11 setembro 2006

O Conhecimento tácito não existe

Por Aldo de Albuquerque Barreto
5 setembro 2006

O que é conhecimento é uma pergunta sempre difícil de responder, fora dos alfarrábios da filosofia, assim como é difícil responder o que e a verdade ou a natureza humana. Sei, contudo, que difere da crença, que é o empenho em aceitar a verdade de uma noção qualquer, ainda que não verificável. O conhecimento, também não é informação, embora esta possa ter com ele uma relação de mediação.

Usamos a informação, em qualquer de suas estruturas, para referenciar o que é relativamente "cru", disperso e desordenado, mas o conhecimento é o que foi "cozido", apropriado, sistematizado.

A apropriação da informação, seu fim fundamental, revela um processo de interação entre um sujeito e uma determinada estrutura de informação, que gera (no sujeito) uma modificação em suas condições de entendimento e de saber acumulado; a apropriação representa um conjunto de atos voluntários, pelo qual o indivíduo reelabora o seu mundo modificando seu universo de conteúdos. É uma criação em convivência com suas cognições prévias. Um início, de algo que nunca iniciou antes e que resultará sempre em uma modificação como conseqüência do processo de interação, ainda que, possa ocorrer uma volta e permanência ao estado inicial de saber do indivíduo.

Por estrutura de informação entendemos a forma de organização das inscrições de informação; representa qualquer inscrição em uma base que a aceite como tal, um conjunto de elementos que formam um todo ordenado e com princípios lógicos. Uma estrutura de informação possui características de linguagem que a capacitam para uma apropriação por um receptor. Estas estruturas significantes podem ser agregadas em estoques de informação institucionais. Quando distribuídas associam a leitura, o receptor e a interpretação na sua amplitude conceitual.

Se a existência de uma estrutura de informação, seja ela oral, textual, sonora ou imagética ou digital e a sua apropriação precedem o conhecimento subjetivo é uma conclusão lógica que o tal conhecimento dito tácito inexiste fora da crença.

Tal conhecimento é dito existir inato no indivíduo. É algo que prescinde e precede uma estrutura de informação e uma apropriação, pois se acredita congênito e não se exprime explicitamente por palavras nem pode ser evidenciado ou manifestado em um formato.

É algo que de algum modo se deduz pois está no mundo do secreto e das crenças ocultas.

Um conhecimento tácito só pode ser criado se formatado, fora da crença; se o indivíduo que o possui puder inscrevê-lo primeiro como uma estrutura de informação de qualquer tipo, para então, possibilitar sua transferência e apropriação por outros seres humanos.

2 Comments:

At 11 setembro, 2006 11:26, Anonymous Anônimo said...

John...

Parabéns por suas reportagens... Notícias... Informações... Atualizações.

 
At 27 setembro, 2006 12:55, Anonymous Anônimo said...

Parabens pelo seu belissimo trabalho; que bom ver profissionais como voce atuando em prol da Informação e Cultura. Abçs.

Maria Lucia

 

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