Valdemar Lefèvre (Mugeo), no Parque da Água Branca, zona oeste.

Cerca de 1.500 minerais encontrados no Estado e em várias partes do mundo estão expostos no Mugeo. Segundo o geólogo Fernando Pires, diretor do museu, o público se interessa mais pelas pedras coloridas ou de aparência metálica. "A pirita (o popular ouro de tolo) e os quartzos são as mais atraentes." Nada pode ser tocado, mas há uma recompensa para crianças que vão em grupos escolares: uma oficina no fim da visita permite que elas manuseiem várias pedras e sintam o cheiro de algumas, como arenitos impregnados de petróleo.

Para quem só ouviu falar de meteorito, no Mugeo há um pedaço do Avanhandava, que caiu na cidade do interior paulista de mesmo nome em 1958.

Outro destaque do museu são os fósseis. Algas fossilizadas há 2 bilhões de anos - encontradas no Vale do Ribeira - e ossos de uma baleia azul com idade fóssil de 700 anos descobertos em Praia Grande retratam a história paleontológica do Estado de São Paulo. Do oeste paulista vieram costelas, pedaços da cauda e outros ossos de titanossauros - dinossauros herbívoros que mediam até 12 metros - encontrados durante a construção de uma ferrovia. E ainda há um fóssil completo de um morcego, algo que só existe em outros dois museus nas Américas. São raros os fósseis de animais que voam por uma simples razão: eles não costumam viver no solo.