26 julho 2006

Em São Paulo, museu conta história da informática

Por Natália Zonta
em Estadão.com.br
17 julho 2006

É difícil imaginar que um disco de memória de 500 KB um dia pesou 15 quilos, um computador portátil era um trambolho e o mouse já foi feito de madeira. Mas tudo isso é a mais pura verdade.

Quer ter a prova? É só visitar o Museu do Computador, em Interlagos, que guarda em seu acervo cerca de 5 mil raridades do gênero, entre elas o Apple II, que aparece na foto desta página. Além de poder ver exemplares autênticos de várias épocas, dá para saber um pouco mais da história e da evolução dessas máquinas.

Inaugurado em abril de 2005, o museu é fruto da paixão do técnico de informática José Carlos Valle, de 60 anos. "Comecei a trabalhar com computadores na década de 60", explicou Valle.
"Desde então, venho guardando algumas raridades." São tantas peças diferentes que nem parece que a história dos computadores é tão recente - a primeira máquina surgiu em 1946.

O acervo ainda conta com exemplares de celulares, calculadoras, televisões, pequenos robôs e videogames antigos. "Quando a criançada vê como eram essas coisas antes, não acreditam", disse o idealizador do museu. "Todas nasceram numa época em que o computador já era comum."


TÚNEL DO TEMPO

Todo o museu é organizado de forma que o visitante se sinta em um túnel do tempo. A exposição começa na Era Pré-PC, mostrando ábacos e máquinas para marcar pontos. Na segunda sala, fica a que foi chamada de Era Analógica, com os primeiros computadores com memória, capazes de armazenar dados. Depois dessa fase, o visitante pode ver os minicomputadores, assim como algumas das primeiras máquinas fabricadas no Brasil.

Na parte final desse tour tecnológico está a sala das telecomunicações, que mostra os primeiros telégrafos. Também explica detalhes sobre a criação da internet até chegar à Era dos Microprocessadores. Nesse momento, também aparecem os computadores portáteis e os videogames, como o Atari, sucesso nos anos 80.

Para fechar o passeio de forma inesquecível, há uma oficina de robôs para os mais empolgados. É só chegar, pegar as peças que considerar mais interessantes e montar sua engenhoca com a ajuda de um dos monitores do museu.


DOAÇÕES

Os grandes aliados do museu são aqueles que querem se desfazer de máquinas antigas. Basta ligar e marcar um dia que o curador, o próprio José Carlos Valle, vai buscar a peça. "Teve uma vez que recebi uma sacolinha plástica e não poderia imaginava o que tinha caído em minhas mãos. Era uma calculadora usada na Segunda Guerra."

O Museu do Computador funciona de segunda a sábado das 10 às 17 horas, na Avenida do Rio Bonito, 1.201. O ingresso custa R$ 10,00 e grupos devem agendar a visita antecipadamente.