10 julho 2007

Biblioteca de escritório usa tecnologia para facilitar trabalho

Por Simone Harnik
em G1
12 junho 2007

Em um dos principais escritórios de advocacia do país, Cristina Macedo, 45 anos, conseguiu seu primeiro emprego com 15 anos. Era auxiliar na biblioteca. Trinta anos se passaram e a auxiliar virou gerente do acervo de 52 mil volumes e incontável conhecimento digitalizado no Pinheiro Neto Advogados.

Com mais seis pessoas na equipe, a biblioteca particular atualiza diariamente um banco de dados digitalizado sobre legislação, que serve de base para advogados e clientes. Além disso, faz clipping de reportagens sobre cada área do direito. Saiba um pouco do trabalho da bibliotecária, que ela conta em entrevista ao G1.


Como a senhora escolheu a carreira? Onde estudou?
Escolhi porque já trabalhava no escritório, foi meu primeiro emprego. Comecei a trabalhar na biblioteca com 15 anos como auxiliar. Quando foi a época de prestar vestibular, prestei para bibioteconomia e fui fazer o curso. Estudei na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

O que se faz na biblioteca de um escritório de advocacia?
O escritório sempre investiu muito na biblioteca. Aqui é onde se reúne todo o conhecimento do escritório. Não cuidamos só das coisas que estão impressas. Cuidamos também do material que é produzido pelos advogados. E a informática veio para ajudar. Um diferencial da biblioteca é que tem banco de dados de acompanhamento de legislação desde 1964. Hoje, há um banco de dados enorme e os advogados têm acesso a 90% da legislação digitalizada.

Como os advogados usam essa legislação?
Eles têm acesso via internet nos escritórios. Mas também vêm muito à biblioteca, porque é um lugar prazeroso, muito agradável. Isso digitalizado facilita, porque o advogado trabalha em cima de leis editadas. Todos os dias fazemos acompanhamento no Diário Oficial, para o banco de dados estar sempre atualizado.

Qual é a principal característica do seu trabalho?
O grande diferencial é conseguir atender e ajudar a pessoa. Saber direcionar a pesquisa. Lidar com livro, não tem muito a ver com a atividade do bibliotecário. A atividade principal na biblioteca é saber como mostrar ajudar quem procurou, para a pessoa sair satisfeita, com a resposta na mão. Não adianta ter trilhões de livros, se não sabe onde está a informação.

Qual é o desafio na profissão?
São algumas pesquisas que são cabeludas. Teve uma vez que um advogado viu em algum texto que na Corte dos EUA, o julgamento era feito de uma maneira diferenciada. Começou-se a ir atrás, busca aquilo, aquilo outro, juntando palavrinhas. De uma hora para outra, vimos no "New York Times". Aí, você se sente superbem, porque achou o que a pessoa queria.

É importante o bibliotecário se especializar?
O bibliotecário não precisa fazer direito para trabalhar numa biblioteca de direito. Eu, por exemplo, não vou sentar para petição, não vou a um julgamento. Mas como tenho de lidar com as coisas da área, acabo conhecendo. Quem vai cuidar de biblioteca de engenharia, não precisa fazer engenharia. O profissional tem as ferramentas, sabe como trabalhar com área. O que é importante é se interessar por outros cursos voltados, por exemplo, para gerenciamento eletrônico de documentos, tecnologia para bibliotecas, administração.

Qual foi sua principal realização?
Fiquei muito feliz por ter feito a mudança da biblioteca de um prédio da região central de São Paulo para o novo prédio, na Zona Oeste. No Centro, a biblioteca tinha várias salas, era difícil e complicada. Resolvemos mudar totalmente a estrutura da biblioteca, compramos equipamentos antifurto. Magnetizamos 52 mil volumes. Isso foi um grande desafio. Era o que faltava para fechar toda a parte de informatização.

1 Comments:

At 11 novembro, 2009 10:53, Blogger Branca Melland said...

Isso é que é exemplo de boa profissional. É um incentivo aos novos e um ânimo para os veteranos, demonstrando que temos que nos dedicar à profissão com afinco e prazer.
Irani Rodrigues de Mello. Bibliotecáimonveria/RJ

 

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