20 março 2007

Estudo adverte sobre expansão da censura na internet

Por EFE
em Estadão.com.br
16 março 2007

Um estudo realizado por prestigiadas universidades do Reino Unido, Canadá e Estados Unidos adverte sobre a "rápida" expansão da censura que 24 Governos já exercem sobre a internet, fenômeno que, assegura, se estendeu graças ao exemplo dado por países com uma longa tradição no assunto, como a China.

Para a pesquisa, divulgada hoje pelo jornal britânico "Financial Times", a Escola de Direito de Harvard (EUA) e as universidades de Toronto (Canadá), Cambridge e Oxford (Reino Unido) analisaram o nível de liberdade de informação e conteúdos da internet em 40 países durante seis meses.

O relatório, intitulado "The OpenNet Initiative", ressalta a recente aposta de vários países em exercer a censura sobre a rede, com métodos que imitaram países que vinham controlando o acesso e conteúdos da internet há vários anos.

O diretor de tecnologia para o Departamento de Estado dos EUA, Ken Berman, assegura que alguns países como o Zimbábue já usam as tecnologias de censura que aprenderam da China, o mais experiente censor da internet.

Segundo o estudo, entre as técnicas usadas pelos Governos censores e aprendidas pelos recém-chegados à censura estão o esvaziamento periódico de alguns sites como o Wikipedia e o Google e o uso de filtros por palavra, que impede que se possa ter acesso ao conteúdo que contenha certas palavras consideradas tabu.

Ronald Deibert, professor da Universidade de Toronto, vai além e afirma que há 10 países que se tornaram "bloqueadores onipresentes", impedindo continuamente seus cidadãos de acessar certos tipos de conteúdos.

Entre esses 10 países, Deibert destaca China, Irã, Arábia Saudita, Tunísia, Birmânia e Uzbequistão.

O relatório chega uma semana depois de um tribunal turco ter ordenado o bloqueio do portal de conteúdos audiovisuais YouTube por este dispor alguns vídeos considerados, pelo Governo do país, "ofensivos" contra o fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Atatürk.