10 julho 2007

Meu sonho é que usuário ache tudo o que precisa’, diz bibliotecário

Por Simone Harnik
em G1
12 junho 2007

Jovem profissional da biblioteconomia, William Okubo, 32 anos, atua no setor de gerenciamento e apoio da principal biblioteca de São Paulo: a Mário de Andrade. Com apenas nove anos de formado, já dirigiu a Biblioteca Monteiro Lobato, que tem um acervo infanto-juvenil.

Agora o desafio do bibliotecário que sonha com uma biblioteca que tenha acesso a todo o tipo de informação útil para os leitores é preservar as obras que fazem parte da memória de São Paulo. Leia a entrevista abaixo.


Por que escolheu biblioteconomia? E onde estudou?
Percebi que gostava de passar informações para as pessoas. Quando alguém ficava perdido, por exemplo, gostava de indicar. Era uma questão até pessoal. Gosto de informar. E, no curso, fui começando a desenvolver gosto pela leitura. A informação e a leitura foi o que mais me chamou atenção. Fiz na USP [Universidade de São Paulo] e me formei em 1998.

Quais foram os seus primeiros trabalhos?
Durante o curso, me interessei muito por área cultural e por trabalho em biblioteca pública ou área escolar. Em 1999, abriu concurso e consegui trabalhar no ônibus biblioteca e na Biblioteca Monteiro Lobato, com livros infantis. Cheguei a diretor na Monteiro Lobato e depois apareceu a oportunidade de trabalhar na Mário de Andrade.

Qual é o seu trabalho na Mário de Andrade?
Trabalho na área de apoio e desenvolvo projetos para a biblioteca. Por exemplo: o acervo de jornais e revistas tem problema de preservação. Fica num local sem ar condicionado, com excesso de luz. Então, estamos fazendo um projeto para a conservação desse material. Também fazemos projeto sobre o atendimento. Trabalho com todo o controle para a biblioteca atender bem.

Qual é o seu maior desafio?
Tem um projeto que está pensando a reestruturação toda da biblioteca. Com dinheiro do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] vamos mudar a forma de armazenar o acervo. Vamos colocar o material em caixas e revisteiros, com resina plástica, para proteger de intempéries e insetos. Estamos só aguardando a liberação dos recursos.

Na sua opinião, o que é importante em uma biblioteca?
Mesmo que não tenha todo o conhecimento armazenado, a biblioteca tem de ter o contato e conseguir localizar informação em outros lugares. É o que falta na maioria das bibliotecas públicas e nas bibliotecas universitárias. Quando conseguir fazer isso, vai ser biblioteca de Babel. Via tecnologia estamos nos aproximando disso. Esse é o meu sonho: uma biblioteca em que o usuário encontre o que precisa, mesmo não tendo localmente a informação.

Qual o perfil necessário para alguém que queira fazer o curso?
O perfil básico é uma pessoa que tenha o interesse em comunicar informações diretas e tenha certo dinamismo para se comunicar. Dentro do curso a pessoa pode se dirigir para várias áreas: pode estar interessada em trabalhar em biblioteca coorporativa, pode trabalhar em biblioteca pública. Pode ter interesse em educação e trabalhar em biblioteca escolar ou universitária. O essencial é estar preocupado em disponibilizar e criar conhecimento.