12 julho 2007

Mágica de Potter possui efeito limitado nos hábitos de leitura dos jovens

Por Motoko Rich, do The New York Times
em Último Segundo
11 julho 2007

De todos os poderes mágicos exercidos por Harry Potter, talvez nenhum lançou um feitiço mais forte do que sua suposta habilidade em transformar os hábitos de leitura dos jovens e crianças. No que se tornou quase uma mitologia sobre a popular série escrita por J.K. rowling, muitos pais, professores, bibliotecários e donos de livrarias deram créditos pela inspiração de uma geração de crianças a ler por prazer em um mundo dominado pelas mensagens instantâneas e downloads de músicas.

E foi assim para muitas crianças. Mas ao acompanharem os romances instrinsicamente organizados, a verdade sobre Harry Potter e leitura não é uma história de sucesso tão simples assim. De fato, enquanto a série se aproxima de seu final, estatísticas federais mostram que a porcentagem de jovens que lêem por prazer continua a cair significativamente ao passo que ficam mais velhas, na mesma exata taxa anterior ao lançamento de Harry Potter.

Não há dúvidas de que os livros se tornaram uma sensação editorial. Nos 10 anos desde o primeiro livro, "Harry Potter e a Pedra Filosofal" ser publicado, a série vendeu 325 milhões de cópias pelo mundo, com 121,5 milhões somente nos Estados Unidos. Antes de Harry Potter, era virtualmente impossível encontrar crianças fazendo fila por causa de um livro. Crianças que anteriormente só haviam lido capítulos curtos de livros devoravam mais de 700 páginas em questão de dias. A Scholastic, editora americana do livro, planeja uma impressão recorde de 12 milhões de cópias para "Harry Potter e as Relíquias da Morte", o ansiosamente aguardado sétimo e final capítulo da saga, pronto para sair na meia-noite do dia 21 de julho.

Mas alguns pesquisadores e educadores dizem que a série, no final das contas, não tentou permanentemente as crianças a deixarem de lado seus Game Boys e lerem um livro em seu lugar. Algumas crianças ficaram amedrontadas pelo crescente tamanho dos livros ("A Pedra Filosofal" tinha 309 páginas; "Relíquias da Morte" contará com 784).

Outros dizem que Harry Potter não possui tanta repercussão como títulos que refletem mais realisticamente suas vidas diárias.

"Acho que a mania Harry Potter foi algo bastante positivo para as crianças", disse Dana Gioia, presidente da Fundação Nacional das Artes, que revisou estatísticas de fontes federais e particulares que mostram consistentemente que crianças lêem menos ao passo que envelhecem. "Levou milhões de crianças a ler uma longa e razoavelmente complexa série de livros. O problema é que um livro de Harry Potter ao ano não é suficiente para reverter o declínio na leitura".

3 Comments:

At 13 julho, 2007 10:11, Anonymous Anônimo said...

Infelizmente mais uma vez o mundo leu, e principalmente o mundo infantil, histórias que não os fazem formar opiniões políticas-sociais a respeito de suas respectivas realidades. Algo pré cozido, pré temperado, que só está ali para simplesmente ser lido.
O grande problema são essas crianças e jovens se acostumarem para sempre com esse tipo de leitura.
Será que leitura por leitura é válida?

 
At 14 julho, 2007 16:56, Blogger Paulo Jorge Izidoro said...

Leitura pela leitura é válida sim. Também é preciso aceitar que os miúdos não devem ser ensinados a todos os momentos. Existe tempo e lugar para tudo

 
At 14 julho, 2007 18:21, Blogger Xxx said...

Olá...

Ana Flávia, vc já leu alguma coisa de Harry Potter? Alguma parte de algum livro? Pois bem, os livros de Harry Potter trazem muito de conceitos morais, de humanidade, de amizade, muito sentimento e valores importantes. Principalmente para as crianças e adolescentes que estão formando sua personalidade e conceitos morais. O artigo diz é que esses leitores podem não continuar a ler outras coisas, talvez não tenham interesse. Seria legal pensar em literatura mais próxima ao mundo juvenil trazendo coisas tão importantes quanto J. K. Rowling traz com suas fantásticas histórias.

Tem que se conhecer para falar sobre algo, né.

E mesmo que fosse leitura por leitura... também seria válido sim, Paulo. Concordo, tudo tem sua hora. E cada pessoa sabe o que melhor lhe agrada. Enfim... Abs. Kleber Godoy.

 

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