Biblioteca Nacional empilha 40 mil livros por falta de espaço
Por Beatriz Coelho da Silva
em Jornal da Ciência
5 março 2006
Para que o público tenha a acesso a 40 mil livros recebidos pela Biblioteca Nacional (BN) desde 2005 – além de no mínimo 30 mil que ainda vai receber em um ano – será preciso esperar até que um anexo na zona portuária do Rio fique pronto.
Por causa da falta de prateleiras para guardá-los, após a catalogação eles são empilhados.
Por lei, toda publicação brasileira - livro, jornal, revista ou cartaz - deve ter dois exemplares enviados à BN, responsável pela preservação da produção gráfica do país.
Nem todos os editores cumprem a lei, mas mesmo assim chegam a cada mês 4 mil exemplares de jornais e revistas e 2,5 mil a 3 mil livros.
“A Biblioteca Nacional é o último recurso, onde o pesquisador busca o que não encontrou em nenhuma outra”, explica a diretora do Centro de Referência e Difusão da instituição, Carmem Moreno.
“Mas a sede faz cem anos em 2010, ficou pequena para a produção bibliográfica atual."
A inauguração do anexo só deve ocorrer no início de 2008. Além da demora, a saída encontrada para abrir espaço aos livros tem prazo de validade curto.
“Quando o anexo ficar pronto, em um ano, a hemeroteca (coleção de periódicos) vai para lá e o espaço que ocupa atualmente será para os livros”, diz . “O anexo desafoga por uns quatro anos e depois temos de achar outra solução”, diz Carmem.
Além da falta de espaço, o processo de microfilmagem de periódicos está atrasado. Sempre houve defasagem, mas uma greve que durou três meses, em 2005, embolou mais ainda o trabalho.
Pressionando a capacidade da BN de dar conta do recado, na última década o número de publicações no País cresceu muito.
16 KM DE PRATELEIRAS
“Com o anexo, teremos mais 16 km de prateleiras num prédio adequado para guardar jornais e revistas, que são muito pesados.” O imóvel, ao lado da Cidade do Samba, foi um silo. A reforma é financiada pela Petrobrás.
Para lá serão levadas também as oficinas de microfilmagem de jornais e revistas, que ocupam muito espaço, pois o processo exige que cada exemplar tenha todas as páginas passadas a ferro e fotografadas. O trabalho é lento e caro.
Atualmente, os grandes jornais estão microfilmados só até o início desta década. Com a mudança para o anexo, o processo será agilizado. Ainda assim, até a copiagem ficar atualizada será preciso esperar alguns anos, segundo Carmem.
“A idéia é que os periódicos sigam diretamente para lá e, no futuro, se crie a Hemeroteca Brasileira, com administração independente”, diz a diretora. Em janeiro, a BN realizou 7.300 atendimentos, um terço deles na sessão de periódicos.
1 Comments:
Parabéns pela iniciativa. Nós os bibliotecários precisamos ter idéias assim.
Gostei muito de ver que publicaram a nota que saiu no boletim do PNLL sobre a minha apresentação na França. Muitíssimo agradecida.
Gostaria de colaborar com algumas informações, caso desejem meu email
soniamar5@yahoo.com.br
Abraços
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